19 Filmes que vi no Cinema em Julho de 2016 - Cinem(ação): filmes, podcasts, críticas e tudo sobre cinema
Dica de Filme

19 Filmes que vi no Cinema em Julho de 2016

Julho é o mês de férias escolares. Julho é o mês que abre o segundo semestre. Julho agora, para mim, será sinônimo de filme bom. Nada menos que 6 filmes com nota 9 ou mais. Em junho, por exemplo, só vi 2 filmes com pontuações tão altas.

Sempre lembrando que vocês podem ver o que assisti nos outros meses clicando aqui: Janeiro (15 filmes), Fevereiro (16), Março (10), Abril (19), Maio (29) e Junho (19). Vamos agora à lista de Julho. Ao clicar no título vocês serão poderão ler a crítica completa (sem spoiler).

Na ordem crescente das notas:

19) CARROSSEL 2: O SUMIÇO DA MARIA JOAQUINA:

carrossel-o-filme-2-o-sumico-de-maria-joaquina

O sucesso de Carrossel – O Filme no ano passado fez com que a sequência saísse rapidamente da gaveta. E se o longa anterior era ok, Carrossel 2: O Sumiço da Maria Joaquina não manteve o nível. Um sequestro cuja punição é participar de uma gincana absurda é o improvável mote do longa. Miá Mello está muito ruim e faz com que a nota desça ainda mais. As músicas tão bem encaixadas no filme de 2015, aqui sobram e entram só para encher linguiça. NOTA: 3 (claro que as crianças e fãs da novela poderão aproveitar melhor…)

18) LIFE: UM RETRATO DE JAMES DEAN:

life-um-retrato-de-james-dean

O jovem promissor James Dean atuou em alguns longas de sucesso na década de 50, mas infelizmente sofreu um acidente que lhe tirou a vida. Em Life: Um Retrato de James Dean a história do ator é co-protagonizada pela a do fotógrafo Dennis Stock. O enredo não se desenvolve bem e a sensação de que nada acontece é constante. Os atores estão péssimos e soam vazios ou afetados demais. A parte técnica, fotografia e design de produção, salvam um pouco. NOTA: 3,5

17) DOCE VENENO:

Doce-Veneno

Doce Veneno se aproveitou da premissa de uma jovem bonita tendo um relacionamento proibido com um coroa charmoso. A história batida não tem muitos elementos interessantes aqui, soando bobo e pueril. As atuações estão boas, principalmente a do Vincent Cassel. O começo do longa até parecia promissor ao estabelecer um conflito de gerações, mas dali em diante – em especial no último ato – a coisa desandou. NOTA: 4

16) MÃE SÓ HÁ UMA:

mae-so-ha-uma

Temas importantes e contemporâneos são uma rotina nos filmes de Anna Muylaerte. Mãe só há uma também os traz, mas diferente de Que Horas Ela Volta? não muito bem executado. A abordagem superficial e o filme claramente mal montado prejudicam o todo. Muitas cenas sobrando, sendo que outras tantas poderiam desenvolver melhor os personagem…A atuação do protagonista também deixou a desejar, mas a do elenco adulto – dentre eles Matheus Nachtergaele – compensa. NOTA: 4,5

15) NÓS OU NADA EM PARIS:

Nós ou Nada em Paris

O título nacional ficou bem ruim e não refletiu o que se passou em tela. Um homem que nasceu no Irã, na década de 50, era contra as forças políticas locais e armou uma revolução. Logo teve que se abrigar na França onde também iniciou uma mudança no local. O tom de comédia – e de uma boa comédia aliás – enfraqueceu muito o drama do personagem. Os vários ambientes, mal transicionados, não permitiram uma maior empatia com a história. Um filme com potencial, mas que deixou um gosto amargo. NOTA: 5

14) ENTRE IDAS E VINDAS:

Entre Idas e Vindas

Com a clássica fórmula de road movies, Entre Idas e Vindas entrega um filme honesto. Divertido, leve e que vai um pouco além do clichê do gênero. Mas o final fica óbvio e bem ruim, destoando do resto. Bons personagens secundários dão um tom quase de fábula. Já os protagonistas alternam entre interessantes e funcionais. Já a trilha é bem condizente com o clima e reforça as boas vibrações que se quer passar. NOTA: 5

13) TRAGO COMIGO:

Trago Comigo

Trago Comigo é um pouco ousado ao colocar várias linguagem dentro do filme. Essa multilinguagem acaba gerando uma metalinguagem que no geral funciona. O roteiro, no entanto, é panfletário demais e acaba carregando a tinta além da conta ao defender as guerrilhas contra os militares na época da ditadura. A história, que se passa boa parte em um teatro, tem alto e baixos – tal qual as atuações. Trago Comigo tem uma boa ideia, mas que não foi tão bem executada. NOTA: 5,5

12) A LENDA DE TARZAN:

A lenda de Tarzan

Após incontáveis adaptações, Tarzan regressa às telonas. Contudo, falta-lhe fôlego, não para correr ou exibir os músculos, mas para dar um peso maior à história. A história soa simplória demais (mesmo eles tentando dar um ar de importância, dado o tema). Os efeitos variam entre muito bem feitos (os animais) e terríveis (todo o resto, praticamente). A fotografia, mesmo mais escura um pouco do que deveria, é boa. As atuações soam um pouco preguiçosas, porém cumprem de forma satisfatória. NOTA: 5,5

11) ERA DO GELO: O BIG BANG:

A Era do Gelo: O Big Bang

Não vi os outros filmes da franquia, então posso estar dando uma nota um pouco maior que o Era do Gelo: O Big Bang mereça, dado que o que eu via ali era piada nova para mim. O humor físico é o mais presente. Todavia, há algumas referências que me pegaram e fizeram eu gostar mais do filme. Mesmo com personagens demais, pouco ou nulo desenvolvimento e uma animação apenas correta, a aventura valeu e me fez querer ver mais daquelas criaturas. NOTA: 6

10) VANITY:

La-vanité

La Vanité habilmente – em quase todos os momentos – transita entre uma situação dramática (doença, a desistência da vida e solidão) e as improváveis consequências cômicas deste fato. Tem atuações muito boas, individualmente e principalmente em grupo. Algumas metáforas funcionam, mas ainda assim falta alguma camada a mais. A resolução perdeu força e os flashbacks entravam em momentos ruins, quebrando o ritmo. NOTA: 6,5

9) Paratodos:

Paratodos

Em ano olímpico, e o evento ocorrendo no país, esperava-se mais produções nacionais com esse tema. Paratodos vem para tentar suprir esse nicho. Com ótimas histórias de atletas que possuem algum tipo de necessidade especial, vemos mais os dramas pessoais e profissionais do que um apelo à emoção e coitadismo. A inteligente abordagem é auxiliada por alguns belos planos da câmera do diretor Marcelo Mesquita. A grande falha, todavia, foi soar mais como uma série documental do que como um único longa. NOTA: 7,5

8) CAÇA-FANTASMAS:

Caça-Fantasmas

Polêmica IMBECIL à parte, Caça-Fantasmas rendeu um ótimo reboot. Ele pega a estrutura dos filmes antigos, mas revitaliza de um jeito que não soa redundante. O humor do filme é bem variado e agrada a vários públicos. A química entre as atrizes funciona muito, destaco Kate McKinnon e Leslie Jones, as duas mais completas e engraçadas. O “Thor”, Chris Hemsworth, tem um personagem estupidamente genial. E as participações dos atores antigos são muito bem boladas e irônicas. Ah, o fantasmas se divertem e trazem uma variedade bem interessante de composições. Recomendo muito ver em 3D. NOTA: 8,5

7) DOIS CARAS LEGAIS:

Dois-Caras-Legais

Sinto cheiro de Globo de Ouro de melhor comédia aqui e com um pouco de sorte até indicação ao Oscar de melhor design de produção. Essa comédia/ação é beira o absurdo e o estapafúrdio. Praticamente tudo ali funciona. Bons  atores fazendo personagens com personalidade. Uma dinâmica em cena que te faz mergulhar naquele mundo – com uma história de mistério bem interessante. Se você comprar a ideia da primeira cena vai adorar o resto. NOTA: 8,5

6) FLORENCE: QUEM É ESSA MULHER?

Florence: Quem é Essa Mulher?

Outro longa que o design de produção poderá ser lembrado em premiações, mas mesmo ele sendo incrível, o destaque vai para quase todo o resto (o que mostra a força deste filme). 3 ótimos atores (Meryl Streep, Hugh Grant, Simon Helberg) fazendo papéis cômicos e delicados. E essa dualidade permeia o filme inteiro. Florence: Quem é Essa Mulher? traz de um jeito singular a história da “pior cantora do mundo”. O convite para viver aquele maravilhoso universo vem em meio à lágrimas e ao riso. NOTA: 9

5) JULIETA:

-Julieta-Pedro Almodóvar

Almodóvar tem muitos fãs dado o estilo marcante do diretor, principalmente no uso das cores e da representação feminina. Em Julieta vemos isso e mais um pouco. A tridimensionalidade da protagonista é um dos trabalhos mais complexos de construção de personagem deste ano. As características ficam evidentes e a evolução delas também. Na parte técnica, a fotografia, trilha, design de produção e figurino dão o tom certo e são significativos e marcantes. Almodóvar acerta mais uma vez e nos brinda, fundamentalmente, com uma ótima personagem. NOTA: 9

4) PROCURANDO DORY:

Procurando Dory

Superar Procurando Nemo iria ser difícil, mas se Procurando Dory não o fez chegou muito próximo a tal (eu sinceramente acho que ficou melhor, por uma vírgula, mas ficou). A delicadeza de como o tema do cuidado com a doença da Dory é tratada é magnífica. Ela como protagonista funcionou muito bem. E o polvo Hank também veio como um secundário de nível. Um humor solto com os gritos com o Geraldo arrancaram risadas. Mas não se engane o tom aqui é até sombrio e pesado, devido à condição de Dory – talvez agrade mais aos adultos que às crianças. NOTA: 9

3) CAMPO GRANDE:

Campo-Grande

4º filme nacional no ano que dou próximo de 10. E Campo Grande merece muito. A direção de Sandra Kogut é especial. Ela traz o tema do abandono sob o prisma de vários personagens, de diferentes idades. A condução dos atores foi precisa e, creio, difícil de ser realizada. O retrato incomum do Rio de Janeiro engrandeceu a obra. A trilha corrobora os contrastes da narrativa. E a história em si é muito poderosa e provavelmente te instigará e arrancará lágrimas. NOTA: 9,5

2) A INCRÍVEL JORNADA DE JACQUELINE:

A Incrível Jornada de Jacqueline

Carisma. Basicamente essa palavra diz tudo em A Incrível Jornada de Jacqueline. Um road movie regado a muita simpatia desse inocente, espontâneo e sonhador personagem. Fatah sabe apenas o que quer e que passará por muitas confusões “eu sempre faço bobagem… é inevitável”. Enquanto ele tem que sair com a vaca de estimação de uma cidadezinha da Argélia e cruzar toda a França a pé, nós somos conduzidos a uma lição de vida brilhante. Um humor espetacular, muitas situações irônicas, trilha evocativa e discussões sobre temas fortes. NOTA: 9,5

1) CHOCOLATE:

Chocolate

Chocolate é um longa livre de defeitos. Um roteiro que marca muito bem detalhes que serão utilizados posteriormente, uma direção que dosa a alegria e tristeza – sabendo brincar cruelmente com ambas, uma fotografia que nunca grita mais que a narrativa, mas se impõe de modo digno. E duas atuações de Oscar. Omar Sy e James Thierrée (este neto de Charlie Chaplin) colocam todos sentimentos que os personagem exigiam. Eles vão desde a mais visceral fisicalidade com acrobacias ousadas até a sutileza de momentos que bastam um gesto simples. Os dois recebem personagens difíceis e mantém o nível. O grande mérito de Chocolate é essa construção a ponto de merecer uma NOTA: 10

 


Mesmo com a média não ficando muito alta, os bons filmes de julho são de um nível muito alto: indicados para um público variado e de boa qualidade de entretenimento e artística. E vocês: que filmes viram em julho de 2016? 

Deixe seu comentário