Top 10 Melhores Filmes Nacionais de 2018 - Cinem(ação)
Melhores Filmes Nacionais
Cinema Nacional

Top 10 Melhores Filmes Nacionais de 2018

Em pleno 2018, agora 2019, ainda tem gente que diz que os filmes Nacionais não prestam que “só tem porcaria”. Nós do Cinem(ação) tentamos durante o ano todo dar o devido destaque ao cinema brasileiro, sem patriotismo algum: um dos maiores do mundo hoje.

Temos sim diversas obras que deixam a desejar (confira o nosso top 10 piores de 2018, onde reservo um espaço só para falar dos Nacionais). Contudo, isso é comum em qualquer país e aqui temos um agravante: vemos mais filmes sem o filtro estrangeiro. Para um filme ruim islandês chegar aqui é mais complicado.

Já faço um mea culpa: não vi Ferrugem que para muitos estaria na lista. Vale o destaque que a lista considera apenas os lançamentos comerciais, vou citar no final um top 5 de filmes Nacionais que vi em Festivais.

Sem mais, vamos a minha lista dos 10 Melhores Nacionais de 2018:

10- EXTERMINADORES DO ALÉM CONTRA A LOIRA DO BANHEIRO:

Muitos vão torcer o nariz, mas o longa inspirado em Caça-fantasmas tem méritos no uso do gore em um belo trabalho de maquiagem e abusando (no melhor sentido) da exposição gráfica. E apesar do humor cambaleante (bobo em muios momentos), a cena final é das mais engraçadas e é uma síntese da proposta.

9 – TODOS OS PAULOS DO MUNDO:

Bela homenagem a um dos maiores atores brasileiros: Paulo José. A retrospectiva da carreira dele mostrada com cenas dos próprios trabalhos do mestre. Temos aqui quase uma história do cinema brasileiro neste documentário delicioso.

8 – LEGALIZE JÁ! A AMIZADE NUNCA MORRE:

A história da construção de dois personagens que deram origem à banda Planet Hemp, Luis e Marcelo, futuro D2. O longa sabe explorar os dramas pessoais e desafios das carreiras. A fotografia lavada coaduna com a desesperança. E o carisma dos atores Ícaro Silva e Renato Góes também valem a nota.

7 – BEIJO NO ASFALTO:

Junte atores do nível de Lázaro Ramos, Stenio Garcia, Débora Falabella e a magnânima Fernanda Montenegro em um texto de Nelson Rodrigues e temos a base deste filme, mas o diretor Murilo Benício, na estreia na função, consegue acrescentar e tornar relevante mais uma adaptação da famosa rodriguiana ao colocar na tela uma espécie de reunião de pauta metalinguística do próprio filme. Quem gosta de atuação essa é a pedida.

6- MATA NEGRA:

Rodrigo Aragão já é um dos principais nomes do terror nacional. Ele além de saber ambientar e contar uma história, valoriza demais a parte técnica, principalmente na maquiagem. A variação das criaturas também é destaque. A parte sobrenatural é usada sem pudor, mas nunca caindo no caricato, pelo contrário há momentos bem perturbadores.

5 – BENZINHO:

O favorito de muitos, já causando um bom burburinho em Sundance. Acompanhamos uma família, em especial uma mãe (Karine Teles), tendo que lidar com um filho que vai morar longe. Além de administrar os outros filhos, questões financeiras e conjugais. Ele retrata a complexidade do amor materno. Cada personagem tem um arco significativo e rende pequenas cenas maravilhosas.

4 – PELA JANELA:

Direção de estreia de Caroline Leone guiando a excelente Magali Biff na difícil arte da sutileza. Acompanhamos Rosália (Biff) em uma jornada de aprendizado. A montagem optando por planos longos e cortando antes de algumas ações se concluírem dá o tom perfeito. O desenho de som também realça a percepção daquele mundo. Os diversos prêmios que Pela Janela tem angariado mundo a fora são plenamente entendíveis.

3 – O FANTÁSTICO PATINHO FEIO:

A aventura de um grupo de amigos na década de 60, em Brasília, que construiu no quintal de casa um carro para competir em uma das principais corridas do calendário nacional. O início intercala a paixão local com o momento social e político da época. Boa parte do filme são carismáticos depoimentos dos atores daquele momento. A inevitável tecnicalidade ao falar de partes do carro não tirou o interesse. O desfecho uma emocionante descrição da corrida. O efeito é até emocionante. Fui às lágrimas – detalhe que tenho zero interesse no assunto e ainda assim me emocionei.

2- PARAÍSO PERDIDO:

O filme mais afetuoso do ano. Paraíso Perdido trata de amor, basicamente. De vários tipos dele. Mesmo em meio a algumas violências cotidianas. E uma trilha maravilhosa…. que combina perfeitamente com o espírito daqueles personagens. Personagens estes interpretados por um elenco brilhante, em um misto de diversas qualidades. A parte técnica vai além da trilha e tem destaque também no design de produção e na fotografia. Vai a dica: já chegou na Netflix.

1- AS BOAS MANEIRAS:

Dividido em duas partes bem distintas, onde tudo muda, seja nos aspectos técnicos, seja no roteiro. Contudo, a mudança é completamente coerente com a proposta. A história segue Clara (Isabél Zuaa – em uma das grandes interpretações do ano). Ela vai trabalhar na casa de Ana (Marjorie Estiano, outra que brilha deixando o trabalho da dupla ainda mais grandioso) e descobre uma figura fantástica, a partir de uma relação que também transita entre várias nuances. Algumas cenas impactam pela crueza e brutalidade. A que define o ponto de virada é o ápice delas. E este terror é posto também pela composição visual que aqui anda de mãos dadas com a trama. A fotografia também conversa com o resto de modo exuberante. Os focos de luz nem sempre são óbvios, tanto na posição, quanto na escolha das cores. Combinado com certos enquadramentos isso permite que tenhamos sensações raras. As referências diretas ou indiretas a clássicos do gênero dão uma pimentinha a mais.

Bônus: top 5 de filmes lançados no Festival de Brasília de 2018:

O Outro Lado da Memória
A Sombra do Pai
Ilha
Torre das Donzelas
Bloqueio

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