Top 10 melhores filmes de 2016 - até agora... - Cinem(ação): filmes, podcasts, críticas e tudo sobre cinema
Dica de Filme

Top 10 melhores filmes de 2016 – até agora…

Filmes das mais variadas qualidades povoaram as telonas em 2016 – nada além ou aquém do costumeiro. Cerca de 200 longas foram exibidos em cinema comercial nos primeiros meses do ano. Infelizmente não vi todos, mas pude ter a chance de assistir a um número razoável: 108 longas. Vocês podem conferir as listas do que eu vi, com uma mini crítica, nota e link para as críticas completas, mês a mês: janeiro (15 filmes), fevereiro (16), março (10), abril (19), maio (29) e junho (breve disponível).

Estabeleci como critério não o ano que foi lançado originalmente, mas se vi no cinema. Desconsidero exibições de longas clássicos e/ou especiais – então nada de O Poderoso Chefão aqui… Vamos ao meu top 10 (ao final uma pequena menção honrosa):

10) OS OITO ODIADOS

OS OITO ODIADOS - THE HATEFUL EIGHT

O Tarantino não costuma fazer filmes bons… ele só faz filmes de MUITO bons pra cima… e em Os Oito Odiados não foi diferente. Esse filme tem tantos elementos que resumi-lo em poucas linhas é até um crime. Vai contra as quase 3 horas que não foram tão bem distribuídas. Mas fora isso a obra é quase perfeita. Atores de peso fazendo a atuação da vida. Um roteiro genial (como não foi indicado ao Oscar?), uma fotografia lindíssima – tanto nos ambientes abertos, quanto na cabana – e, é claro, a premiada trilha de Ennio Morricone. Quem é fã do Taranta e não viu essa obra prima está esperando o quê….


9) O MENINO E O MUNDO:

o_menino_e_o_mundo

Sim, o filme foi lançado em 2014. Mas como expliquei no começo, só vi este ano e vi na telona. Então na minha lista entra como 2016. O que o diretor Alê Abreu fez aqui pode ser definido com uma palavra: arte. A evolução daquele garoto, que mesmo dizendo pouco é extremamente expressivo, viajando por diversos “mundos” é uma experiência artística no sentido mais cru que conheço. Em outros anos (sem o genial Divertida Mente e um outro que falarei daqui a pouco) O Menino e o Mundo poderia ser franco favorito e garantir o primeiro Oscar brazuka.


8) PONTO ZERO:

Ponto Zero

Ponto Zero é outro longa nacional que se destaca dos demais. À semelhança de O Menino e o Mundo, Ponto Zero tem um protagonista econômico nas palavras, mas muito vibrante nos sentimentos. A obra dirigida por José Pedro Goulart brilha visualmente, explica pouco e traz um desafio ao público. O ritmo vagaroso deixa-a fluir e a congela nos momentos certos. A fotografia hipnotiza e constrói, vindo quase como um elemento narrativo (muito mais que os diálogos). Muito alegórico, principalmente a cena inicial, pode ser que não agrade a muitos.


7) BIG JATO:

big-jato

Terceiro nacional da lista (sim, há vida inteligente no nosso cinema). Big Jato alia os elementos dos longas anteriores – apuro técnico e linguagem metafórica – com um filme divertidíssimo de assistir. Temos neste filme a melhor atuação que eu vi do Matheus Nachtergaele, digna de Oscar. O longa conta com pelo menos 4 ótimos personagens (dois interpretados pelo Matheus), diálogos fantásticos e com muitos ensinamentos. A direção do polêmico Claudio Assis faz um trabalho de câmera impressionante e pontua os demais elementos de forma muito precisa. Vale muito ser visto.


6) CREED – NASCIDO PARA LUTAR:

Creed

Uma sequência/spin off da série Rocky poderia ser um fracasso. Creed foi o oposto disso. Eu sai do cinema relutante, mas hoje tenho que admitir: Creed é melhor até que o primeiro Rocky. Claro que Creed precisa de tudo que a franquia construiu, mas Ryan Coogler soube ler com perfeição aquele universo e trouxe mais do que uma homenagem para os fãs. A direção dele, por exemplo, nas cenas de lutas são de uma perícia assustadora. E claro, Sylvester Stallone, conseguiu o que poucos imaginavam e se reergueiu novamente… qualquer semelhança com o personagem (não) é mera coincidência…


5) O QUARTO DE JACK:

O Quarto de Jack

O Quarto de Jack é daqueles filmes que vão ficar no meu coração. Ele traz uma situação dramática e tensa, coloca elementos poéticos e nos dá um monte de tapas na cara e reflexões. Além disso, dois trabalhos de atuação que impressionam e sinceramente não sei definir qual o mais perfeito: Brie Larson e Jacob Tremblay. Ela vencedora do Oscar, ele – injustamente – ignorado na premiação (argumento da idade é fraco aqui…). Lenny Abrahamson, com menos dinheiro que os concorrentes, foi indicado ao Oscar e faz um trabalho muito cuidadoso. O que aquele quarto representa reverbera e muito para além daquelas duas horas…


4) ANOMALISA:

anomalisa espelho

Uma animação com um plano sequência de uma cena de sexo. Não é todo dia que vemos isso…  A alteridade, desconstrução do homem e o não-ser são temas abordados aqui. O curto espaço-tempo que se passa a narrativa é o locus perfeito para nos dizer muito dizendo pouco. Anomalisa é uma tese de doutorado em psicologia (o vencedor do Oscar, Divertida Mente, é só um TCC de graduação…). Anomalisa é um filme difícil de ver, talvez muitos não gostem, quem encarar o desafio pode entrar na mente de um homem como poucas vezes antes…


3) SPOTLIGHT – SEGREDOS REVELADOS:

post_Spotlight

O Oscar de melhor roteiro e melhor filme estiveram em mãos muito justas este ano. Spotlight é um primor no quesito roteiro. Ele pega um tema espinhoso e trabalha de uma maneira dura e importante (lembra um documentário às vezes), ao passo que traz personagens fortes e uma história envolvente. Há cenas muito marcantes, principalmente duas envolvendo o personagem do Mark Ruffalo. Aliás, o elenco todo está de parabéns. Outro ponto caro em Spotlight é o ritmo: ao mesmo tempo que mostra o quão frenético é uma redação de um jornal, dá a tranquilidade necessária para apreendermos os fatos. Enfim, filme perfeito.


2) TRUMAN:

truman_still_h_2015

Truman é, no cinema, a palavra definitiva sobre amizade. Sim, é desta maneira audaciosa que senti vontade de defini-lo ao sair da sala. Um roteiro que poderia enveredar para o melodrama, mas nunca cai na armadilha. Aula de como apresentar, construir e revigorar um personagem. E uma aula, também, de atuação. Ricardo Dárin e Javier Cámara mostram que não são nomes de peso no cinema argentino à toa, o sucesso do filme passa muito por eles. Truman mudou meu jeito de encarar cinema, morte e, claro, amizade.


1) A JUVENTUDE:

A Juventude

O melhor filme do ano, para mim, não foi visto por tanta gente – uma pena… A Juventude fala de tanta coisa e de forma tão incrível que fica complicado resumir em poucas palavras. Temos arte em diversos aspectos (música, cinema, dança..) e dualidades várias (claro e escuro, som e silêncio, onírico e real, memória e esquecimento, além de juventude e velhice). Pegue o Maradona, o Hitler, a Rainha da Inglaterra, um monge budista e a miss universo e junte-os no mesmo ambiente. Todos eles se relacionando com a dupla de protagonistas (“só” Michael Caine e  Harvey Keitel – e vale o destaque para o Paul Dano também). A Juventude é um filme para ser apreciado em vários sentidos. O som é maravilho, o visual incrível e o roteiro brilhante. Busquem agora essa obra prima.

 


Acho válido citar, como menção honrosa: DeadpoolCarolA BruxaA Vingança está na modaPaulina.

Listas são sempre polêmicas, provavelmente a minha não coincidirá com a de muito de vocês (acho que com ninguém…). Ótima oportunidade para vocês pensarem e deixarem aí o próprio top 10 com os melhores filmes e falem também do que esperam para o segundo semestre. Será que no final do ano a lista “pra valer” terá muitas mudanças em relação a parcial dos seis primeiros meses?

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