Festival de Sundance 2017 – Dia 1 #ConexãoSundance
Conforme anunciado anteriormente, o Cinem(ação) faz parte do grupo de canais e sites que cobre o Festival de Sundance 2017, o mais importante festival de cinema independente do mundo.
No primeiro dia de festival, o crítico Maurício Costa comentou dois filmes: “Pop Aye” e “Workers Cup”. Outro grande destaque dos primeiros dias foi o ex-candidato à presidência Al Gore, que apresentou o documentário “An Inconvenient Sequel” (Uma Sequência Inconveniente), cujo vídeo da exibição (já no dia 2) está também disponível abaixo.
Festival de Sundance 2017 – Dia 1
Confira os filmes comentados:
Pop Aye (Tailândia):
O filme é da mostra competitiva de dramas em língua estrangeira. O título faz referência ao marinheiro dos desenhos, e é da diretora Kirsten Tan. O filme é um road movie de um homem com um elefante. Ele compra o animal, supostamente o mesmo que teve em sua infância, e decide atravessar a Tailândia para levar o animal de volta à cidadezinha de origem. Segundo Maurício, é uma história muito interessante de nostalgia e de tentar recuperar um passado irrecuperável. Tem uma trilha sonora inteligente que mistura tons de música brega tailandesa com música americana e músicas clássicas, e tem cenas de humor. A grande estrela do filme é o elefante Bong, que se tornou um personagem carismático.
O filme chamou atenção pelo elefante, que conquistou a plateia, mas tem alguns problemas. A ideia de mostrar o protagonista, que é um arquiteto resistente à construção de prédios modernos, fica solto no filme e se torna irrelevante. Mas como road movie é um filme muito inteligente, como explica Maurício no vídeo.
Workers Cup (Qatar):
O documentário da mostra internacional de documentários, do diretor Adam Sobel, que trata dos campos de trabalho na construção dos estádios e infraestrutura do Qatar para a Copa do Mundo de 2022. Polêmica conhecida pelos brasileiros, o filme trata das acusações de trabalho escravo em relação aos trabalhadores imigrantes que vão trabalhar para as empresas construtoras. Como os trabalhadores ficam totalmente à mercê das empresas, a situação fica semelhante à de uma escravidão moderna. Segundo o crítico, o filme é muito sensível ao não fazer uma denúncia puramente política, mas um estudo de personagem como consequência do campeonato que intitula o filme, e que foi um campeonato entre os trabalhadores dessas empresas. O documentário acaba explicando sobre as origens, motivações e conflitos dessas pessoas, e ainda oferece a oportunidade de acompanhar um campeonato de futebol que fez com que a plateia torcesse pelo time, se preocupando com os personagens e seus destinos, de forma mais eficiente que muitos filmes de ficção. Segundo o crítico, o documentário acaba fazendo, junto com toda sua sensibilidade, uma denúncia da situação desses campos de trabalho. A repercussão do documentário pode ser grande nos próximos anos para a Copa do Mundo de 2022.
Al Gore sobre “An Inconvenient Sequel”:
No vídeo, filmado já no segundo dia do Festival de Sundance 2017, o ambientalista Al Gore pede às pessoas que se juntem a esse movimento e continuem o momento da revolução da sustentabilidade. Segundo ele, a Revolução da Sustentabilidade tem o escopo e a escala da Revolução Industrial, e a velocidade da Revolução Digital. Ela está arrebatando o mundo por causa das ferramentas digitais que permitem às pessoas identificarem formas de emissão desnecessárias e fazer seus negócios mais rentáveis. Quando as empresas tentam contratar os melhores empregados, o que elas ouvem dos trabalhadores da geração Millennial é: “estou também interessado nos seus valores, e quero trabalhar em uma empresa interessada em fazer um mundo melhor”. Segundo ele, três perguntas devem ser respondidas: Devemos mudar? Podemos mudar? Vamos mudar? O que Al Gore explica no vídeo é que o primeiro filme, de 10 anos atrás, respondia primordialmente a primeira pergunta. Este, apesar de também tratar da primeira questão, se propõe a responder mais às outras. O custo da energia renovável e da sustentabilidade caiu tanto que tornou a sustentabilidade mais próxima dos grandes líderes. Mas a chave para a verdadeira mudança é cada um de nós, segundo Al Gore. “Uma pessoa pode fazer a diferença ao se juntar aos outros e fazer deste movimento mais forte e poderoso”. Este filme deve ajudar a catalisar este movimento. Ele conta que a verdade tem o poder de mudar o mundo para melhor, e acredita profundamente que o movimento pela melhoria climática melhorou as vidas das pessoas ao redor do mundo. E finaliza dizendo que a vontade de agir é, em si, uma fonte renovável de energia.
Participam da cobertura do Festival de Sundance 2017 os seguintes sites e canais: Razão:de:Aspecto, Cinem(ação), Conacine, Cine Drive Out, Pós-Créditos e Correio Braziliense.
Acompanhe a cobertura completa do Festival de Sundance 2017:
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