19 filmes que vi no cinema em abril de 2016
Abril foi um mês de longas bem variados entrando em cartaz. Tivemos um filme do Oscar (estreando tardiamente), animação, muitos longas nacionais, documentários, e, claro, uma guerra civil….
Começa agora a quarta edição da compilação mensal das minhas aventuras cinematográficas. Vocês podem conferir o que eu vi nos meses de Janeiro (15 filmes), Fevereiro (16) e Março (10). Este mês de Abril foi, até agora, o que mais comi pipoca. Vamos à lista, lembrando que ao clicar no título vocês serão poderão ler a crítica completa (sem spoiler) dos longas.
Começando dos filmes com as notas mais baixas:
Talvez eu esteja mal acostumado com animações que mesmo tendo como público maior as crianças também traga algo de valor para os adultos. Fato é que No Mundo da Lua é muito chato se você tiver mais do que 10 anos. Personagens desinteressantes, roteiro problemático e um visual genérico. Filme esquecível e pior animação que vi em muito tempo. Nota 3 (para os pequenos a nota pode ser um 6)
Adaptação do clássico da coleção vaga lume tenta apresentar a obra para o novo público e conquistar os nostálgicos. Mas o bom texto (que foi transferido para um roteiro digno até) é completamente estragado pela direção. A estilização do vilão e a péssima condução dos atores tornaram uma boa ideia em algo intragável. Nota 3,5
Um filme de ação que é o mais raso possível e o pior: ele tenta não ser. Mistura de diálogos e cenas terríveis com uma pretensa tentativa de algo novo. As atuações, principalmente a do Kevin Costner, estão boas (o elenco é muito conhecido, aliás). O longa não funciona nem como obra de arte e nem como ação visualmente interessante. Nota 4
O começo mostra a construção de um casal (Julianne Moore e Ellen Page) e prometia um filmaço. Da metade para o final algo ocorreu (deve ter mudado a direção e o roteirista, não é possível..) e o filme rui. O longa vira um apelo ao sentimentalismo e tudo de bom que ele tinha conquistado, como as duas protagonistas, sai de cena. E temos uma das piores atuações do Steve Carell. Nota 4,5
Em Nome da Lei tem um tema importante: corrupção, combate ao crime organizado e questões de fronteira. O Brasil tem tentado fazer coisas diferentes no cinema. Contudo, isso por si, só não é mérito. O roteiro aqui foi muito mal trabalhado. Temos um arco do vilão do filme, interpretado pelo Chico Diaz, que é algo realmente bom. Mas todo o resto está envolto a uma capa de problemas: cenas mal feitas, furos de roteiro, momentos clichês. Nota 4,5
Uma história real de um garoto que tem um problema nas pernas e mesmo assim sonha em ser um atleta Olímpico. Eddie, “A Águia” nos brinda com uma história emocionante e de luta para conseguir os próprios sonhos. A atuação do Taron Egerton está assustadoramente boa. Mas o roteiro é linear demais, os demais personagens são monotônicos e alguns arcos desnecessários. As cenas no esqui são fracas e perderam uma boa chance de contar uma excelente história. Nota 5,5
Como ensinar uma menina cega e surda a se comunicar? A Linguagem do Coração é uma história real sobre educação, quebra de preconceitos e reflexões. Por vezes melodramático demais, mas em outras acertando no tom. Filme que tem que ser visto por quem lida com linguagem inclusiva. Mais um caso que o tema é mais rico que o filme. Nota 6
Outra biografia. Desta vez a de um dos maiores enxadristas de todos os tempos: Bobby Fischer. O americano que lutou sozinho contra os grandes mestres russos tinha uma personalidade forte e paranoica (ou era precavido em excesso…). Mas a falta de ritmo deixa a história pior do que ela é na realidade. A falta de sutileza em algumas abordagens também prejudica a obra. Não é um filme ruim, mas fica um gosto amargo. Nota 6
A Senhora da Van é um filme leve, com ótimas atuações e um roteiro previsível. Mas se encarado de forma descompromissada pode valer o ingresso. Ótimas atuações de Alex Jennings (como retrato clássico do inglês) e da incrível Maggie Smith (como uma senhora um tanto peculiar). Faltou um certo aprofundamento em alguns pontos da história, contudo dá para aproveitar. Não será um filme marcante, mas merece uma nota 6
Até os minutos finais poderíamos considerar o longa com uma nota 8. O design de produção, as autuações e a direção estão excelentes. Mas o drama e o suspense daquele bunker claustrofóbico e acolhedor dão lugar a um problema grave e um final completamente fora do tom. Mesmo assim, muito melhor que o “antecessor” Cloverfield – monstro. Nota 6,5
9) CAPITAL DOS MORTOS 2: MUNDO MORTO:
Produção nacional sobre zumbis. Orçamento baixo (10 mil reais). Tinha tudo para dar errado… Uma fotografia lindíssima, um som imersivo e uma direção acertada ao criar o clima de tensão sem apelar para jumpscares. Há alguns problemas nas atuações e no roteiro, porém eles ficam pequenos perto do resultado final. Nota 7
8) NISE: O CORAÇÃO DA LOUCURA:
A história da Nise da Silveira é pouco conhecida do grande público. Ela revolucionou o tratamento de pessoas com distúrbios mentais apostando na terapia ocupacional e não na violência e em métodos invasivos. O longa, que traz a Glória Pires como protagonista, mostra o crescimento e a transformação dos internados. A parte técnica está muito boa: fotografia, direção e principalmente o som. A história se apesenta de forma linear e sem grandes surpresas. Nota 7,5
Irmãos Coen fazendo uma homenagem/sátira ao cinema dos anos 50. Grande elenco e em atuações leves e divertidas. Muitas referências (confesso que não peguei todas). E um humor à la Coen. A história faltou um certa coesão e alguns arcos ficaram sobrando. Não é um filme para todos os públicos. Nota 7,5
“existem páginas que nunca viramos”. A frase foi retirada de um diálogo do filme e reflete bem a toada do longa. A tensão entre Turcos e Armênios e como isso reverbera nas pessoas é muito bem construído nesta obra. A direção deixa um pouco a desejar em algumas cenas, mas no todo tem uma boa condução. Vai além de ser mais um filme de guerra… é um filme sobre pessoas. Nota 8
Decisão de Risco é um filmaço de suspense que mostra as consequências da guerra. Ótimas atuações e presenças de atores como Aaron Paul (o Jesse de Breaking Bad) e o último trabalho de Alan Rickman (o eterno Snape). Uma história linear, mas que foi muito bem construída. A tensão estabelecida promete ser uma das melhores do ano. Nota: 8
Mais uma adaptação do Menino Lobo. Agora o foco são os efeitos e a fotografia. Primor técnico tal que por vezes acreditamos que aqueles cenários e seres existem. Os personagens clássicos de volta encantando (e cantando) novamente. Um subtexto rico e que permite reflexões. Assista legendado e sinta o trabalho de uma forma muito pensada para cada ator. Nota 8
Uma grata surpresa, não tão surpresa assim já que o filme foi o vencedor o Urso de Ouro no Festival de Berlim. O documentário tem como cenário a ilha de Lampedusa. Sob o domínio da Itália, o local que fica mais próximo da África que da Europa, serve como rota de fuga para o continente europeu. Paralelo à história dos refugiados, temos a de um garoto, morador da ilha, no dia a dia. O documentário tem um grande mérito na condução da narrativa e no modo como foi filmado, não parecendo em nada com o que vemos no gênero. Nota 8
2) CAPITÃO AMÉRICA: GUERRA CIVIL:
Eles tinham uma pressão muito grande e deram conta. Essa é a sensação quase que geral, na crítica e no público, sobre o carro chefe da Marvel este ano. Um pouco disso é pelo filme com vários super heróis ter dramas tão humanos, às vezes menos é mais. Excelentes personagens, novos e antigos, com destaque para o Pantera Negra, Homem Aranha, Homem de Ferro, Capitão América e Homem Formiga. Uma trilha nula e uma montagem com alguns problemas tiram o louvor total, mas longe de sujar este que pode ser considerado um dos melhores longas da Marvel. Nota 8,5
Indicado na categoria de melhor canção no Oscar deste ano. Mas a canção, que é maravilhosa, é uma das coisas mais fracas do filme… a obra é um espetáculo por completo. Já entrou no meu top 10 de todos os tempos. Atores, roteiro, direção, som, montagem, tudo funciona aqui com maestria. Filme extremamente metalinguístico e artístico. Obra completa. Nota 10
Em Abril tivemos uma média de 6,4, considerando os 19 filmes. Mais demérito dos filmes ruins do que falta de mérito dos filmes bons. E você: quais filmes viu mês passado? E quais já programou para Maio? Deixe nos comentários.
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Sobre o autor
Lucas Albuquerque
Sou carioca e moro em Brasília. Praticamente desde que nasci, há 26 anos, amo pizza, futebol e cinema... não necessariamente nesta ordem. Espero marcar um golaço nestes rodízios cinematográficos aqui no Cinem(ação)
