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Crítica: A Senhora da Van

A Senhora da Van teve uma indicação ao Globo de Ouro em atuação para Maggie Smith.

Ficha Técnica:
Direção: Nicholas Hytner
Roteiro: Alan Bennett
Elenco: Maggie Smith, Alex Jennings, Alan Bennett
Nacionalidade e lançamento: Reino Unido, 2015 (07 de abril de 2016)

Sinopse: uma senhora, após um trauma, vai morar em uma van. Um escritor que precisa se dividir em dois para produzir. Quando o caminho dos dois se cruzam temos uma intensa relação cheia de aventuras.

A Senhora da Van

Vou começar a crítica já falando dos atores: Maggie Smith (a eterna Professora Minerva McGonagall da franquia Harry Potter) e  Alex Jennings estão fantásticos nos papeis principais aqui. Ela inclusive indicada para o Globo de Ouro na categoria comédia ou musical. Os dois dão o tom do filme e são, disparado, as melhores coisas do longa. Maggie fazendo uma senhora senil e ele um escritor. Cada trejeito, conversa e emoção deles são dignos de nota.

A história de A Senhora da Van é simples: uma senhora estaciona uma van, que é o local onde ela mora, ao longo Camden Town, um bairro inglês de classe média. Ela traz no veículo um monte de quinquilharias, mas o fato marcante é a personalidade um tanto peculiar da “moça”: meio ranzinza e um tanto resoluta (daquelas que quando colocam uma ideia na cabeça não tiram nunca mais…).

Por onde essa peculiar figura passa causa reações diversas. Até que ela encontra Alan Bennett, um escritor que vive conflitos internos focado na dualidade viver vs escrever. O envolvimento dos dois é divertido e emocionante.

Vale o destaque que o filme é baseado em fatos reais (ou parte dele, como é dito no letreiro inicial). Tanto que o próprio Alan Bennett real faz uma ponta. A história que o personagem escreve é a que vemos se desenvolver em tela. E ele até brinca sobre o fardo que ele tem de escrever sobre idosas (ele tem uma peça em cartaz sobre a mãe dele).

Os personagens secundários, com destaque para os que compõem a vizinhança, são caricaturas de um tipo comum: aqueles que fazem um ou outro ato de “caridade”, mas no fundo são preconceituosos e não querem por a mão na massa para resolver o problema.

A pegada de A Senhora da Van é comédia e drama. No tom geral cai mais para a comédia. E esta funciona bem. O humor é bem britânico, então quem não está acostumado pode deixar de rir de algumas piadas. Algumas sacadas de fato rimos internamente, mas não merecem gargalhadas.

A Senhora da Van

A parte dramática perde força em relação à anterior. Meio que sabemos o destino dos personagens e a abordagem não favorece reflexões mais profundas. O longa resvala em algumas questões, mas fica em uma zona de conforto.

Há uma certa barriga no segundo ato que deixam as 1h45 de filme um pouco maçante. A história é um tanto monotônica e perde a mão em alguns instantes.

Um aspecto interessante é a relação da Senhorita Shepherd com a música. Ela tem um passado misterioso, que vai se revelando ao longo da trama, e um dos fatores mais instigantes é a questão musical.

A Senhora da Van é um filme leve (se a intenção era essa temos um mérito aqui, mas acho que dava para forçar algum outro aspecto) com ótimas atuações e um roteiro previsível. Mas se encarado de forma descompromissada pode valer o ingresso, o longa estreia agora quinta-feira.

[o trailer revela um pouco da trama, mas não estragou a minha experiência]

 

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