Festival de Sundance 2018 – Dia 6 #ConexãoSundance
Film team and Sundance Film Festival Director John Cooper attend the World Premiere of Puzzle by Marc Turtletaub, an official selection of the Premieres program at the 2018 Sundance Film Festival. © 2018 Sundance Institute | photo by Jonathan Hickerson. All photos are copyrighted and may be used by press only for the purpose of news or editorial coverage of Sundance Institute programs. Photos must be accompanied by a credit to the photographer and/or 'Courtesy of Sundance Institute.' Unauthorized use, alteration, reproduction or sale of logos and/or photos is strictly prohibited.
Conexão Sundance

Festival de Sundance 2018 – Dia 6 #ConexãoSundance

Festival de Sundance 2018 – Dia 6: O sexto dia do festival traz três filmes conferidos por Maurício Costa. Além de um convencional filme de espionagem (que, reforçando, é bastante convencional! rsrs), o resumo mostra o estudo de personagem “Puzzle” e o surpreendente Lords of Chaos, que conta a história de uma banda de black metal. Confira:

Foto acima: Elenco e equipe de Puzzle e do Festival de Sundance em Premiére do filme. Photo by Jonathan Hickerson/ Courtesy of Sundance Institute.

 

Festival de Sundance 2018 – Dia 6:

 

Beirut

Estados Unidos, 2017, 110 min. Ficção. Direção: Brad Anderson

Rosamund Pike, Jon Hamm and Dean Norris appear in <i>Beirut</i> by Brad Anderson, an official selection of the Premieres program at 2018 Sundance Film Festival. Courtesy of Sundance Institute | photo by Sife Eddine El Amine. All photos are copyrighted and may be used by press only for the purpose of news or editorial coverage of Sundance Institute programs. Photos must be accompanied by a credit to the photographer and/or 'Courtesy of Sundance Institute.' Unauthorized use, alteration, reproduction or sale of logos and/or photos is strictly prohibited.

O filme que está em Premiére mundial é um thriller político de espionagem. Estrelado pelo Jon Hamm e dirigido por Brad Anderson, é um filme interessante e bem executado apesar de convencional. Hamm vive um diplomata que trabalhava em Beirut em 1973, e depois de um evento trágico ele se retira, vai para a iniciativa privada. Durante a Guerra Civil no Líbano, no início dos anos 80, é chamado de volta pelo governo dos Estados Unidos para participar de uma negociação de troca de reféns. Esse é o mote principal do filme, envolvendo o conflito do Oriente Médio, a questão Palestina, Yasser Arafat, etc. Como filme de ação e espionagem, funciona bastante bem. A melhor comparação seria com os filmes baseados na obra de John Le Carré. É o tipo de narrativa que se tem aqui. Mas no geral, é bastante convencional, com direção bem executada e uma história convencional, com uma interpretação que parece o Don Draper (Mad Men) espião. É aquele tipo boêmio e problemático, mas carismático, o que não é típico do ator. É um anti-herói charmosão buscando resolver seus dramas pessoais em busca de uma redenção por meio do trabalho. Quem está no filme é Rosamund Pike, que vive uma diplomata americana em Beirut. As locações do filme foram todas no Marrocos, onde encontraram uma cidade que lembrasse a Beirut destruída pela guerra civil, de forma bem produzida.

 

Puzzle

Estados Unidos, 2017, 103 min. Ficção. Direção: Marc Turtletaub

Kelly Macdonald appears in <i>Puzzle</i> by Marc Turtletaub, an official selection of the Premieres program at the 2018 Sundance Film Festival. Courtesy of Sundance Institute | photo by Chris Norr. All photos are copyrighted and may be used by press only for the purpose of news or editorial coverage of Sundance Institute programs. Photos must be accompanied by a credit to the photographer and/or 'Courtesy of Sundance Institute.' Unauthorized use, alteration, reproduction or sale of logos and/or photos is strictly prohibited.

O filme que pode se chamar Enigma ou Quebra-Cabeça em português está mais para a segunda opção. É um filme que realmente trata de quebra-cabeças. É um drama interessante sobre uma dona de casa com talento para fazer quebra-cabeças e isso acaba mudando a vida dela e a desperta para o mundo. Kelly Macdonald, a atriz principal, está realmente em uma atuação primorosa. O filme é um estudo de personagem e depende essencialmente da atuação dela. Agnes, a protagonista, é super contida e extremamente simplória na forma de pensar e agir, e tem dificuldade de expressar a sua insatisfação e sua infelicidade. A descoberta do talento dela faz com que ela vá atrás de um parceiro, o que acaba desorganizando sua vida como dona de casa. Segundo o crítico, uma coisa muito boa do filme é que apesar de ela ter um casamento infeliz, não se trata de um relacionamento abusivo. O marido dela é um cara machista de forma tradicional, mas isso acontece por conta da forma como ele foi criado: ele é simplório e limitado pelos preconceitos, mas não é um cara maldoso ou maltrata a esposa. É apenas o estereótipo de um homem antiquado. E o filme se desenvolve bem, fazendo uma escolha excelente para o final, sem apelar para o melodrama. É um filme que tem um grande senso de humor, mas a graça está nos fatos da vida real e de como as coisas efetivamente acontecem. Está nas coisas que falamos que são engraçadas no contexto de quem está vendo de fora, mesmo que seja um momento trágico, e sem que estejam forçando uma piadinha. A construção do personagem e a execução dele torna a situação engraçada e nos faz rir daquilo por achá-las ridículas, mas sem tratá-las como ridículas. É um bom drama que deve fazer algum sucesso nos cinemas. O público médio, que gosta de ir ao cinema e ver um bom filme que não seja apelativo vai gostar de Puzzle.

 

Lords of Chaos

Estados Unidos, 2017, 112 min. Ficção. Direção: Jonas Åkerlund

Segundo Maurício, este é um filme que surpreendeu muito. É baseado na história real do Mayhem, uma banda norueguesa que fundou o black metal, e mudou o estilo de como se fazia o death metal. Ele supera as expectativas por diversas razões. A história é engajante e conta a história toda de quando o protagonista descobre que é satanista, até o final trágico que ocorre com os personagens principais – que qualquer um pode descobrir com uma pesquisa no Google caso queira saber de spoilers. O filme começa muito bem e com um tom muito cômico, porque é engraçado ver os adolescentes com aquele tipo de discurso, e vai ficando sombrio em um crescendo, à medida que as coisas ficam sombrias na vida real, como por exemplo o suicídio de um personagem no início da trama. Até aquele momento, ele estava engraçado. O grande mérito do filme é a direção junto com a  montagem, que pegaram uma história que poderia interessar a um público específico, e transformaram em um thriller engajante para o público em geral. Ele tem uma montagem bastante inteligente, sabendo usar sequências de memórias, alucinações e sonhos para ajudar a formar o contexto de quem são os personagens, as contradições entre eles, e como o personagem tem muito mais camadas do que se imaginaria pelo estereótipo dele. Até chegar em seu desfecho, o filme acaba ficando muito sombrio e bastante gore, com violência explícita e sem poupar o espectador, chocando o público. É um ótimo filme, mas para gostar dele tem que ter estômago.

 

 

Participam da cobertura do Festival de Sundance 2018 os seguintes sites e canais: Razão:de:Aspecto, Cinem(ação), Cine Drive Out, Artecines,  O Sete e Correio Braziliense.

 

Confira a cobertura do #ConexãoSundance:

Cobertura do Festival em 2017

Festival de Sundance 2018 – Dia 1

Festival de Sundance 2018 – Dia 2

Festival de Sundance 2018 – Dia 3

Festival de Sundance 2018 – Dia 4

Festival de Sundance 2018 – Dia 5

Festival de Sundance 2018 – Dia 6

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