29 filmes que vi no cinema em maio de 2016
Maio foi muito frutífero em termos cinematográficos para mim. Teve estreia de blockbusters, as primeiras adaptações de games no ano, 6 filmes nacionais e o Festival de Cinema Europeu.
Consegui, como o título sugere, ver nas telonas 29 filmes no mês que passou. Um recorde pessoal. Nos meses anteriores vocês podem conferir o que eu assisti nos cinemas: Janeiro (15 filmes), Fevereiro (16) e Março (10) e Abril (19).
Vamos à lista de maio, lembrando que ao clicar no título vocês serão poderão ler a crítica completa (sem spoiler) dos longas. Na ordem crescente das notas:
Dois momentos da vida de uma mulher são colocados lado a lado em tela. Um roteiro com diálogos sofríveis e conflitos mal desenvolvidos tornam este longa um martírio. Clichê atrás de clichê, romance mal construído e atuações irregulares que pouco acrescentam… essas são as bases do pior filme do mês. NOTA 2,5
História de um casal (mais da parte masculina) com uma trama tenta ir por alguns caminhos, depois desiste, e o mote central é óbvio e perde força. O diretor Roberto Gervitz erra a mão em várias cenas. Os atores parecem estar no piloto automático. A edição derrapa, mas tem horas que ajuda. A fotografia também salva alguma coisa. Mas, até agora, é o pior filme nacional do ano. Simplesmente vazio… NOTA: 3
Um musical tragicômico que se passa em um cemitério. Com essa proposta inusitada somos mergulhados na história de Deodato, um aspirante à coveiro sem tino para a coisa. O bom personagem se perde em meio a uma edição desastrosa e uma direção bem ruim. Infelizmente outro filme nacional que não agradou. NOTA: 3,5
Humor escatológico, com piadas fáceis e bobas. Um discurso feminista que sai pela culatra e vira um machismo. Uma profusão de tipos sem profundidade. Mas principalmente sem graça, maior falha de um longa de comédia. Interpretações medianas, uma edição fluida e uma trilha condizente são os aspectos positivos. NOTA: 4
Um resolvedor de problemas com dificuldade de comunicação e que tem que se familiarizar com as demandas da terra natal, após anos fora. Essa é a saga de Ariel, um personagem bem interpretado, mas presente em meio há uma série equívocos da direção e de um roteiro que arranha desenvolver algo sem nunca chegar lá. NOTA: 4,5
Sequência do vazio e sem graça longa de 2010. Agora o filme tem mais vida, contudo comete alguns erros de roteiro que desestruturam o universo da obra. Muitas conveniências e uma falsa sensação de urgência. Além de um péssimo aproveitamento de personagens (e uma valorização da irritante rainha branca). Pontos positivos continuam sendo o design de produção e os efeitos, agora também acrescidos do personagem Tempo e da divertida Rainha Vermelha. NOTA: 5
23) HERÓIS DA GALÁXIA: RATCHET E CLANK:
A adaptação de um famoso jogo tenta resgatar os fãs. Pode até ser que tenha sucesso nesse quesito e com as crianças. Os demais públicos não terão uma boa experiência com a história que é bem óbvia e não tão bem contada. Mas os protagonistas são carismáticos e o longa traz algumas referências interessantes. NOTA: 5
Alguns elementos técnicos corretos, como uma direção que foca em planos fechados e uma fotografia em um tom mais azul acinzentado dão algum tempero ao insosso filme. O roteiro alterna entre soluções fácies e desinteresse. Falta um certo viço e presença para se tornar marcante. Mas definitivamente não é um filme “errado”. NOTA: 5
Três histórias paralelas com um viés fantástico e bizarro. Um grande problema: como foram contadas. Os motes são bons, mas o desenvolvimento e principalmente a conclusão são péssimos. A fotografia e o design de produção estão espetaculares. Cada cenário exuberante grita de uma forma positiva, infelizmente o roteiro não acompanhou. NOTA: 5,5
Inspirado no clássico “Decameron”, traz alguns elementos interessantes: fotografia, figurino e alguns movimentos de câmera que ajudam a narrativa. Mas o roteiro e as atuações são bem fracos. A história não tem força e nem carisma, não conseguimos nos afeiçoar àquelas personagens. Filme que não ficará marcado. NOTA: 6
Gosta de teatro e de filmes alegóricos? Então este longa é para você. Atuações intencionalmente forçadas, um roteiro bastante peculiar – mas com um viés bem crítico e um humor meio absurdo. Os medos e hipocrisia da classe média são caricaturados nesta obra de Ugo Giorgetti. Pode valer a experiência. NOTA: 6,5
Documentário bem divertido sobre uma das figuras mais polêmicas do nosso show business. Mostra várias facetas dele. Os causos contados realmente são bastante engraçados. O doc, porém falha em aprofundar certos aspectos e tem um pouco de problema na estrutura. NOTA: 6,5
A grande estreia do mês se mostrou inconstante. Bons e maus momentos andando de mãos dadas. Personagens intensos (Magneto) e divertidos (Mercúrio) em contato com nulidades (Anjo e Psylocke) e abordagens ruins (Apocalipse). Cenas bem feitas e furos de roteiro. Trilha marcante e efeitos que engolem a narrativa… enfim, uma obra bem mais ou menos…mas que funciona NOTA: 6,5
Uma dupla de protagonista fantástica: George Clooney e Julia Roberts dão um show. O filme que tenta criticar o sistema financeiro, acaba caindo em uma abordagem meio boba. A construção do espaço de um estúdio ficou muito boa. A tensão acabou engolida pelo humor – e pelo carisma de Clooney. Bom entretenimento. NOTA: 6,5
15) AS OVELHAS NÃO PERDEM O TREM:
Comédia romântica espanhola muito divertida. Traz vários personagens e praticamente todos tem função e são marcantes. Um humor que tem uma certa mescla de Seinfeld e Friends. Pensamentos engraçados sobre situações cotidianas facilmente identificáveis, ao mesmo tempo com um certo absurdo. Vale muito conferir. NOTA: 6,5
O cinema é um mar de histórias de amor. Mas esta tem um enredo pouco usual: apenas narração poética carregadas de simbolismo e intimismo. Interpretações teatrais e bem físicas. Um ritmo pouco palatável, mas uma fotografia e trilha fantásticas. Filme pouco comercial e bastante artístico. NOTA: 6,5
Uma comédia romântica argentina que traz uma construção de personagem muito bacana. Metalinguagem com o elemento interpretativo e atuações (do casal principal e dos coadjuvantes) ótimas. Todavia, um elemento fundamental: é muito engraçado. NOTA: 7
12) SÓ O MELHOR PARA O NOSSO FILHO
Documentário sobre um rapaz com autismo e como se dá as relações dele com a família. O personagem principal, Kess, é muito carismático e a diretora conseguiu captar bem diversas facetas dele. NOTA: 7
Quer chorar? Então vá ver este filme… incrivelmente ele consegue emocionar quase que o tempo todo. A montagem está excelente e os atores seguram a onda para o longa não descambar. O trabalho de direção aqui merece elogios. Gabriele Muccino, que conduziu À Procura da Felicidade, traz mais um melodrama com valor. NOTA: 7,5
Maior surpresa do ano até agora. E melhor adaptação de um jogo para as telonas. É elaborada uma história a partir quase de um nada narrativo. O resultado é um mundo bem criativo e divertido. O Red, personagem principal, é bem marcante. Os demais também não ficam atrás. NOTA: 7,5
Dirigido, roteirizado e protagonizado pela Natalie Portman. Parte do filme lemba o excelente A Vida é Bela. A parte final perde força ao mudar o protagonismo. Portman tem uma boa história nas mãos, mas falta foco e viço em alguns momentos. Ainda assim, um longa com méritos. NOTA: 7,5
Alceu Valença mostra que tem perícia para além da música. Ele dirige, roteiriza, faz uma participação como ator, monta o filme e claro cuida da parte musical. Parte desses elementos capengam, outra tem um resultado excelente. Vale a pensa conferir a história de Lampião sob a ótica do cordel. NOTA 8
Gosta de contemplar o que está vendo? Admira uma boa fotografia e trilha? Então este é o teu filme. Roteiro e ritmo deixam a desejar. Este longa oriental traz elementos pouco comuns por aqui. Dos que eu vi foi o melhor filme “estrangeiro” (ou seja, fora dos EUA) do ano e deveria ter sido indicado ao Oscar. NOTA: 8
Uma jornada de um judeu bem idoso em busca do assassino que matou a família dele na guerra. Pensando um pouco você começa a achar pequenos furos no roteiro. Se não fosse isso teríamos uma obra e tanto. Belas atuações e direção. E o próprio roteiro, falho em alguns momentos, tem mérito em outros. NOTA: 8
Surpreendente longa esloveno. Constrói o dia a dia de um senhor de uma forma bem convincente. É uma comédia e como tal faz rir. É também um drama e como tal gera um efeito catártico a quem estiver aberto àquelas reflexões. Aparentemente simples, profundamente empático. Direção e trabalho com som excelentes. NOTA 8
Infelizmente um filme que não teve grande público. Ele mostra como a morte da matriarca da família repercute de formas diferentes nos outros membros. Há uma metáfora sobre ilusão que perpassa todos os personagens. Boas atuações ajudam a empurrar o filme pra cima. NOTA 8,5
Um humor bem aplicado e um drama raivoso, além de atuações pra lá de dignas. Tem coisas de Tarantino e Woody Allen. Figurinos, design de produção e trilha bem imersivos. Brinca com as relações de um jeito crítico e engraçado. NOTA: 9
Provavelmente um dos melhores filmes nacionais de 2016. Obra extremamente alegórica e intimista. Fala através de imagens – o protagonista tem pouco mais que 6 frases curtas – e que imagens: belíssima fotografia. Atuações difíceis, principalmente Ênio interpretado por Sandro Aliprandini. NOTA: 9,5
Filme definitivo sobre amizade. Construção de personagem feita de modo brilhante. Roteiro muito inteligente. Darín e Cámara fazem uma dupla para entrar no hall das melhores da história do cinema. Há uma metáfora sobre morte que é bem singela. Longa que apela com câncer e cachorro, mas nunca escorrega para o melodrama. Obra perfeita. NOTA: 10
A média das notas dos 29 longas de maio foi 6,5. E vocês: viram quais desses filmes? Tem algum que foram conferir nas telonas que não está aí? E agora para junho o que esperam? Deixem aí nos comentários….