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Crítica: X-Men: Apocalipse

X-Men: Apocalipse não mantém o nível da nova trilogia, mas traz bons elementos.

Ficha técnica:
Direção: Bryan Singer
Roteiro: Simon Kinberg, Bryan Singer, Simon Kinberg, Michael Dougherty, Dan Harris
Elenco: James McAvoy, Michael Fassbender, Jennifer Lawrence, Nicholas Hoult, Oscar Isaac, Rose Byrne, Evan Peters, Sophie Turner, Tye Sheridan.
Nacionalidade e lançamento: EUA, 2016 (19 de maio de 2016 no Brasil).

Sinopse: após o redespertar do mais antigo dos mutantes o mundo corre perigo. Os mutantes se dividem nesta nova ordem que Apocalipse tenta impor na Terra.

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O aviso sempre é pertinente: esta análise vai se ater ao filme e NÃO conterá spoiler.
X-men é uma franquia muito importante para os amantes de filmes de herói. Foi ela quem reiniciou essa febre há 16 anos, com X-Men (2000), o primeiro de uma longa série (6 filmes dos x-men e mais 2 solos do wolverine).

X-men: Apocalipse começa com introduzindo o personagem título (Apocalipse). A cena inicial terá repercussões ao longo da trama. A ação neste momento é digna, mas não traz o mesmo impacto que X-men 2 e Dias de um Futuro Esquecido. Os efeitos nesta passagem “gritam” muito, dando um ar de artificialidade – problema que se repete com o CGI ao longo de todo filme. (Já que citei a cena do início, aproveito para falar que há cena pós-créditos no final).

Após o prólogo, que se passa muitos séculos mais tarde, na década de 1980, somos contextualizados com a situação de alguns personagens ao redor do mundo. A mansão do Professor Xavier, por exemplo, encontra-se a todo vapor com vários estudantes matriculados. Os mutantes protagonistas nos primeiros filmes, como Jean e Ciclope, são adolescentes e estão iniciando os ensinamentos para controlar os poderes.

Magneto tem um arco dramático muito bom e é o personagem mais bem acabado do longa. Quase dá para chamá-lo de protagonista do filme, muita coisa gira em torno dos conflitos pessoais do Erik. O professor Xavier também fica no centro das atenções e tem um papel fundamental trama. A Mística continua em uma crescente e definitivamente não é mais uma coadjuvante, nesta nova trilogia ela deixou esse status e vem evoluindo em relação aos primeiros filmes da franquia. A agente Moira Mactaggert presencia a ascensão de Apocalipse e tem mais espaço do que em outros longas, mas sem muita profundidade.

X-Men-Apocalipse-

Os dramas mais “humanos” dos já citados Jean e Ciclope só engatinham e se não puxarmos o nosso background dos outros filmes ficam personagens com uma força menor que deveriam. Ciclope até tem uma historinha no começo, mas fica raso com o passar do filme. O grande destaque sem dúvidas vai para Mercúrio/Pietro. O garoto dá um show. A relação dele com os outros personagens faz com que a gente sinta muita empatia. Porém o brilho se dá nas cenas de ação. Ele já encantou em Dias de um Futuro Esquecido e aqui, indubitavelmente, ele se supera. Não vou falar mais para não estragar as surpresas.

Há também alguns personagens bem decorativos e quase sem função que os distinguam. Psylocke, Anjo e a Tempestade são exemplos nessa categoria. Ou seja, mais uma vez a Ororo não tem destaque.

Infelizmente Apocalipse é o destaque negativo. O mega vilão tem poderes realmente impressionantes o visual dele, apesar de carregado, também funciona. Agora o desenvolvimento deixa muito a desejar. Ele traz um viés de líder religioso e articula bem ao convencer outros personagens a segui-lo. Mesmo ele não sendo um bolo de carne, como o homônimo dele em Batman vs Superman, a construção dele é genérica e previsível. Esse fator tirou muitos pontos.

Na parte técnica já citei os efeitos. Eles me incomodaram e me tiraram da imersão algumas vezes. A trilha está boa e se faz presente em diversos momentos. A montagem do filme ficou um pouco confusa e desce o nível da narrativa.

As atuações não são geniais, mas muito condizentes com os personagens. James McAvoy dá uma força às diversas sensações que Charles Xavier passa. Rose Byrne consegue não deixar a personagem da Moira esquecível. Já Sophie Turner não me convenceu como Jean e Tye Sheridan tampouco como Ciclope.

X-Men_Moria_Beast_Havok_Mystique

Os grandes elogios vão para Michael Fassbender como Magneto, Evan Peters como Mercúrio e Jennifer Lawrence interpretando a Mística. Magneto, como falei tem grande destaque na história e Fassbender mostra que os bons trabalhos recentes dele, como em Steve Jobs, não foram à toa. Peters tem um time certo do humor, em conformidade com o filme como um todo, e se torna um Pietro muito mais marcante do que a versão dos Vingadores. Pela primeira vez vi um filme da Jennifer Lawrence que ela não fala mais alto que a personagem, o que me agradou muito.

X-men: Apocalipse tem ótimas cenas em diversos momentos. Um começo cambaleante, que vai se acertar mesmo apenas no último arco. As cenas de ação variam entre o empolgante e o artificial, mas tendendo sim para algo de bom nível. O que as prejudica exatamente é o CGI.

Há uma piada com significado triplo, envolvendo Star Wars, que é simplesmente genial. Coloco-a como uma das mais bem boladas de filmes do gênero. Apesar de todos os méritos, a marca deste longa será a de um vilão desperdiçado.

Considerando os outros filmes da franquia, longas solo do Wolverine à parte, X-Men: Apocalipse só é melhor que X-Men 3: o confronto final (2006). E considerando os filmes de Heróis lançados até agora neste ano a minha lista seria: 1º Deadpool, 2º Capitão América: guerra civil, 3º X-Men Apocalipse e 4º Batman vs Superman.

[o trailer revela algumas cenas que seriam melhor apreciadas na hora do filme, ou seja, spoilers]

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