Balanço do Festival de Sundance 2017 #ConexãoSundance
Maurício Costa faz um resumo final e fecha a #ConexãoSundance com o Balanço do Festival de Sundance 2017
O Festival de Sundance 2017 cumpriu sua vocação como plataforma de lançamento de muitos dos grandes filmes da temporada, bem como de novos talentos. Como um festival da indústria – nos EUA, o cinema independente também faz parte da indústria -, Sundance ajudou a impulsionar uma série de produções das mais diversas origens geográficas, temas, gêneros e linguagens, do mais puro drama subjetivo ao debate político mais aberto e direto. Apesar do perfil diverso do Festival, a cobertura da imprensa especializada geralmente se concentra, e se concentrou, na avaliação daqueles que poderão se tornar os grandes filmes de ficção estadunidenses do ano. Um ponto de vista limitado sobre um evento tão preocupado com a diversidade.
Da nossa cobertura, com mais de 40 filmes comentados, resultou uma lista diferente daquela que se reproduz nos jornais do mundo todo, que ignora os grandes filmes estrangeiros do festival. Para além dos vencedores da US Dramatic, I don’t fell at home anymore (júri) e Crown Heights (público) e das vendas estrondosas das comédias The Big Sick, por US$ 12,5 milhões, e de Patty’s Cake, por 9,5 milhões, e de diversos outros títulos comprados pela Amazon, pela Netflix, e pelos grandes estúdios de Hollywood, Sundance faz a première de alguns dos dramas que vão dar o que falar em 2017: Wind River, A Ghost Story, Sidney Hall, Mudbound e Call Me by Your Name são obras poderosas, que já ganham o olhar dos estúdios para a campanha do Oscar 2018. Nos filmes em competição, Walking Out e Golden Exits também se destacaram como narrativas cinematográficas capazes de mobilizar o público.
Entre os filmes estrangeiros, os vencedores The Nile Hilton Incident (júri) e Sueño en Otro Idioma (público) são realizações cinematográficas muito superiores aos vencedores da US Dramatic, seguidos pelos excelentes Free and Easy, Carpinteros e pelo brasileiro Não Devore Meu Coração. Na World Dramatic, havia maior diversidade de linguagem cinematográfica e de abordagens de temas universais.
Surpreendentemente, as Midnight Sessions lançaram um dos melhores filmes do festival e um dos melhores thrillers do ano, o norte-irlandês Bad Day For The Cut. Tenha especial atenção com esses títulos em 2017.
Entre os documentários, An Inconvenient Sequel, sobre o aquecimento global, City Of Ghosts, Cries From Syria, Last Men in Allepo, sobre a guerra na Síria, Teh Goos Postman, sobre a imigração síria para a Europa, The Workers Cup, sobre trabalho escravo nas obras da Copa do Mundo de 2022 e Trumped, sobre a eleição de Donal Trump para a presidência dos EUA, são as grandes promessas de polêmica e de excelentes filmes para 2017.
A cobertura do #ConexãoSundance cumpriu papel importante em trazer para o público brasileiro o ponto de vista não pasteurizado, baseado no conteúdo das agências de notícias internacionais. Demos uma grande ênfase aos filmes estrangeiros, porque somos estrangeiros em Sundance e porque essas produções são as responsáveis por grande parte da diversidade temática e de linguagem cinematográfica apresentada no festival.
Demos espaço aos documentários, gênero discriminado na indústria, mas que tem grande espaço em Sundance e público cativo. Cobrimos todas as sessões de meia noite, para os fãs de filmes de terror. Estivemos presentes nas premières de alguns dos futuros melhores filmes do ano, entrevistamos diretores, atores, conversamos com o público e registramos a experiência completa para você, amante do cinema, conseguir entender o significado do que aconteceu em Park City. Acredite se quiser: fomos os únicos brasileiros a cobrir presencialmente, com conteúdo original, o mais importante festival de cinema independente do mundo.
E pretendemos continuar em 2018!
Texto escrito por: Maurício Costa (Razão de Aspecto)
Balanço do Festival de Sundance 2017: Participaram da cobertura do Festival de Sundance 2017 os seguintes sites e canais: Razão:de:Aspecto, Cinem(ação), Conacine, Cine Drive Out, Pós-Créditos, Correio Braziliense e Casa do Cinema.
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