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Crítica: Homem com H

Homem com H – Ficha Técnica
Direção:
Esmir Filho
Roteiro: Esmir Filho
Nacionalidade e Lançamento: Brasil, 1º de maio de 2025
Elenco: Jesuíta Barbosa, Caroline Abras, Rômulo Braga, Hermila Guedes, Bruno Montaleone, Jullio Reis.
Sinopse: As diferentes fases da carreira do cantor Ney Matogrosso, desde a sua infância, passando pela adolescência e a vida adulta. Uma jornada através do tempo que acompanha um rapaz de origem humilde que quebra preconceitos e se torna um artista influente.

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Ney Matogrosso é uma força na natureza. E isso sempre se refletiu na sua carreira. Suas performances no palco sempre muito vivas e vibrantes, longe do pudor, medo e puritanismo. 

E sua cinebiografia não poderia deixar de refletir essa vivacidade vibrante tão única do Ney. E a escalação de Jesuíta Barbosa para viver um artista tão icônico da música brasileira se mostra um acerto desde os primeiros minutos dele em cena. 

A corporalidade do Ney interpretado por Jesuíta Barbosa reflete a do personagem real. E mesmo que em alguns poucos momentos pareça que vai caminhar para o exagero, isso acaba não ocorrendo. 

E a força de Ney e de Jesuíta é o que faz Homem com H um filme com tanta potência. 

Cinebiografias costumam ser um tipo de filme bastante formulaico de obra audiovisual. Muitas vezes retratando a vida do biografado da infância ao sucesso. Homem com H não foge disso. 

Mostrando a infância marcada pela repressão infligida pelo país até seu sucesso como um dos grande ícones da música brasileira, passando pelas dificuldades na carreira, os preconceitos sofridos por conta da sexualidade, os amores, as perdas. O longa acompanha tudo isso enquanto encena performances de alguns dos seus maiores sucessos.

Homem com H parece picotado com suas passagens de tempo abruptas, desenvolvendo tudo de forma corrida para dar conta de mostrar todas as fases da vida do Ney. E em alguns momentos chega a soar que está fugindo de mostrar  de forma aprofundada alguns dos conflitos da trajetória do cantor, como os problemas durante seu tempo no Secos e Molhados. Só que apesar disso Esmir Filho faz a cinebiografia funcionar bem porque parece entender o biografado. E o cineasta  consegue imprimir isso na tela. 

O filme acaba captando o espectador em um lugar emocional que vai além de ser fã ou não do Ney Matogrosso. Porque em uma época como a nossa, onde direitos estão sendo perdidos, a história de um personagem que mais do que tudo é um ícone da liberdade se conecta com o público de forma muito única e pessoal. 

Homem com H é um filme afetuoso e isso transborda na tela. E como nós precisamos de obras que nos peguem pelo afeto. E que delícia isso ser feito com as canções do Ney Matogrosso embalando tudo.

Nota: 3,5 / 5

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