CRÍTICA: SOB A PELE DO LOBO (ORIGINAL NETFLIX) 2018
Sob a Pele do Lobo é um filme para contemplar o silêncio, a solidão e o que isso pode gerar nas pessoas.
Ficha Técnica
Direção: Samu Fuentes
Roteiro: Samu Fuentes
Elenco: Mario Casas, Irene Escolar e Ruth Díaz.
Censura: 14 anos
Nacionalidade: Espanha, 2018.
A sinopse de Sob a Pele do Lobo é nua, crua e direta assim como o filme: um homem vive isolado no alto de uma montanha. Os poucos contatos que faz com pessoas é quando desce para um vilarejo a fim de vender a pele dos animais que caça. Um dia, decide ter uma esposa. Eis nossa trama.
Este é um filme altamente contemplativo. Há pouquíssimos diálogos. O diretor Samu Fuentes direciona toda a força narrativa para as expressões e gestos dos atores. O protagonista é rústico, forte e seco. Mas há desenvolvimento de camadas mais profundas de personalidade quando o roteiro atinge o ápice e o clímax.
Mario Casas, o ator, convence na atuação.
Se faltam diálogos ao filme, a fotografia é um discurso por si própria. As paisagens são exuberantes e a câmera privilegia as tomadas abertas para intensificar ainda mais o tom selvagem e bucólico do ambiente.
Fotografia e atuação fazem com que o espectador fique preso à narrativa na busca de respostas para o que aquele homem faz ali, como sobrevive e para onde a história vai. O roteiro responde com metáforas visuais. Perceba como uma cena é resposta à outra. Nos detalhes, você compõem a história daquele homem.
É provável que você já tenha lido em livros ou visto em filmes como eram os casamentos no século XIX. Trocas políticas, de terra ou econômicas. O título, Sob a Pele do Lobo, já é um indício do que você encontrará a respeito dessas relações (amorosas?).
Sob a Pele do Lobo é um filme que eu indicaria a quem quer uma experiência diferente. É uma obra original no que se propõe como argumento e na forma de conduzi-lo.
Por retratar a magnitude da natureza, senti falta de uma melhor edição de som e a posterior mixagem. Tempestades, sons ambientes e de animais são pouco explorados.
Você pode encarar como um documentário (da Discovery) realista (mesmo) sobre um homem vivendo numa montanha ou como ode à solidão, à vida bucólica, rústica e selvagem. Eu fico com a opção mais poética.
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Resumo
Sob a Pele do Lobo é um filme para contemplar o silêncio, a solidão e o que isso pode gerar nas pessoas, inclusive você, espectador.