Crítica: Oito Mulheres e um Segredo (Ocean's Eight, 2018)
Oito Mulheres e um Segredo
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Crítica: Oito Mulheres e um Segredo (Ocean’s Eight, 2018)

Oito Mulheres e um Segredo diverte e dá um gás para a franquia.

Ficha técnica:
Direção: Gary Ross
Roteiro: Gary Ross, Olivia Milch
Elenco: Sandra Bullock, Cate Blanchett, Anne Hathaway, Helena Bonham Carter, Rihanna, Sarah Paulson, Mindy Kaling, Awkwafina, Dakota Fanning
Nacionalidade e lançamento: EUA, 2018 (07 de junho de 2018 no Brasil).

Oito Mulheres e um Segredo

Há 17 anos um grupo de amigos resolveu se reunir para roubar um cassino fazer um remake de um longa da década de 60. Em 2001, portanto, mais uma versão de Onze Homens e um Segredo chegava às telas. Sai Frank Sinatra e entra George Clooney. O carisma da turma (que contava com nomes como: Brad Pitt, Matt Damon, Julia Roberts, Andy García e tantos outros) rendeu um filme bem enérgico e divertido. A sequência, três anos mais tarde, perdeu um pouco de viço, mas ainda manteve algumas boas piadas, como a impagável atuação de Julia Roberts em uma cena em específico. Já o terceiro, em 2007, demostrou um desgaste da fórmula e não agradou tanto.

Em 2018, após a divertidíssima versão feminina de Caça-Fantasmas há dois anos, temos a trupe apenas com mocinhas-bandidas tentando se espelhar nos outros da série e querendo ter uma personalidade única. O resultado de Oito Mulheres e um Segredo? Pra lá de digno. A proposta segue a mesma: uma diversão escapista com um foco bem delineado e uma fórmula já conhecida: um assalto que parece impossível. Não temos grandes inovações, portanto, inclusive o ponto alto são as atrizes.

E, claro, temos que gastar um tempinho dedicado a elas… Sandra Bullock, Cate Blanchett, Anne Hathaway, Helena Bonham Carter, Rihanna, Sarah Paulson, Mindy Kaling, Awkwafina, Dakota Fanning… todas grandes personalidades que trazem carisma e uma baita presença. Repare, por exemplo, no jeito de sentar de Cate, ou no ar futil de Hathaway, ou ainda no semi nonsense típico de Carter…

Obviamente que com um elenco desse tamanho fica difícil equilibrar o tempo em tela, algo visto também na contraparte masculina (e em filmes com muitos atores como Guerra Infinita e Os Oito Odiados). Tal prejuízo é de certo ponto natural, mas fica o gostinho de “a minha atriz favorita foi subaproveitada” ou a gente demora para encaixar cada uma delas na devida função – e quem tem problemas em distinguir nomes e rostos como eu, sofre um dobrado.

Oito Mulheres e um Segredo

O texto permite que essas grandes mulheres cresçam ainda mais. Nada reflexões gigantes e diálogos que vão muda a história do cinema, porém algumas alfinetadas certeiras e piadas no tom ajudam na fluidez do longa. É muito fácil ter simpatia por elas, mesmo elas sendo fora da lei. Há aquela típica glamurização do crime, mas que aqui a crítica fica em segundo plano dado a simpatia.

A trilha embala a trama com a velocidade necessária que o mote pedia. A montagem faz com que os minutos voem. Os cenários e roupas (o ambiente aqui está bastante ligado ao mundo da moda em uma adaptação bem pertinente, apesar de carregar algum esteriótipo) exibem glamour quase sempre e discrição quando precisa.

O lance capital, contudo, é menos espetacular do que poderia. Aqui se aprontar para a festa e conversar sobre é mais interessante do que o grande evento em si. Talvez por isso o tempo em tela tenha sido reduzido ou mesmo isso seja consequência de uma pouca minutagem. Os golpes paralelos são bem mais divertidos, vide o primeiro lance com a troca dos produtos na loja (alguns, como esse, beiram a fantasia e poderiam ser acusados de furos, mas relava-se em prol do todo).

Oito Mulheres e um Segredo tem como principal mérito funcionar dentro dos próprios limites naquelas quase duas horas. A questão é que o limites não são lá tão altos…. é mais um filme divertido do que qualquer coisa, lembra nesse sentido (mas com propostas diferentes, é claro) o Deadpool 2, também em cartaz.

OBS: Ver os filmes antigos ajuda no contexto de alguns personagens e até para uma comparação, mas não é necessário para o entendimento da narrativa. Uma certa aparição é quase um fanservice já que sobra no contexto e poderia ser interpretada por uma mulher. E uma não aparição deixou um gostinho um pouco amargo também…

  • Nota Geral
3

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