Halloween – Filmes de terror que merecem atenção
O Halloween (ou o Dia das Bruxas) não é um feriado nacional, tampouco uma data amplamente celebrada aqui no Brasil. Ainda assim, esse dia possui uma mística divertida. É um período que emula uma atmosfera sombria, sugere horror. Há um estranho flerte pelo desconhecido, pelo sobrenatural.
Dessa forma, creio que não exista momento mais propício para uma maratona de filmes! Por isso, aqui vão algumas sugestões para você, amante de terror!
Nesta lista procurei indicar alguns filmes que, creio, não receberam a atenção devida. Busquei elencar filmes relativamente recentes (a partir de 2014) de variadas formas de terror, do mais dramático ao mais cômico, de entretenimento ou com comentários sociais e com quantidades variadas de sangue, vísceras e horror. Além disso, dei espaço para filmes de variados países, todos ótimos representantes do gênero!
Portanto, sem mais delongas, segue a lista. Espero que curta as sugestões! E não deixe de curtir, comentar e compartilhar para os amigos. E indiquem abaixo mais filmes de terror!
Um Halloween bem trevoso para todos!
The Void
“A emoção mais antiga e mais forte da humanidade é o medo, e o mais antigo e mais forte de todos os medos é o medo do desconhecido” – O Horror Sobrenatural em Literatura, de H.P Lovecraft.
Após encontrar um homem sangrando e cambaleando numa remota estrada, o policial Carter (Aaron Poole) leva o ferido para um vazio hospital e pouco estruturado. Mas com a chegada do ferido, coisas estranhas começam a acontecer dentro e fora do prédio.
The Void não apenas absorve a temática lovecraftiana, como bebe de fontes como O Enigma de Outro Mundo (de John Carpenter, 1982, que, por sua vez, também trabalhou com a atmosfera lovecraftiana). O horror que preenche o filme apóia-se tanto no desconhecido e na estranheza dos acontecimentos, como em criaturas monstruosas, criadas com efeitos práticos e boas quantidades de gosma e sangue.
Um genuíno terror lovecraftiano.
The Void (Canadá, 2016)
Terror, Ficção Científica
Direção e roteiro: Jeremy Gillespie e Steven Kostanski
Elenco principal: Aaron Poole, Kenneth Welsh, Daniel Fathers
Trailer: https://youtu.be/sIrpwasrzUo
Os Olhos de Minha Mãe
Há algo de muito sinistro na beleza visual que é Os Olhos de Minha Mãe. E tão perturbador quanto.
A jovem Francisca (Kika Magalhaes) mora numa isolada fazenda junto com sua mãe, uma ex-cirurgiã de Portugal que a ensina anatomia. Num, até então, dia qualquer, uma tragédia assola a família e a pequena criança cresce traumatizada. É o início de um futuro assustador.
Os Olhos de Minha Mãe encanta ao mesmo tempo em que incomoda. O terror dramático disposto no filme é único, a começar pela fotografia em preto e branco, com enquadramentos milimétricos e composições instigantes. O horror não é gráfico, muitas vezes é apenas sugerido, mas choca e angustia o espectador. O visual possui uma beleza mórbida que dá substância aos personagens, além de ajudar a compor a atmosfera funesta do filme.
Um terror curioso e alegórico que permanece na cabeça do espectador seja bela beleza, seja pela estranheza.
Os Olhos da Minha Mãe (EUA, 2016)
Terror, Drama
Direção e roteiro: Nicolas Pesce
Elenco principal: Kika Magalhães, Will Brill, Olivia Bond
Trailer: https://youtu.be/1JfOa6WsCxo
Sob a Sombra
A guerra, por si só, já é um terror avassalador. Mas para algumas pessoas, mesmo diante cenário tão caótico, ela não é a única ameaça…
É 1980. A guerra no Teerã assola a capital iraniana. Enquanto isso, Shideh (Narges Rashidi) e sua filha, Dorsa (Avin Manshadi), buscam seguir com sua rotina. Porém, um mal antigo começa a ameaçá-las.
Sob a Sombra utiliza a guerra como pano de fundo de outra forma de terror: a opressão contra mulheres. Enquanto o Teerã é assolado pelo confronto, a mãe, principalmente, vê-se atingida por mais do que o medo da guerra. A criatura mística e milenar que começa se manifestar representa outra forma de terror.
Um filme alegórico, sem sangue, mas assustador tanto na atmosfera, quanto pelo retrato social.
Sob a Sombra (Reino Unido, Jordânia, Catar, Irã. 2016)
Terror, Guerra, Suspense
Direção e roteiro: Babak Anvari
Elenco principal: Narges Rashidi, Avin Manshadi, Bobby Naderi
Trailer (legenda em inglês): https://youtu.be/VM2qV0L2Ips
The Devil’s Candy
Rock e possessão demoníaca. Uma combinação natural.
A família Hellman – só esse nome já diz muito – se muda para uma isolada casa de um pequeno município do Texas para que o pai, Jesse (Ethan Embry), possa focar em suas pinturas. Porém, aos poucos, uma força demoníaca começa a se manifestar.
The Devil’s Candy utiliza a áurea do rock, principalmente do metal, para criar a atmosfera de terror do filme. Guitarras distorcidas, pinturas sombrias e uma linguagem cinematográfica eficiente ajudam a compor um filme envolvente.
The Devil’s Candy é o segundo longa de Sean Byrne. Um nome para acompanhar.
(Tive o prazer de assistir ao filme na mostra Rock Terror que atualmente está no CCBB de São Paulo. Vale a pena conferir!)
The Devil’s Candy (EUA, 2015)
Terror, Suspense
Direção e roteiro: Sean Byrne
Elenco principal: Ethan Embry, Shiri Appleby, Pruitt Taylor Vince
Trailer: https://youtu.be/hYr2cNODRL8
As The Gods Will
Divertido, sanguinolento e sem explicação. Mais um splatter de Takashi Miike.
Os alunos de uma escola japonesa não têm escolha: precisam participar de jogos infantis cuja penitência, caso falhem, é a morte.
As The Gods Will, baseado no mangá Kami-sama no Iu Toori, possui as assinaturas clássicas do diretor Takashi Miike: muito sangue, humor sombrio e comentários sociais.
Há uma diversão estranha no filme. No começo, as brincadeiras são dotadas de comicidade. Mas com o passar das provas, a ameaça intimida paulatinamente, embora ainda tenha algum tom jocoso. Além do humor pela violência, As The Gods Will apresenta elementos da cultura e sociedade japonesa, servindo como comentário acerca da juventude. Pode-se até traçar um paralelo entre esse filme e Jogos Mortais.
Estranheza divertida. Com uma boa dose de sangue.
As The Gods Will (Japão, 2014)
Terror, Fantasia
Direção: Takashi Miike
Roteiro: Hiroyuki Yatsu
Elenco principal: Ryûnosuke Kamiki, Shôta Sometani, Sôta Fukushi
Trailer (legenda em inglês): https://youtu.be/OEh1fT1IH14
Baskin
Uma descida até o inferno em situações tão estranhas quanto perturbadoras.
Um grupo de policiais é chamado para uma remota parte de uma cidade turca. Ao chegarem, entram num antigo prédio abandonado onde se deparam com uma Missa Negra.
Baskin é um terror que gera curiosidade graças à montagem, e incômodo pelas imagens bizarras. O grotesco preenche o filme. Personagens e momentos que beiram o surreal criam uma atmosfera envolvente e sombria. E o final ainda gera o divertido debate sobre o que, afinal, aconteceu.
Um dos poucos filmes turcos a estrear nos Estados Unidos. E com merecimento.
Baskin (Turquia, 2015)
Terror, Fantasia
Direção: Can Evrenol
Roteiro: Ogulcan Eren Akay, Can Evrenol, Ercin Sadikoglu, Cem Özüduru
Elenco principal: Mehmet Cerrahoglu, Görkem Kasal, Ergun Kuyucu
Trailer: https://youtu.be/hdB6DvUdb8c
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Sobre o autor
Thiago de Mello
Um cara que curte tanto cinema que não basta apenas conversar com os amigos, precisa também escrever! Além do contribuir um pouquinho com o ótimo Cinem(ação), tem seu próprio site sobre a 7ª arte: http://osete.com.br.
