Cinco filmes de super-heróis para descobrir (ou rever)
Dica de Filme

Cinco filmes de super-heróis para descobrir (ou rever)

Com a profusão de filmes de super-heróis que chegam às telonas anualmente, sempre há pela internet afora as mais variadas listas elencando quais são, afinal, os melhores trabalhos do gênero. Embora não mude muito, há sempre uma ou outra inserção que gera aquele divertido debate.

Eu adoro ler listas e as justificativas das escolhas. Vira e mexe, encontro uma novidade para assistir. Porém, atualmente o foco está muito centrado no “agora” e na Marvel e DC. Poucas vezes encontro textos indicando outros filmes de heróis fora desses universos compartilhados.

Por isso, aqui vai uma breve lista sobre cinco filmes de outros super-heróis fora da Marvel/DC que merecem ser descobertos ou revistos!

Começando pelas menções honrosas:

Sempre que o foco é fugir das duas maiores referências de cinema de herói da atualidade, alguns dos filmes abaixo são rapidamente citados. Por isso, eles entraram como menções honrosas, pois são bem conhecidos, adorados e merecidamente elencados em várias listas.

O Máskara (de Chuck Russell, 1994);
O Corvo (de Alex Proyas, 1994);
Corpo Fechado (de M. Night Shyamalan, de 2000);
Os Incríveis (da Brad Bird, 2004);

Agora sim! Vamos à lista dos cinco melhores filmes de super-herói fora da Marvel/DC e do momento. Por ordem de lançamento!


O Vingador Tóxico (1984)

O Vingador Tóxico é o símbolo e maior sucesso da Troma Entertainment (uma das mais antigas produtoras independente ainda em operação), e não é pra menos.

Dirigido por Michael Herz e Lloyd Kaufman (na época, sob o nome de Samuel Weil), O Vingador Tóxico é uma comédia de horror trash que conta a história de Melvin (Mark Torgl), um nerd bobalhão – no melhor estilo dos anos 1980 –, que após sofrer incontáveis gozações e ataques por um grupo de desordeiros, acaba caindo acidentalmente num barril de lixo tóxico. Horrivelmente desfigurado, Melvin se torna O Vingador Tóxico, um monstro que buscará vingança e justiça para todos os habitante da fictícia Tromaville, a capital americana do lixo tóxico.

O Vingador Tóxico é trash na melhor essência do subgênero. Ciente de si, violento, permeado de clichês, bons comentários sobre o bullying e atuações exageradamente cômicas, o filme encontra o tom certo entre horror de baixo orçamento e humor escapista, criando uma obra que até hoje possui status cult. É um filme que jamais se leva a sério e abraça a diversão.

Ainda há uma breve participação de Marisa Tomei, que hoje participade outro filme de super-herói: o vindouro Homem-Aranha – De Volta ao Lar. Aliás, vários atores e diretores deram seus primeiros passos na sétima arte na Troma, tais como Billy Bob Thornton, Kevin Costner, J. J. Abrams, Samuel L. Jackson, Vincent D’Onofrio, James Gunn, Trey Parker, Matt Stone e Oliver Stone.

Darkman (1990)

O Homem-Aranha de Sam Raimi é uma das franquias responsáveis pela ascensão do gênero de super-herói nos cinemas. Mas antes de trabalhar com o Aranha e após o sucesso da cultuada trilogia Evil Dead (iniciada em 1981), Raimi tentou, mas não conseguiu dirigir Batman (que foi para o Tim Burton), e tampouco conseguiu adquirir os direitos de O Sombra. Assim, o diretor uniu elementos de ambos personagens e criou o Darkman.

Liam Neeson interpreta Peyton Westlake, um cientista que pesquisa peles sintéticas para auxiliar no tratamento de deformidades que é brutalmente espancado e deixado para morrer com a explosão de uma bomba. Porém Westlake sobrevive ao ataque, mesmo que horrivelmente desfigurado. Após receber o tratamento experimental que ele mesmo desenvolveu, ele se torna Darkman, um herói de personalidade inquieta e perturbada, por vezes descontrolada, dotado de resistência sobre-humana e uma força física equivalente à de dez homens, que almeja vingar-se daqueles que o atacaram.

Darkman é um thriller de ação, carregado com a assinatura visual e narrativa de Raimi: bons diálogos, personagens carismáticos, humor pontual, tom sombrio, ângulos holandeses, closes extremos, edição dinâmica e etc; tudo dentro de uma divertida atmosfera de filme B. Em suma, entretenimento com estilo. E para os fãs de Evil Dead, há também alguns cameos para descobrir, o que pode deixar a experiência ainda mais interessante.

O sucesso de Darkman rendeu mais dois filmes (fracos, infelizmente), lançados diretamente para DVD, uma HQ e um tentativa de série de TV, rejeitada após o piloto. Hoje também com status cult, Darkman permanece como uma divertida experiência, cheio de ação, mistério, humor e estilo.

The Rocketeer (1991)

The Rocketeer é uma ação e aventura da Disney voltada para toda família. Ambientado em 1930, o filme possui uma carismática atmosfera clássica, graças ao espírito das revistas pulp e dos seriados de aventuras de 1930 e 1940 emulado ao longo da narrativa.

Inspirado no quadrinho criado por Dave Stevens, The Rocketeer foi é dirigido por Joe Johnston (protegido de Steven Spielberg, que havia debutado dois anos antes com sucesso Querida, Encolhi as Crianças). O filme narra as aventuras de Cliff Secord (Billy Campbell), um jovem piloto que acidentalmente se depara com um protótipo ultrassecreto de uma mochila a jato. Com o aparato, ele assume a identidade de Rocketeer, um herói que luta pela justiça.

The Rocketeer conquista o espectador pela sua atmosfera nostálgica. Recriando a Hollywood de 1930, o filme centra o protagonista, dotado de um heroísmo puro e inato, numa luta contra nazistas, espiões e gângsteres, durante a Era de Ouro da Aviação (1918 – 1939). Trata-se de um charmoso filme de época, repleto de aventura familiar, conduzido por um bom elenco composto por Jennifer Connelly, Alan Arkin, Paul Sorvino e Timothy Dalton.

Não é difícil encontrar comentários comparando a aura de The Rocketeer com a de Indiana Jones. Quer elogio maior que esse?!

Defendor (2009)

Pulando todo o resto dos anos 1990 e chegando no final da primeira década dos anos 2000, chegamos à Defendor, comédia-dramática escrita e dirigida por Peter Stebbings.

O filme inicia com a psicóloga Dr. Park (Sandra Oh) conversando com Arthur Poppington (Woody Harrelson, num ótimo trabalho, mesmo com seus maneirismos), o vigilante conhecido como Defendor, sobre ele ter agredido um policial que afirma ser corrupto.

É a partir desse depoimento que o filme discorre e acompanhamos a história do personagem, envolta em curioso mistério. Afinal, pode-se confiar na sua palavra? Seu uniforme precário e infantil, diz o que sobre ele? E as armas improvisadas? E sua luta contra seu arqui-inimigo, o Capitão Indústria?

Aos poucos somos inseridos no mundo do protagonista, sua realidade, suas motivações. O universo melancólico de Defendor é ancorado num realismo que conhecemos em alguma maneira, seja pela dor, pela sensação de impunidade de agentes do estado, seja pelo desejo de ver o mundo melhorar ou pela sensação de impotência. Assim, mesmo sem poderes, a estranha figura do herói ganha substância e fica difícil não desenvolver algum grau de empatia por ele.

A baixa divulgação fez Defendor chegar ao Brasil sem alarde ou atenção. Uma pena, pois muita gente deixou de assistir a um filme emocionante. Mas se você ainda não viu, fica a dica.

Super (2010)

Finalizando a lista, temos Super, dirigido por James Gunn (Sim, o diretor e alma de Guardiões da Galáxia). Em proposta, o filme se assemelha um pouco a Defendor, porém menos dramático e com a característica direção de Gunn. Ou seja, personagens excêntricos, cores forte e humor.

Após ver sua esposa trocá-lo por um traficante, Frank Darbo (Rainn Wilson), um cara qualquer e sem objetivo na vida, vira o Raio Carmim(Crimson Bolt, no original), um herói que defende o correto e luta contra o mal, depois de se inspirar num programa da TV cristã. Mas o que é o correto? O que é maldade? Até que ponto o senso de justiça individual pode se aplicar à vida de outra pessoa? Essas são algumas das indagações do filme de Gunn. Mas há bem mais, pode ter certeza.

Também uma comédia-dramática, Super teve uma recepção dividida. Incomodados com a ambiguidade moral abordada, críticos e público questionaram as escolhas narrativas, a violência e a mensagem do filme. Mas é exatamente aí que reside o poder do longa. Ao invés de dar respostas, Super cria confusão com suas decisões, deixando ao espectador o papel de extrair a mensagem.

O filme também se envolveu numa certa polêmica ao ser acusado de plagiar Kick-Ass (filme dirigido por Matthew Vaughn, baseado na HQ escrita homônima Mark Millar, lançado cerca de um ano antes), por também contar a história de uma pessoa comum virando um vigilante, além da atmosfera similar de ambos. Porém, o próprio Millar defendeu o trabalho de Gunn, deixando claro que ele não viu qualquer forma de plágio.

De qualquer maneira, ser comparado com Kick-Ass é só mais um motivo para assistir Super.


E aí, o que achou da lista? Sentiu falta de algum filme? O que achou dos longas citados? Comente abaixo e deixe sua opinião e sugestão de outros filmes que merecem ser conhecidos ou reprisados!

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