Festival de Sundance 2017 - Dia 10 #ConexãoSundance - Cinem(ação): filmes, podcasts, críticas e tudo sobre cinema
Festival de Sundance 2017 - Dia 7 Foto: Jemal Countess
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Festival de Sundance 2017 – Dia 10 #ConexãoSundance

Festival de Sundance 2017 – Dia 10: Com um pouco de atraso (especialmente por parte minha), segue o vídeo do crítico Maurício Costa com o balanço do Festival de Sundance 2017 e os filmes do último dia do mais importante festival de cinema independente do mundo!

 

Festival de Sundance 2017 – Dia 10

 

Nobody Speak: Hulk Hogan, Gawker and Trials of a Free Press:

O primeiro filme é um documentário que trata basicamente sobre a liberdade de imprensa. Ele é baseado em dois casos: o de Hulk Hogan contra Gawker, um site que havia divulgado vídeo íntimo do ator em uma cena de sexo. O segundo caso é de um jornal de Las Vegas que fazia denúncias contra donos de cassinos, e que foi comprado. Segundo o crítico, é um documentário muito importante que trata de casos de processos em relação a jornais e precedentes para perseguições nas quais ganha quem tem mais dinheiro. Tudo no documentário é muito lindo, segundo Maurício, já que o documentário revela como os processos são financiados por pessoas com outros interesses. Dadas as devidas proporções entre Brasil e Estados Unidos, e sabendo das tentativas judiciais de censura e revisão do marco civil, entre outras coisas relacionadas à liberdade de expressão. É um documentário interessante por esse debate sobre o limite entre liberdade de expressão e injúria, por exemplo. No entanto, como filme, ele parece dois filmes em um, segundo o crítico. Cada uma das histórias parece um filme separado.

Festival de Sundance 2017 - Dia 10

 

Burning Sands:

Filme da mostra dramática, o longa de Gerard McMurray fala sobre os rituais de entrada nas fraternidades das Universidades americanas, que tem semelhança com “Goat”, filme de mesma temática exibido no festival do ano passado. Segundo Maurício, a estrutura é muito parecida: o aluno tenta entrar na fraternidade e passa pelas humilhações e pelo dilema de manter a honra, e tem alguém que não se adapta e cria uma confusão. A diferença, segundo o crítico, é que trata-se de uma universidade negra. O final é mais dramático e tem atuações muito boas.

Festival de Sundance 2017 - Dia 10 - Burning Sands

 

Trumped:

O documentário sobre a eleição do presidente Donald Trump, e que foi colocado de última hora na programação do festival. É um dos filmes que estavam “para serem anunciados”, ou seja, tinham ingressos sendo vendidos antes de falarem qual filme seria. Ele só é um filme sobre o Trump porque ele foi eleito. O doc é baseado na cobertura das eleições, e foi feito por dois jornalistas de um programa semanal de política chamado “The Circus”. É um bom documentário por mostrar três coisas muito importante sobre o processo de eleição. O primeiro é sobre como o establishment estava em negação quanto à possibilidade de eleição de Donald Trump. O segundo é como a imprensa estava em negação, e que ninguém conseguia acreditar que ele fosse uma candidatura viável – e fica claro que a imprensa não estava mal intencionada, mas simplesmente cega. O terceiro fator do filme foi mostrar como Trump fez uma campanha como um tipo de “Obama reverso”: enquanto o Obama conseguiu reunir com o carisma dele o discurso da esperança, igualdade e transformação, Trump fez isso de modo reverso, energizando as pessoas com base nas insatisfações conservadoras contidas. Outro fator interessante, conforme conta Maurício, é que ele terminou e ninguém aplaudiu, devido ao senso de realismo e à tristeza com que o filme termina, apesar de ser muito bom. Por ser da Showtime, ele deve chegar em breve ao Brasil e ao mundo todo em breve.

Festival de Sundance 2017 - Dia 10 Trumped

 

Bushwick:

O último filme do dia e do festival é estrelado por Dave Bautista. Trata da hipótese de uma segunda guerra civil americana nos dias de hoje, e mostra mercenários do sul dos Estados Unidos invadindo o Brooklyn, em Nova York. Embora isso pareça bizarro falando, Maurício garante que não ficou. Filmado em falso plano sequência, com apenas dois cortes claros na narrativa, mas ocorre o tempo todo como se fosse em tempo real do ponto de vista dos protagonistas, mostrando a menina com o namorado quando a guerra está começando. A trama é basicamente mostrar as pessoas tentando chegar na zona desmilitarizada, quando várias coisas acontecem no meio do caminho. O interessante é que ele traz uma metáfora da divisão nos Estados Unidos. Em certo momento, um militar do sul diz que não esperava tanta resistência das pessoas porque as armas eram proibidas. Uma cena tragicômica com enfrentamento mostra um grupo de judeus ortodoxos trocando tiro com soldados sulistas. Uma falha do filme, segundo Maurício, foi o fato de eles não deixarem de lado a pistola que tinham, mesmo derrubando soldados com metralhadoras. Mas o principal é a solução que o roteiro dá pra história, e que foge muito do clichê.

Festival de Sundance 2017 - Dia 10 Bushwick

 

 

Festival de Sundance 2017 – Dia 10: Participam da cobertura do Festival de Sundance 2017 os seguintes sites e canais: Razão:de:Aspecto, Cinem(ação), Conacine, Cine Drive Out, Pós-Créditos, Correio Braziliense e Casa do Cinema.

 

Acompanhe a cobertura completa do Festival de Sundance 2017:
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