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Crítica: Doonby: Todos Tem o Direito de Viver

Doonby: Todos Tem o Direito de Viver foi um dos piores filmes que vi no cinema, talvez o pior…

Ficha técnica:
Direção e roteiro: Peter Mackenzie
Elenco: John Schneider, Jenn Gotzon, Erin Way, Ernie Hudson, Joe Estevez, Will Wallace, Robert Davi
Nacionalidade e lançamento: EUA, Irlanda, 2013 (16 de junho de 2016 no Brasil)

Sinopse: quando o desconhecido Sam Doonby chega na cidade se relaciona com Laura, vira um famoso bartender, mas acaba se envolvendo em coisas estranhas que começam a acontecer no local, até então pacato.

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Este ano poupei meu tempo ao deixar de ver no cinema pérolas como: Deuses do Egito, Deus não está Morto 2, Caçadores de Emoção Além do Limite e 50 tons de preto – sim a paródia com 50 tons de cinza. Também não vi os quase filmes: Peppa Pig (um compilado com episódios e uma imperdível aventura inédita) e Os Dez Mandamentos (resumão da novela – esta pode até ter sido boa, mas a forma como foi levado para as telonas foi só caça-níquel). Contudo, não escapei de “obras primas” como: A Garota do Livro, Prova de Coragem e Tartarugas Ninjas.

Mesmo  com esses filmes, Doonby: Todos Tem o Direito de Viver integrará, e com destaque, a lista de piores do ano. O longa lançado em 2013 chegou nas telonas brasileiras neste mês. Apesar de ter detestado, eu não vou revelar as viradas da história. Respeito a experiência dos corajosos que queiram se aventurar.

Sem contar sobre o que acontece, há um plot twist no meio do filme que é completamente ridículo. A construção, se é que dá para chamar assim, é o que há de pior em um roteiro/direção. Todavia tenho que guardar palavras para os 15 minutos finais: facilmente os piores momentos que já vivi em uma sala de cinema. Com a licença da palavra, o que ocorre ali é simplesmente cretino.

Fora o desastre na história e os elementos técnicos de gosto duvidoso, há uma mensagem empurrada goela abaixo. Parece que Peter Mackenzie pensou: “sou contra tal coisa. Vou fazer um filme para ser o pior defensor possível deste meu ponto de vista”. Pasmem alguém ter topado investir dinheiro nisso. Parabéns ao Mackenzie por ao menos saber convencer uma galera…

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O começo da história não é de todo ruim. Temos Sam Doonby que gosta de viajar e não se prende no mesmo lugar por muito tempo. Ele escreve um diário onde lembra coisas do presente e passado. É um carismático bartender e um ótimo músico (ele é convidado a abrir um show do Eric Clapton). Inegavelmente ele tem presença, mas parece meio super-herói às vezes. Ele conhece  Laura Reaper. Ela é uma patricinha que usa os recursos da rica família para levar uma vida boêmia todas as noites.

Outros personagens da história que valem destaque são: um simpático casal donos do bar onde Sam trabalha, eles permitem que Sam viva em um depósito nos fundos do estabelecimento (rapidamente ele transforma o local em uma moradia bem aconchegante). Uma dupla, também casal, de amigos de Laura. Os pais dela – e especificamente o pai gera uma reação estranha em Doonby. Um xerife que está na história porque sim e o ajudante dele, tentativa de alívio cômico. Há também Lucy Mae. Ela é a mãe de Sam. A história dela, de décadas antes, é narrada pelo protagonista e vemos as decisões erradas que ela tomou e podem ter influenciado no futuro do filho.

A edição de Doonby: Todos Tem o Direito de Viver é algo inacreditavelmente ruim. Muitas cenas inúteis colocadas de forma solta. Há em várias delas o recurso do fade out, gerando um escurecimento da tela na transição dos cortes – algo que só irrita aqui. Mas a direção (que também tem culpa pela edição) e o roteiro são pífios, ambos responsabilidade de Peter Mackenzie. As soluções encontradas fogem de arranhar com o bom senso (flashbacks mal inseridos e narração pseudo intelectual são os menores dos problemas). Os momentos mais dramáticos não tem impacto visual algum, tais como na cena do caminhão, delegacia e até nas duas viradas da trama. Dois jumpscares desnecessários são utilizados e se mostram o melhor recurso do diretor.

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John Schneider se salva na atuação. Praticamente todos os outros parecem estar aquém de um mínimo aceitável. Principalmente Jenn Gotzon, que faz a Laura, e  Erin Way, interpretando Lucy Mae. Elas conseguem falhar nos momentos alegres, tristes e em toda as outras expressões. Jenn bêbada é de um mal gosto terrível e tem química zero com Schneider. Joe Estevez e Will Wallace também soam bem forçados.

Enfim, Doonby: Todos Tem o Direito de Viver consegue ser abominável (e estou sendo polido nas palavras) em todos os principais aspectos: roteiro, direção, atuação e montagem.  A trilha e a fotografia até tem algum mérito, mas não têm viço para sustentarem o resto.

A cena inicial mostra o protagonista em uma encruzilhada. Se você estiver no lugar dele e um dos caminhos leve para este filme, fuja deste desserviço cinematográfico. Para quem já viu o filme ou não se incomoda em saber o final vou deixar nos comentários aqui embaixo deste texto o que ocorre no final.

[o trailer vende uma obra MUITO melhor do que realmente vemos nos dolorosos 104 minutos]

https://www.youtube.com/watch?v=f_JXlrrOyU0%20

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