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Crítica – Vingadores: Era de Ultron

ATENÇÃO! Você está prestes a ler uma crítica, resenha e comentários pessoais da minha impressão sobre o filme e o texto terá spoilers, portanto leia por sua conta e risco.

AVENGERS ASSEMBLE!

“Vingadores: Era de Ultron” é o penúltimo filme da fase 2 da Marvel Studios, o último será “O Homem Formiga”, e serve mais como um elo de ligação entre o primeiro “Vingadores” e “Capitão América: Guerra Civil”, que chega aos cinemas ano que vem e que acabou tendo uma expectativa maior por estar sendo considerado o filme que trará o Capitão América X Homem de Ferro, lembrando que no mesmo ano teremos o filme “Batman  vs Superman”.

O novo filme não perde muito tempo e já começa com uma batalha em Sokovia, país fictício localizado leste Europeu e os Vingadores vão para lá afim de deter o Barão Von Strucker (Thomas Kretschamann) líder da ressurgida HIDRA conforme vimos em “Capitão América: O Soldado Invernal” e recuperar o cetro do Loki (aquele do primeiro filme que podia controlar a mente das pessoas).

Um ponto interessante é que nesse início o filme converge com os atuais episódios da série “Agents of Shield”, mostrando que a Marvel realmente é a grande mestre em manter seu universo expandido (e gigantesco) coeso.

Nessa primeira batalha podemos ver que não há exército humano que possa parar “Os Maiores Heróis da Terra”, e também percebemos que os heróis sabem disso, pois nenhum momento vemos realmente uma grande preocupação entre eles, tirando um problema com um deles que vai se mostrar um dos melhores personagens de toda a película. Tudo muda com a presença de novos personagens com super-poderes, chamados no filme de “dotados” (enhanced) conhecemos os irmãos Pietro (Aaron Taylor-Johson) e Wanda Maximoff (Elizabeth Olsen).

Os personagens, que nas HQ’s da Marvel são mutantes, pertencem aos dois estúdios Marvel/Disney e Fox, sendo que o Mercúrio foi até mesmo usado no filme “X-Men: Dias de um futuro esquecido”. Portanto, nada da palavra mutantes nesse filme.

Maximoff brothers - 1

 

Sem dúvida uma das melhores personagens de todo o filme é Wanda, a Feiticeira Escarlate (os codinomes dos gêmeos nunca é mencionado no filme), ela tem poderes telecinéticos e pode manipular a mente das pessoas e também acaba tendo uma ótima interpretação da atriz Elisabeth Olsen que consegue passar a angústia da personagem e também é declaradamente uma das personagens favoritas de Joss Whedon, diretor do filme.

Alguns dias após a batalha de abertura, com o cetro recuperado, é feito uma grande festa na Torre dos Vingadores, outrora a Torre Stark. Uma grata surpresa é ver na festa os principais Vingadores e os “coadjuvantes” dos filmes solos dos heróis, Coronel Rhodes/Máquina de Combate (Don Cheadle), que certamente divide o lugar de melhor amigo do Tony Stark/Homem de Ferro (Robert Downey Jr.) com o Dr. Bruce Banner/Hulk (Mark Ruffalo), além do personagem Sam Jones/Falcão (Anthony Mackie), que foi apresentado ao público em “Capitão América: O Soldado Invernal”.

Na festa também temos uma maior interação entre um possível novo casal, que me soou um pouco forçado demais, Natasha Romanoff/Viúva Negra (Scarlett Johanson) e Banner. Desde a batalha inicial, a personagem de Scarlet Johansson já demonstrou um certo controle sobre o Hulk, pois o ajudou a transformá-lo de volta a forma humana, mas não parece ser muito correspondida pelo apático Dr. Banner, que demonstra realmente estar em um estado de síndrome do pânico com medo do Hulk vir a tona e ferir inocentes.

Ultron

Ultron (interpretado por James Spader e depois substituído pela versão digital do androide), o grande vilão do filme, foi criado como uma Inteligência Artificial para proteger o mundo, mas acaba, sem muita explicação, resolvendo que deve matar os Vingadores e destruir a raça humana, realmente, a motivação do vilão deixou um tanto a desejar. Mesmo com suas tiradas cômicas e sua personalidade “Starkiana”, acaba sendo um vilão menos ameaçador do que o Loki ou o excelente Wilson Fisk da série do “Demolidor” que também faz parte deste universo.

Depois do primeiro ataque de Ultron, o vilão convoca os irmãos Maximoff para se unirem a ele contra os heróis e seguem até Wakanda, o país fictício que fica na África, atrás do metal vibranium, o mesmo o qual o escudo do Capitão América é composto.

Em Wakanda conhecemos o contrabandista Ulysses Klaw (Andy Serkis) que é o grande vilão do herói Pantera Negro (que será interpretado por Chadwick Boseman no filme que estreia em 2017), e é o rei desse país, aliás o rei de T’Challa não dá as caras no filme. Depois da Wanda derrotar praticamente toda a equipe sozinha, ela deixa o Hulk em um estado de berseker e ele começa a detonar uma cidade africana (filmado em Johanesburgo mas que talvez seja a capital de Wakanda no filme).

Hulkbuster

 

Nessa hora temos a grande batalha entre o Hulk e o Homem de Ferro usando a Hulkbuster ou VERÔNICA, e com a destruição que vem com a luta, mostra que a população não está mais tolerando as grandes devastações trazidas pelos heróis.

Seguindo essa grande batalha, sem dúvida vem a cereja do bolo do filme, através do personagem Gavião Arqueiro/Clint Barton, ele é a personificação do público na tela, assim como o agente Coulson (Clark Gregg) no primeiro filme, o personagem é o mais “normal” dos Vingadores, como ele mesmo fala, “sou apenas um cara que atira flechas”, mas está aí a alma de um verdadeiro Vingador, a capacidade de superar os seus limites, de fazer o bem e ajudar ao próximo a qualquer custo.

Assim esse personagem subestimado no primeiro filme acaba dividindo o destaque com Wanda Maximoff, aliás ele acaba sendo um tutor para ela e também com mais um novo personagem que somos apresentados, o Visão.

O Visão é um sintozóide, uma espécie de androide sintético, com tecido e órgãos humanos, mas mesmo com a ótima interpretação do Paul Bettany acaba tendo sua origem contada de uma forma muito confusa para o expectador que não lê os quadrinhos e até aquele que já tinha um pouco de conhecimento.

O Thor (Chris Hemsworth) nesse novo filme é um dos personagens mais engraçado, com diversas tiradas se mostrando mais preocupado com uma “ameaça fantasma” do que contra o próprio Ultron. Graças a ilusão da Feiticeira Escarlate ele consegue ter uma espécie de premonição sobre o futuro sombrio que paira sobre Asgard e sua partida para sua terra natal no final do filme é uma deixa muito bem colocada para o seu próximo filme solo “Thor: Ragnarok”, ragnarok é uma palavra que tem o mesmo sentido que apocalipse, ou fim do mundo.

Hawkeye & Joss Whedon

Depois de passar por Seul, o último arco traz uma gigantesca batalha de volta aquela cidadezinha na Europa que ficava a base da HIDRA e mesmo sendo uma gigantesca batalha, cheia de efeitos e destruições acaba sendo um dos pontos fracos do filme que se mostra longo demais e com muita coisa acontecendo ao mesmo tempo sem parar para explicar direito as coisas.

Depois de tudo resolvido e com a morte de um personagem que serve tanto para a carga dramática do filme como para diminuir a tensão e concorrência direta com outro estúdio o filme mostra uma cisão dos Vingadores e o surgimento de um novo grupo. Sem dúvida, em todo momento podemos ver as peças para a Guerra Civil acontecer, sendo esse certamente um dos maiores inimigos de Era de Ultron.

Nota: 4 claquetes

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