CRÍTICA: A GANHA-PÃO (NETFLIX)
A Ganha-pão é uma animação sobre superação, família e deve te emocionar.
Ficha Técnica
Direção: Nora Twomey
Roteiro: Anita Doron e Deborah Ellis
Elenco:Saara Chaudry , Soma Chhaya , Noorin Gulamgaus
Censura: 12 anos
Nacionalidade: EUA; Irlanda; 2017.
Dificilmente uma sinopse dará conta da grandeza de temas de A Ganha-pão. A animação é profunda, trabalha tópicos sociais, religiosos, líricos, familiares e culturais. Mas, façamos uma simplória, apenas para introduzir o assunto.
A Ganha-pão conta a história de Parvana, uma menina de 11 anos lidando com as dificuldades de sobreviver no Afeganistão em 2001. O país está em guerra contra os Estados Unidos e é controlado pelo Talibã.
Nesse regime social, mulheres não podem sair às ruas e o sustento da família depende dos homens. Nossa trama começa quando cabe à criança Parvana a responsabilidade de prover para a família.
A menina lida com as dificuldades diárias apoiando-se em narrativas literárias sobre os antepassados do povo dela e fábulas sobre ensinamentos e superações. Assim, a direção transporta o espectador para o universo lúdico dessas narrativas.
A paleta de cores torna-se colorida apenas quando somos levados para as ficções da menina, justamente para quebrar com o mundo acinzentado, triste e sombrio no qual ela vive. De tal forma, temos uma animação dentro de outra animação; metalinguagem narrativa.
Embora as personagens de apoio tenham momentos singulares e contribuam para a movimentação da trama, não há desenvolvimento delas. O irmão ausente da ganha-pão está mais fortemente representado que a família dela. O longa poderia ter explorado um pouco mais o passado daquela família, uma vez que há muito foco nessa questão.
As idas e vindas para o mundo fictício narrado pela garotinha pode desviar a atenção do espectador, mas o recurso é coerente com a história ali contada. Desde o começo somos apresentados a uma tradição cultural movida por histórias.
Há algumas frases de efeito, nada muito marcante, mas destaco este momento: “Levante suas palavras, não sua voz. É a chuva que faz as flores crescerem, não o trovão.”
A animação é baseada na trilogia literária infantojuvenil de Deborah Ellis. No Brasil, os livros foram publicados pela Editora Ática, com os títulos: “A outra face”, “A viagem de Parvana” e “Meu nome é Parvana”.
O filme foi indicado ao Oscar 2018 como melhor animação e já ganhou vários festivais de cinema.
Se você tem interesse por adaptações literárias, vai se interessar por este artigo (clique aqui) que discute as formas de transpor do livro para as telonas.
Será que os filmes ajudam na venda de livros? Temos aqui um estudo sobre essa questão. É só clicar!.
Até a próxima!
Resumo
A Ganha-pão é uma animação sobre superação, família e deve te emocionar.