Festival de Sundance 2018 – Dia 4 #ConexãoSundance
Conexão Sundance

Festival de Sundance 2018 – Dia 4 #ConexãoSundance

Festival de Sundance 2018 – Dia 4: Com um pouco de atraso, finalmente temos o resumo do quarto dia do Festival de Sundance. Desta vez, o crítico Maurício Costa traz detalhes de uma biografia estrelada por Keira Knightley, um filme dinamarquês sobre uma família de mafiosos, um longa argentino sobre uma atriz de teatro, e um pesado drama de uma família.

Foto acima: Benjamin Domenech, Santiago Gallelli, Kim Yutani, Valeria Bertucceli, Matias Roveda. Photo by Tiffany Roohani/ Courtesy of Sundance Institute.

 

Festival de Sundance 2018 – Dia 4:

 

Colette

Reino Unido, 2018, 111 min. Ficção. Direção: Wash Westmoreland

O filme trata da vida de Gabrielle Colette, a principal escritora da literatura francesa. O longa vem causando um certo “buzz” no festival, não tanto pela sua qualidade apesar de ser bom, mas pelo fato de ser sobre uma pioneira do feminismo no mundo, o que está muito bem relacionado ao momento das denúncias de assédio em Hollywood, por exemplo. A atriz Keira Knightley deu uma entrevista para a Variety bastante grande falando sobre isso. Como filme, ele é bastante linear, como explica Maurício. Ele mostra a biografia de Colette de 1892, quando ela se casa, até 1908, quando ela se divorcia dele em uma disputa pela autoria de série Claudine, que por muito tempo foi assinada pelo próprio marido. Em termos gerais, Knightley em boa atuação e Dominic West em boa atuação. Vemos a história da vida de Colette até o momento em que ela começa a escrever, descobre o interesse por outras mulheres, assume um relacionamento homossexual, começa a fazer teatro com performance de nudez: coisas que escandalizavam no período da Belle Époque. Ele trata de uma questão importante, e por isso ganhou espaço no festival. Mas para o crítico fica no nível de filme bom (nada mais que isso).

 

A Rainha do Medo (The Queen of Fear)

Argentina/Dinamarca, 2018, 107 min. Ficção. Direção: Valeria Bertuccelli, Fabiana Tiscornia

The Queen of Fear - Still 3

É o filme de estreia de Valeria Bertuccelli (e da codiretora também) e retrata a vida de uma famosa atriz argentina de ficção que vem passando por um período muito complicado, e que sofre um pouco com ataques de pânico e crises de paranoia relacionadas à preocupação com violência. Ao mesmo tempo, ela precisa resolver vários arcos: está trabalhando em uma nova peça, tem o melhor amigo doente morrendo de câncer, o marido deixando a casa, e tudo isso se reflete no comportamento paranoico dela. É um drama interessante e centrado no estudo de personagem, conforme explica o crítico. Ao longo do filme ela vai tentando resolver esses arcos, para conseguir então chegar ao desfecho e a uma solução. É um filme bom, mas não está entre os melhores entre os filmes estrangeiros. Ainda assim é um bom nível para quem se interessa por cinema argentino sem Ricardo Darín.

 

Holiday

Dinamarca/Holanda/Suécia, 2018, 90 min. Ficção. Direção: Isabella Eklöf

O thriller dinamarquês conta a história de Michael, um mafioso que leva seu grupo de máfia e sua “mulher propriedade” para passar um fim de semana de feriado na Turquia. Nesse período, vão acontecer algumas coisas que mostram a dinâmica do grupo, incluindo o tipo de abuso que Michael é capaz de cometer com as pessoas. Sascha, a protagonista, está em um relacionamento aparentemente abusivo, mas depois de um plot twist vemos que algumas coisas não eram exatamente o que pareciam. Mesmo com gêneros diferentes, Maurício compara a lógica deste filme com a de “Me Chame Pelo Seu Nome“. Os dois filmes têm um bom trecho do primeiro ato relativamente longo em que se tem a ambientação, com as pessoas na praia, na piscina, interagindo, de forma a construir o ambiente e entender como funciona a dinâmica entre os personagens. Depois, em determinado ponto da narrativa, acontece então o fato que vai ser o detonador do problema e do arco que deve ser resolvido. As semelhanças são apenas na estrutura. Por isso o filme pode parecer um pouco lento no começo. É um filme muito bem feito, com ótimas atuações. É bem interessante e abordagem da diretora, mas tem coisas que sobram no filme: alguns personagens só estão ali como recurso de roteiro, e só estão ali para ter uma ação que vai motivar algum evento específico, sem muito desenvolvimento. Apesar disso, é um ótimo filme.

 

Hereditary

Estados Unidos, 2018, 127 min. Ficção. Direção: Ari Aster

Produzido pela A24, mesma produtora de A Corrente do Mal, A Bruxa e Ao Cair da Noite, que são filmes que dividiram o público, e que foram prejudicados por uma propaganda como se fosse um filme de terror tradicional, enchendo as salas com pessoas que esperavam sustos, jump scares e coisas que não tinham nada a ver com ele. Já no Hereditary, a coisa é um terror clássico. Maurício conta que a principal coisa para entender esse filme é pensar no Invocação do Mal original: com certeza, esse é o grande filme de terror de 2018. É um filme que dá calafrio, deixa tenso, com medo, sem um minuto de folga o filme todo. A quantidade de reações sonoras da plateia, como gritos e pulos ou suspiros, foi em massa. É um filme que sabe usar todos os recursos do terror a seu favor e de forma competente. Ele tem jump scare, mas não com aumento de trilha sonora, e sim com uma trilha sonora densa e pesada até entrar em um silêncio absurdo. O último ato do filme é algo indescritível, e é impossível ficar indiferente. Depois de ver o filme, é difícil dormir tranquilo no escuro de novo, segundo Maurício, que define este como o primeiro filme do festival melhor que Benzinho, embora seja muito diferente. Quanto mais você pensa nele, mais ele fica melhor.

 

Participam da cobertura do Festival de Sundance 2018 os seguintes sites e canais: Razão:de:Aspecto, Cinem(ação), Cine Drive Out, Artecines,  O Sete e Correio Braziliense.

 

Confira a cobertura do #ConexãoSundance:

Cobertura do Festival em 2017

Festival de Sundance 2018 – Dia 1

Festival de Sundance 2018 – Dia 2

Festival de Sundance 2018 – Dia 3

Festival de Sundance 2018 – Dia 4

 

 

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