Festival de Sundance 2017 – Dia 4 #ConexãoSundance
Festival de Sundance 2017 – Dia 4: no quarto dia do Festival de Sundance, Maurício Costa viu nada menos que cinco filmes! As críticas e comentários, feitos em vídeo, podem ser vistos abaixo. Neste dia, em especial, o crítico acompanhou uma grande novidade do cinema brasileiro, o novo filme do diretor Felipe Bragança.
Festival de Sundance 2017 – Dia 4
Wind River:
O primeiro filme do dia foi a estreia de Taylor Sheridan, roteirista de “Sicario” e “A Qualquer Custo” na direção. “Wind River” já é o melhor filme do Festival até o momento, segundo Maurício. É um thriller policial com tons de noir. Jeremy Renner e Elisabeth Olsen dão vida a um guarda florestal e uma agente do FBI em um caso de investigação de assassinato em uma reserva indígena do Wyoming. O personagem de Renner é o homem que encontrou o corpo e tem um conflito com o passado em relação à perda da filha. O filme mostra a dinâmica social entre os brancos e os indígenas. Em certo momento, o filme faz transições lentas, mas isso não tira a nota máxima do filme. Duas sequências, em específicos, são acima da média. O filme é no nível do Sicario, e as atuações dos personagens principais está excelente. Maurício conta que o filme tem tudo para estar entre as principais premiações de 2017, já que a premiére em Sundance indica que sua vida comercial será até o fim do ano, quando começará a corrida para o Oscar 2018.
To The Bone:
Com um título literal, o filme da diretora Marti Noxon conta a história de uma garota anoréxica que tem uma família problemática e disfuncional. Ela acaba sendo forçada a fazer um tratamento. O principal do filme é ela na clínica em tratamento. Segundo o crítico, o filme segue todos os clichês que podemos imaginar. Não é um longa ruim, mas seguiu os trechos do manual de roteiro do Syd Field. Uma previsível tragédia força o desenvolvimento do longa, e ele segue o tom de filmes independentes “típicos”. A abordagem e o tom do filme se parecem com “A Culpa é das Estrelas”, e o principal destaque está nas atuações, e a protagonista Lily Collins está muito magra.
Cries from Syria:
A premiére do documentário “Cries from Syria”, da HBO, causou na plateia um choque muito grande. O motivo são as cenas explícitas da Guerra na Síria. 80% das imagens são feitas por quem está lá, chegando a exibir os soldados sírios tocando fogo na cabeça de uma pessoa, e por pouco não exibe uma cena completa de decapitação. Depoimentos de pessoas envolvidas, crianças e imigrantes fazem parte dos quatro capítulos do documentário. É uma recapitulação completa dos problemas na Síria e traz para o grande público toda a questão, com extrema importância histórica. Mas Maurício alerta que, como todo documentário americano, ele tem alguns clichês, como a trilha sonora glorificante e uma música épica que chama para mobilização, o que seria desnecessário frente ao que o filme expõe. O diretor Evgeny Afineevsky é o mesmo de “Winter on Fire”, e nota-se que o doc segue a mesma concepção.
Não Devore Meu Coração:
A estreia do filme brasileiro de Felipe Bragança, roteirista de Praia do Futuro e O Céu de Suely, com Cauã Reymond, mostra um exercício de gênero muito diferente do que estamos habituados a ver no Brasil, e funciona como uma metáfora da Guerra do Paraguai. Na trama, João Carlos, filho de um proprietário de terras, vive um amor impossível com Basano, uma índia Guarany. Nessa relação dos dois, surge um elemento de realismo fantástico: a maneira como os adolescentes veem a situação é mágica, até como forma de escapismo da realidade. Segundo Maurício, é um filme muito sensível, e que mostra um Brasil que poucos brasileiros conhecem. Cauã Reymond está em ótima atuação, assim como Adeli Benitez e Eduardo Macedo. O filme tem suas limitações, já que grande parte é formada por não-atores, mas a poesia do filme ultrapassa essas limitações, como explica o crítico.
Raw:
O filme francês Raw, que estreou em outro festival, da diretora Julia Ducournau, mostra a jornada de uma garota do veganismo ao canibalismo. Ela tem uma experiência ao entrar na faculdade de veterinária, e isso faz com que ela tenha uma tendência ao canibalismo. Esse processo se desenvolve, e ela vai perdendo a noção das coisas. O filme tem um peso psicológico e estético pesado, e um desfecho interessante, segundo o crítico. Precisa ter estômago, mas é um terror sofisticado para quem gosta.
XX:
O filme exibido na sessão da meia noite é uma antologia de contos de terror dirigido por mulheres. Como qualquer antologia, ele oscila, mas funciona bem. O primeiro conto, “The Box”, funciona relativamente bem, mas fica prejudicado pela falta de orçamento. A segunda mostra uma festa de aniversário tem um roteiro perspicaz, e a terceira, “Don’t Fall”, é um gore mais pesado. O último conto tem cara de “O Bebê de Rosemary” de baixo orçamento. Maurício conto que as várias animações de terror stop-motion que fazem a transição entre os contos são de altíssimo nível.
Confira os vídeos no Facebook (Festival de Sundance 2017 – Dia 4):
Cena antes de um filme com breve depoimento:
Live com entrevista do Cauã Reymond:
Versão editada da entrevista (Cine Drive Out):
Sessão de Perguntas e Respostas:
Festival de Sundance 2017 – Dia 4: Participam da cobertura do Festival de Sundance 2017 os seguintes sites e canais: Razão:de:Aspecto, Cinem(ação), Conacine, Cine Drive Out, Pós-Créditos e Correio Braziliense.
Acompanhe a cobertura completa do Festival de Sundance 2017:
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