Eu Cinéfilo #19: Oshin (2013)
Há! Como é grande o meu amor pelo cinema. Como é grande o meu amor pela vida, por histórias, como sou feliz por encontrar obras de artes perdidas como “Oshin”, filme japonês – olha, quem diria que iria voltar ao país tão cedo – de 2013, dirigido pelo Shin Togashi e que tem, em seu elenco, uma das atrizes mais bonitas, ao meu ver, Ueto Aya fazendo a mãe da personagem título, interpretada pela adorável e talentosa… pausa, peguem o caderno… pausa… Kokone Hamada! Você caro amigo(a), anote esse nome, estamos falando da menininha que se tornará, em breve, uma das maiores atrizes do Japão. Por que o que ela faz nesse filme é uma das coisas mais profundas que eu já vi, no que diz respeito a atuação de crianças, olha que, como pesquisador do tema que eu sou, já vi muitas atrizes boas, principalmente vindo da Suécia, mas essa menina é de deixar boquiaberto, mesmo com certos exageros costumeiros do cinema Japonês ela realiza algo inacreditável, eu ouso creditar como classificar como a maior performance mirim que eu já vi na história do cinema.
Na postagem anterior, sobre “Paixão Juvenil” eu falei um pouco sobre a visão que a mulher tinha no Japão, bem, claro que o filme que comento hoje é recente, porém ele se passa em um período muito conturbado onde, consecutivamente, a mulher era alvo de muito sofrimento. Em pleno período Meiji, repleto de mudanças políticas, econômicas, assim como o próprio trabalho, o povo buscava encontrar uma forma de viver, em meio as mudanças e, sim, era comum o trabalho de criança, desde muito novos. Até chegar nas mulheres, que serviam a casa de todas formas possíveis. Tá, até ai não tem muita novidade, o fato é que teremos todas essas questões sendo tratada de forma extremamente sutil através de uma garotinha de 7/8 anos. O que, diante a inúmeros eventos catastróficos, digo, tristes, ela vai amadurecendo, até chegar ao ponto de ver sua mãe se prostituindo e, com as sábias palavras da sua patroa, busca o equilíbrio com a verdade de que, a mulher, está fadada a nunca trabalhar para si própria, mas para os filhos, maridos etc. Por fim, em um diálogo esplêndido, a senhora ainda fala para a menina “ame-a – sua mãe – com todas as suas forças” pois ela sofre por estar fazendo o que faz, assim como a menina sofre com a vida que lhe fora imposta.
Um filme extremamente triste, sim, real, é impossível não chorar, mas mesmo com os recorrentes exageros, em nenhum momento senti a obra pedinte, os acontecimentos vão desabrochando naturalmente, de forma que a emoção também seja muito natural, mesmo que quase durante todo o filme. A menina é um poço de coragem e atitude, servindo como exemplo, eu diria, para essa nova geração que tem tudo nas mãos, sim, eu também estou me incluindo. Poxa, ela começa a trabalhar aos sete anos, não conseguimos mais imaginar algo assim, ainda mais surgindo com tamanha naturalidade para a família essa questão, o pai soa como um explorador, mas não deixa de ser igualmente explorado, então estamos limitados a fazer um contexto mesmo, em prol a entrega, sem ficar com tanta raiva das injustiças, o que é bem difícil. Importante a reflexão/experiência adquirida ao assistir “Oshin”, tem como protagonista uma personagem muito madura e fofinha, cujo nome significa confiança, a qual, aliás, aprenderá a adquirir, por mais que seu direito de opinião seja praticamente inexistente, mas, no fundo, ela consegue ler e, sendo assim, é diferente, há muita esperança em seu sorriso simpático.
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