O Show da Vida Real
E se tudo em que a gente acreditasse fosse uma mentira? E se tudo fosse milimetricamente planejado para que todos nós acreditássemos que temos pleno poder de nossas decisões e escolhas? Neste último final de semana eu tive a oportunidade de rever um clássico, “O Show de Truman”(The Truman Show).

É inevitável fazermos analogias com a vida real, por isso, o que o filme nos quer dizer? Claro que a tomada de consciência não é tão simples, tão rápida e tão óbvia (apesar de extremamente necessária). A impressão que eu tenho é que tentamos a todos os momentos manter as nossas crenças, tentamos nos agarrar com todas as forças em nossas opiniões, justificar a todo custo nossos gostos e posições. Será que o “Show de Truman” acontece somente nos cinemas? Será que a nossa visão não é manipulada? Não me entenda mal, não estou sendo ingênuo de pensar que existe um Christof – personagem vivido por Ed Harris que controla tudo no filme, dos atores às manifestações da natureza – mas, tendo a acreditar que as nossas experiências, vivências e relações sociais constroem, a todo momento, o nosso modo de interpretar o mundo.
No longa-metragem, Truman também motivado pelo seu amor à Sylvia, supera os seus medos e cria a oportunidade de sair do mundo no qual vive. Ele chega ao final do cenário, encontra a porta de saída e antes de dar o passo rumo à incerteza, escuta Christof. O diretor do programa fala com ele direto de uma nuvem, como se Deus falasse aos seus mortais. Há um diálogo incrível sobre como o mundo de Truman é seguro, cheio de certezas e não há o que temer. Mas afinal, o que seria de nós sem as nossas 

Seja no “Show de Truman” ou na “vida real”, talvez possamos ser mais questionadores e indecisos, mais curiosos e menos certos. Talvez, e somente talvez, assim, vamos acabar nos colocando no lugar do outro, conversaremos querendo construir o que é melhor para todos, e não o que eu ou você achamos que é melhor.
É possível que nós sejamos menos donos de nossas vidas do que achamos que somos. E não porque tudo já está escrito ou determinado, mas porque alguém está escrevendo ou determinando por nós.
Questione-se e deixe o seu comentário! Vamos conversar.
