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Crítica: Meu Amigo Robô

Ficha Técnica – Meu Amigo Robô
Direção: Pablo Berger
Roteiro: Pablo Berger, Sara Varon
Elenco: Ivan Labanda, Albert Trifol Segarra, Rafa Calvo, José García Tos, José Luis Mediavilla, Graciela Molina (vozes originais da animação).
Sinopse: Meu Amigo Robô conta a história de Dog, um cachorrinho que mora em Manhattan, que ao se sentir cansado de ficar sozinho decide comprar um robô para ser seu companheiro. Ao ritmo da Nova York nos anos 90, a amizade floresce e eles se tornam inseparáveis.

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Adaptação de uma graphic novel voltada ao público infantil, Meu Amigo Robô é uma animação que não se limita a ser uma obra para crianças, mas uma narrativa emocionante para todas as faixas-etárias. 

Imagine um mundo sem humanos, apenas com animais com características e atributos iguais aos nossos. O protagonista é um cão solitário que vive isolado em seu apartamento em Nova York. Cansado de estar sozinho, ele compra um robô com a função de ser seu melhor amigo. Logo de cara eles se dão super bem e fica claro o afeto entre eles. Inclusive existe uma bela sutileza ao retratar a homoafetividade. Só que no último dia do verão os dois vão à praia e uma situação obriga o cão a deixar o robô por lá 

A partir daí os dois são obrigados a encarar a vida um sem o outro, mas sempre desejando o reencontro. 

Meu Amigo Robô, apesar da proposta lúdica, é uma animação honesta com o espectador e que não minimiza as situações. Por mais que as crianças sejam seu público-alvo, o filme jamais diminui o intelecto dos pequenos. Ao mesmo tempo, para os adultos, é difícil não perceber a si ou algum conhecido nas situações apresentadas. Viver em grandes cidades muitas vezes cria relações superficiais, o que em alguns momentos pode acabar levando ao isolamento. E depois da pandemia muitas são as pessoas que reclamam de dificuldade para fazer amizades. E o filme retrata tudo isso sem trazer nenhuma fala. Conseguimos compreender a conexão entre o cão e o robô por algo que ultrapassa os diálogos. 

E o uso da música é acertado e chega a emocionar nos momentos certos. Na verdade, uma das maiores qualidades do longa é saber dosar o tom. O humor é parte essencial do filme, mas também é o drama. E como a animação não se vale dos caminhos mais fáceis, alguns momentos são bastante dolorosos, seja para os personagens ou para o público. 

Um filme que trata das relações humanas, mesmo sem trazer humanos. E que mostra que mesmo em meio às maiores dores, podemos continuar e seguir em frente.

  • Nota
4

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