Crítica: Elis e Tom, Só Tinha de Ser com Você
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Crítica: “Elis e Tom, Só Tinha de Ser com Você” – 46ª Mostra de São Paulo

Elis e Tom, Só Tinha de Ser com Você – Ficha técnica:
Direção: Roberto de Oliveira
Roteiro: Nelson Motta
Nacionalidade e Lançamento: Brasil, 2022 (46ª Mostra de São Paulo)
Sinopse: Los Angeles, fevereiro de 1974. Elis Regina & Tom Jobim se encontram para gravar um álbum. O documentário musical revela os bastidores da gravação que mudaria suas vidas e se tornaria uma obra emblemática da música brasileira.

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A sessão em que assisti o documentário “Elis & Tom, Só Tinha de Ser com Você” de Roberto Oliveira encheu de pessoas. E não é à toa. Além dos interessados no documentário, no público costumeiro da Mostra, estamos falando de um documentário que registra dois gigantes da música brasileira: Elis Regina e Tom Jobim trabalhando na produção do álbum dos dois, “Elis & Tom”. É obvio que esse documentário atrairia então diversos admiradores dos cantores, fãs e interessados pelo cenário musical.

Porém esse também acaba sendo o Calcanhar de Aquiles do filme já que parece menos um documentário e mais uma peça simpática e divertida de assessório pra fã. Claro que no começo existe um bom trabalho de montagem e de roteiro em contextualizar os respectivos momentos que tanto Elis quanto Tom viviam na época, o que acabou gerando a feitura do álbum.

E o cuidado com as imagens de arquivo inéditas e em excelente qualidade acabam demonstrando o que eles têm de melhor: as imagens desses dois gênios trabalhando e convivência com suas próprias idiossincrasias e os seus processos criativos fascinantes, além de serem imagens que transmitem tão bem uma época e um momento da música brasileira e do próprio Brasil.

Uma pena, porém, que o filme não se foca apenas nas imagens de arquivo e falte uma linha narrativa mais forte que uma as reflexões entre Elis e Tom, já que as inserções de depoimentos no documentário cortam o interesse pelo o ele tem de melhor e parecem só reforçar obviedades, o que já estamos vendo e perder tempo com inserções de bobagens que até podem ser divertidas com as que se focam nos conflitos com o temperamento artístico de Tom Jobim, mas que no final das contas fazem que o filme tenha cara daqueles documentários quadrados e convencionais que poderiam ser um episódio de “Por Toda Minha Vida” apresentado pela Fernanda Lima. Mas é inegável que mesmo num documentário tão tradicionalista a força de Elis e Tom faça com que ele seja no mínimo divertido e interessante pelos registros tão lindos desse processo criativo.

  • Nota
3

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