DiCaprio está pronto para o 2° Oscar! - Cinem(ação): filmes, podcasts, críticas e tudo sobre cinema
Artigo

DiCaprio está pronto para o 2° Oscar!

Na semana passada (precisamente 15 de agosto de 2019 no Brasil) o mundo conheceu a nona obra do querido Quentin Tarantino, e com ela uma nova pegada.

Taranta traça uma nova forma de sua linguagem, edição e narrativa. Para alguns: evolução, uma vez que o seu roteiro é mais abrangente, abordando diversos assuntos e não se prendendo apenas a vinganças, roubos ou massacres. Porém, ainda temos a sua marca, ultraviolência e diálogos brilhantes. Para outros: uma mudança bruta, onde temos uma bela homenagem, dramático e uma comédia muito melhor explorada de toda a sua filmografia.

Para mais informações sobre o filme, temos uma crítica bacana do autor Fábio Cosmos AQUI. Na minha ótica, temos um longa completamente talhado caprichosamente pelas mãos calejadas de seu criador.

Tarantino tem faro e objetivo, mas usa de todo o seu poder, conhecimento e ego, para contar a sua história dentro de uma metragem atípica. Com toda a calma do mundo, prova a sua habilidade. A sua magia com uma câmera. Usa e abusa em níveis de metalinguagem, referências ao que ama e até mesmo em subverter expectativas do público.

Mas vamos ao Rick Dalton, personagem incrível interpretado por Leonardo DiCaprio.

Sabemos como Tarantino tem um prazer imensurável em descrever cenas violentas e casar cenas com músicas perfeitas para cravar na história do cinema, mas algo que sempre o destacou era a profundidade de seus personagens. Mesmo com apenas duas falas em um minuto de tela, este personagem muitas vezes é lembrado para sempre por seus fãs.

Rick Dalton não é tão memorável como um Mr Pink, nem tão cartunesco quanto um Django ou uma Beatrix, muito menos chega aos pés da sua obra prima, Hans Landa. Porém, este é um dos personagens compostos com maior número de notas e cifras possíveis. É uma verdadeira orquestra interpretativa com suas dúzias de camadas e seus vários conflitos e trajetos.

Ele ultrapassa o curioso, aquele personagem que você não sabe o que esperar na próxima cena. Também não se trata apenas daquele alimento delicioso que nutri o roteiro seja para qual for o lado que estamos indo. Não, não. Rick Dalton é o personagem mais humano do Tarantino, mesmo sendo ele um grande ator, atuando como um ator decadente tentando ser um grande ator novamente. Simplesmente falamos de um personagem distante de nossa realidade, que causa a maior empatia de toda a sua trajetória fílmica.

Muito disso graças ao esforço de Leonardo DiCaprio que não só sustenta, mas agrega valor a atuação de seu ator. Rick Dalton tem a sua baixo estima, depressão e alcoolismo, contrastando e ao mesmo tempo flertando com a sua coragem, o seu dom e a sua canastrice. É o personagem mais engraçado e dramático, o mais enérgico e preguiçoso, é o mais apaixonante e detestável, é o mais óbvio e original…

DiCaprio vive dezenas de Daltons dentro de diversos cenários da indústria e se destaca em cenas tensas, leves, plurais e diria principalmente, solos. E não sobressai por usar atores menores como escada, acho que ele como profissional já passou por está fase em outro momento de sua carreira. É realçado por mérito próprio – e creio eu – por em seu ombro ter alguém como Tarantino lhe direcionando.

Aqui o casting é impecável, trazendo nomes titânicos como Al Pacino (Perfume de Mulher) e Brad Pitt (Clube da Luta), o já “time” do Tarantino: Bruce Dern (Oito Odiados), Michael Madsen (Cães de Aluguel), Zoe Bell (Kill Bill) e Kurt Russel (A Prova de Morte), novas parcerias com a Margot Robbie (Eu, Tonya), Emile Hirsch (Alpha Dog) e Dakota Fanning (The Runaway). E brincando um pouco até mesmo com a trama, atores de série como: Mikey Madison (Better Things), Sydney Sweeney (O Conto da Aia), Margaret Qualley (The Leftlovers), Maya Hawke (Stranger Things) e até mesmo o Tymoth Olyphant (Justified). Estes são apenas alguns dos grandes nomes que permeiam este maravilhoso elenco.

Um personagem destes com tanto sabor e vitalidade, poderá dar ao DiCaprio o que não conseguiu em 1994 (Gilbert Grape), em 2005 (O Aviador), 2007 (Diamante de Sangue) e nem 2014 (Lobo de Wall Street), só conquistando realmente em 2016 (). Sim, Leonardo DiCaprio não é só um dos favoritos para ser indicado, ao meu ver, já é um dos favoritos a levantar o caneco… digo, digo… o carequinha mais famoso e cobiçado do cinema.

Não é o melhor filme do Tarantino. Não é o melhor personagem escrito por ele. Mas Leonardo DiCaprio supera o seu trabalho na pele de Calvin Candie, onde roubou completamente a tenção do público e ganhou o coração de seu diretor em uma certa cena no qual se feriu e continuou o take improvisando. Está cena é tão icônica que temos uma auto homenagem aqui em Era uma Vez em Hollyood…

Vamos ficar na torcida deste grande ator que superou a fase de galãzinho, onde só pegava papeis por sua beleza e sobre aquele título de “o cara que fez Titanic”. Vejo no DiCaprio o futuro de Robert Pattison, que também é um ator espetacular e muito julgado. Vamos ver pela segunda vez o prêmio máximo que um ator pode ganhar na indústria, coroar um trabalho impecável deste que está ganhando o coração de grandes nomes como Christopher Nolan, Alejandro Iñárritu e Martin Scorcese.

Bora DiCaprio! Bora pra mais um!

Deixe seu comentário