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CRÍTICA: CREED II (2019)

Creed II nos leva de volta à emoção, às fantásticas coreografias de luta e mostra que tem muito potencial para desenvolver ainda mais os elementos dessa franquia.

O roteiro aproveita-se de acontecimentos de “Rocky IV” para expandir o DNA próprio que Creed conquistou. Ivan Drago, antigo rival de Balboa, volta à história introduzindo um drama intimista para o pupilo de Rocky e para o mundo do boxe.

O conflito de Adonis Creed (Michael B. Jordan) é justificável e bem trabalhado. Desta vez, há menos desenvolvimento no Rocky (Sylvester Stallone), mas ele é fundamental para o desenrolar da narrativa. A Bianca (Tessa Thompson) tem um vislumbre de aprofundamento, mas logo tem o drama próprio transportado para outro acréscimo que esta nova história traz.

É bem verdade que essa é uma história sobre Creed e os dilemas dele. Mas Bianca merecia maior atenção do roteiro. Ela tem bastante camada para ser trabalhada, como a carreira musical dela que, tirando uma cena, é praticamente deixada de lado aqui. É apenas um detalhe, que não atrapalha, mas era promissor em termos de conflito.


Há um peso muito grande quando Rocky Balboa fala. Sempre sábio e paciente, beirando ao lirismo nas frases, ele é o equilíbrio e continua trazendo à narrativa muita emoção e lições. Vale a pena anotar algumas conclusões a que ele chega.

A trilha sonora é apoteótica. Sempre em sintonia com a sensação que a cena mostra, a música ajuda a narrar a história e provocar as mais diversas reações no espectador. O tema clássico do Rocky nos é dado aos poucos e em momentos precisos até explodir no clímax do filme.

A direção de Steven Caple Jr. leva o olhar do público (nas lutas) para passear pela plateia, pelos narradores e é claro para o ringue. A transição é acertada e há um destaque para a câmera subjetiva que nos traz a sensação de bater e apanhar durante a luta.

Os antagonistas têm dramas próprios e o roteiro não os esqueceu. Temos a proporção certa da subjetividade deles, os conflitos e as motivações. O que ficamos sabendo deles é suficiente para compreendê-los.

Para quem está acostumado à franquia “Rocky” e assistiu ao primeiro “Creed”, há uma cena que pode destoar da construção já estabelecida. Os personagens são levados a treinar num ambiente sem muito contexto dentro desta história e sem qualquer rima narrativa com os filmes anteriores. Certamente a preocupação do diretor era com a fotografia que, convenhamos, ficou belíssima.

Creed II tem um bom ritmo, excelentes cenas de ação, diálogos impactantes e bastante emoção para quem já é experiente nesse universo ou para quem começou por agora. Vale a pena assistir a ele nas telonas.



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  • Nota geral
4

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