Top 10 Melhores Filmes de 2018 - Cinem(ação): filmes, podcasts, críticas e tudo sobre cinema
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Cinema Mundial

Top 10 Melhores Filmes de 2018

Depois de tantos filmes chegou a hora de eleger quais os melhores do ano. Vou considerar os filmes que estiveram em cartaz no cinema no Brasil em 2018 entre janeiro e dezembro. Isso significa que terão produções que na origem são de outros anos e os lançados direto no streaming (Netflix, Amazon, etc) ficam de fora. E não vou citar os longas nacionais, pois estes terão uma lista à parte, pois assim destacarei com mais carinhos os filmes daqui.

Vale o comentário que o Cinem(ação) tem muitos autores. Esta lista representa apenas os meus Melhores que com certeza diverge da dos nobres colegas, mas esta é a graça das listas… as discussões. E claro, amigo leitor, você está convidado a colocar nos comentários o teu top 10 🙂

Antes do top 10 Melhores Filmes de 2018 fiquem com outras listas de melhores (acho que vemos filmes só para fazer listas):

Top 10 Melhores Filmes de 2017
Top 10 Melhores Filmes de 2016

5 menções honrosas: Três Anúncios Para um Crime, Missão Impossível: Efeito Fallout, Nasce uma Estrela, Me Chame Pelo seu Nome, Mudbound: Lágrimas Sobre o Mississippi.

Viva - A Vida é uma Festa

10 – VIVA: A VIDA É UMA FESTA (COCO):

Primeira Animação da lista, o longa chegou aqui na primeira semana de 2018 e desde então está no meu coração. Dos mais emocionais filmes da Pixar – o que é um desafio e tanto.
Acompanhamos Miguel, um jovem mexicano que adora música, mas vive em uma família que tem problemas com aquela arte. A animação se passa no Dia dos Mortos mexicano.
O tema aqui gira em torno de subtextos clichês, tais como, correr atrás do próprio sonho, tradições e família. Mas o principal é lidar com as repercussões da memória. A importância das lembranças, legado e preservação.

Confira a crítica do Daniel Cury sobre o Viva

9 – O INSULTO (L’INSULTE):

O Insulto foi indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e honrou estar entre os 5 finalistas. O filme libanês é um belo estudo de personagem a partir de uma discussão micro (uma calha quebrada) que reverbera em uma situação macro (a situação política e religiosa do Líbano).
Depois que o conflito narrativo é muito bem estabelecido, vamos escalando para um segundo ato magistral em um típico filme de tribunal. Aqui somos capazes de simpatizar com os dois lados e até com os interesses de personagens coadjuvantes. Esbanja-se humanidade aqui.
Uma das melhores cenas do ano é a dos carros no estacionamento. Com veículos em direções opostas e um deles dando defeito. Momento síntese do longa.

8 – A ILHA DOS CACHORROS (ISLE OF DOGS):

Nova animação de Wes Anderson e temos aqui muito do diretor. A parte visual é das coisas mais espetaculares do ano. Agregando à história e tornando-a muito mais do que a busca de menino pelo cãozinho.
A mistura de elementos diferentes acrescenta um contraste raro. Cachorros-robôs, feridas carcomidas, brigas cartunescas, ritos japoneses, tudo no mesmo balaio e todos sob o guarda chuva de um deslumbrante trabalho de stop motion.
Os temas abordados nos remetem a uma limpeza étnica, a personalismos e extremismos. Quaisquer relações com temas, ainda presentes, não são meras coincidências. Colocá-los de forma quase lúdica permite ganhos que se fossem abordados (mais) diretamente talvez não tivessem a mesma força.
A Ilha dos Cachorros pretende abraçar o mundo, um mundo cheio de espinhos, e o faz de forma quase perfeita.

7 – INFILTRADO NA KLAN (BLACKKKLANSMAN):

A incrível história de um negro que se infiltra na Ku Klux Klan é tão absurda que só poderia ser real. Infiltrado na Klan é pesado. Há diálogos e situações que farão teu estômago revirar e as referências (explícitas ou não) com os momentos atuais não aliviam ao mostrar que ainda temos pessoas com aquela mentalidade. Contudo, os toques de humor permeiam o longa com muita frequência.
O final de Infiltrado na Klan é catártico. Se as referências iniciais remetiam aoNascimento de uma Nação (1915), passando por décadas de racismo, culminar onde culmina é doloroso e necessário. Talvez isso quebre um pouco a imersão na trama, porém, ressalto: a pesada na pena do Spike foi precisa, pois muito além de um tema que pega na ferida americana, temos um filme grandioso.

Confira a crítica do Kley Coelho sobre o Infiltrado na Klan

6- TRAMA FANTASMA (PHANTOM THREAD):

Trama Fantasma segue o estilista Reynolds Woodcock que sempre acompanhado da irmã Cyril faz acontecer no mundo da moda. E por vezes ele utiliza uma mulher, ao que parece descartável, para servir como musa. Mas ao encontrar Alma as coisas mudam de figura e um relacionamento mais potente surge.
A alegação que um mundo da moda ou do estilismo não te atrai não é válida, já que Trama Fantasma é sobre outro tipo de entrelace e não apenas dos tecidos. Apesar deles de presentes em abundância e de ser o cenário, o cerne aqui são relações humanas.
A despeito de uma bela direção, trilha, design de produção e outros elementos, o que de fato chama atenção aqui são as atuações.
Daniel Deus Day-Lewis é um dos maiores atores de todos os tempos. Aqui, no provável último trabalho da carreira, ele dá outro show. A dobradinha com Paul Thomas Anderson funciona mais uma vez.

Confira a minha crítica do Trama Fantasma
e o nosso podcast sobre o filme

5 – OS INCRÍVEIS 2 (INCREDIBLES 2):

Eu já tinha Os Incríveis (2004) como o melhor filme da Pixar e um dos melhores filmes de herói. Basicamente temos aqui um evolução de tudo que já era impecável.
A história ganha um respiro com maior força da matriarca da família saindo para dar uns pontapés. E a inversão de papéis colocando o Senhor Incrível para cuidar da casa e dos filhos.
O visual está absurdamente detalhado. Os 14 anos de espera valeram, pois puderam trabalhar com esmero nesse aspecto e não simplesmente fazer logo uma continuação para lucrar.
Mas quem rouba a cena é o bebê Zezé. Megapoderoso, ele nos entrega um quase curta dentro do filme na já épica luta contra o guaxinim, além de abrir inúmeras possibilidades futuras em alguma sequência.

Confira o nosso podcast sobre Os Incríveis 2

4 – A FORMA DA ÁGUA (THE SHAPE OF WATER):

Vencedor do Oscar e indicado a 13 categorias, o longa dirigido por Guilhemo del Toro é encantador. Mesmo com uma história relativamente antecipáveis, todos os elementos ao redor tornam a experiencia mágica.
A trama basicamente acompanha Elisa (Sally Hawkins). Por trabalhar com limpeza, ela é convocada, junto com a amiga Zelda (Octavia Spencer), a retirar o sangue de uma sala onde o “terrível” monstro está amarrado, mas ela acaba vendo que ele não é tão terrível assim.
Fotografia, trilha, design de produção estão impecáveis. Um elenco pra lá de afiado da corpo e voz a isso tudo. E graças a um roteiro que permite que cada personagem tenha um arco, os atores têm material para trabalhar.

Confira a minha crítica do Forma da Água
e o podcast sobre o filme

3 – O SACRIFÍCIO DO CERVO SAGRADO :

Obra incômoda e estranha, vai causar reações opostas. Uns irão amar e outros terão muitos problemas. A primeira cena já avisa: seremos estranhos, visualmente explícitos e tensos, continue quem quiser… Ou aguentar.
Parte de uma história funcionar depende de bons personagens. E definitivamente é o caso aqui. Cada um tem vários momentos para brilhar. Movimentos inusitados e características distinguíveis.
Vamos entendendo, “desentendendo” e talvez entendendo novamente aquelas personas. Isso causa sentimentos vários, em especial na dupla que somos apresentados logo no começo: o médico e patriarca da família, Steven Murphy (Colin Farrell) e o jovem com personalidade indecifrável, Martin (Barry Keoghan).
Na parte técnica destaque para os focos de luz e movimentações de câmera. Ambos reforçando todo o sentir do filme.

Confira a minha crítica de O Sacrifício do Cervo Sagrado

2 – BUSCANDO…:

A filha de um homem some e ele não mede esforços para encontrá-la. O que poderia ser uma trama genérica, aqui ganha ares instigantes por conta da forma: o longa se passa todo na tela do computador.
Todo esse mecanismo causa uma claustrofobia bem-vinda. As saídas criativas usadas para permanecer na tela (vídeos, planilhas, chamadas) são a confluência perfeita de forma e conteúdo.
E vale ressaltar toda essa dinâmica seria desperdiçada se a história não fosse bem desenvolvida. Somos introduzidos em uma cena dramática, facilmente nos apegamos aos personagens e somos surpreendidos com algumas reviravoltas bem boladas e orgânicas.

Confira o nosso podcast sobre Buscando…

1 – PONTO CEGO:

Disparado o melhor filme do ano. E infelizmente pouca gente viu. Longa de estreia na direção de Carlos López Estrada. E escrito pela dupla de atores principais Rafael Casal, Daveed Diggs, também marinheiros de primeira viagem na função – o que causa maior espanto dada o resultado preciso.
Ponto Cego é extremamente cirúrgico em uma das feridas americanas: o racismo contemporâneo. Principalmente o que envolve a questão policial e os negros.
O filme conta a história de Collin, um homem negro que está terminando de cumprir a condicional. Faltam três dias e ele estará livre. Por mais que ele não queira se meter em encrencas, as coisas acabam o circulando, seja por conta do temperamento explosivo do grande amigo Miles, seja sendo testemunha de um crime.
Para além do racismo, tema central aqui, vemos o desenvolvimento de dois personagens de forma muito rica. E embalado por uma trilha por vezes diegética, fotografia que ressalta os tons de vermelho e uma montagem sem barrigas.
Há pelo menos quatro cenas que nos fazem prender a respiração. A da arma na rua, a criança na sala, o telefonema e o rap no final.

Confiram a minha crítica completa deste filme no site Razão de Aspecto


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