51º FESTIVAL DE BRASÍLIA – DIA 3: New Life S.A. e dois curtas
Festival de Brasília
Cinema Nacional

51º FESTIVAL DE BRASÍLIA – DIA 3: New Life S.A. e dois curtas

O 51º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro chega ao terceiro dia (segundo da mostra competitiva). Na disputa foram exibidos 3 filmes, dois curtas e um longa.

Confira aqui a cobertura do primeiro dia do Festival. Recheado de homenagens e com a exibição especial de “Imaginário” de Cristiano Burlan e  “Domingo”, longa de Clara Linhart e Fellipe Barbosa.

E aqui os meus comentários sobre os filmes do segundo dia (Mostra Competitiva): Boca de Loba, Kairo, Torre das Donzelas e Los Silencios


Vamos ao dia 3 do Festival de Brasília: 

Curtas:

Os curtas em outros anos chegavam até a superar os longas em qualidade, infelizmente os do terceiro dia decepcionaram bastante.

Liberdade:

Ficha técnica: Direção: Pedro Nishi e Vinicius Silva. Documentário, 25 min, 2018, SP, livre
Elenco: Cristina Sano, Aboubacar Sidibe e Mamadou Yaya Sow

Sinopse: Abou é um artista guineense que vive com outros imigrantes africanos em uma pensão no bairro da Liberdade em São Paulo. Entre eles, vive Satsuke, uma mulher japonesa misteriosa que parece estar na casa a muitas décadas. Sow, um jovem guineense, está tentando chegar na casa para começar uma vida no Brasil, mas fica preso na imigração no aeroporto. Vidas estrangeiras habitam o bairro da Liberdade, um lugar de passado sombrio.

Festival de Brasília Liberdade

Não quero criticar o curta pelo que ele não é, mas se investisse mais na curiosidade da relação dos imigrantes africanos (em especial os de Guiné, foco do filme) no bairro da Liberdade (que tradicionalmente associamos à imigração oriental) teria mais viço. Liberdade até flerta com isso em alguns momentos, em outros contudo fica vazio ao expor o cotidiano dos personagens em cenas que poderiam ser melhor trabalhadas na montagem. Há boas ideias de enquadramento e o uso da trilha (novamente apoiada na questão cultural) ajuda a compor bem o cenário. Nota: 2/5


Sempre Verei Cores no seu Cinza

Ficha técnica: Direção: Anabela Roque. Documentário, 18 min, 2018, RJ, livre

Sinopse: No Brasil, a continuidade da universidade pública estadual está em risco. Desde 2015, a UERJ – Universidade do Estado do Rio de Janeiro – vive uma situação de precarização que só tem se agudizado. Estudantes, professores e funcionários que se recusam a aceitar a situação se organizam para resistir e reivindicar. Entre os protagonistas dessa luta está a estudante de arte Matheusa Passareli, ativista LGBTQ, brutalmente assassinada em abril de 2018, no Rio de Janeiro.

Na tentativa de denunciar a situação da UERJ, um grupo ligado ao curso de Artes faz diversas intervenções dentro e fora da Universidade. O tema poderia suscitar debates e o alerta para a situação poderia ser válido, contudo o curta basicamente se resume a uma gritaria histriônica. Salvo a primeira imagem (o restaurante universitário sem comida e depois os alunos compartilhando frutas) de resto até a própria mensagem fica prejudicada e perde força. Os que não conheciam a situação podem criar uma repulsa e os antipáticos à causa vão reforçar os argumentos contrários. Apesar do título excelente, disparado, até agora, o pior filme do Festival, o tema pelo tema não faz um filme ter qualidade. Nota: 1/5


Longa: 

New Life S.A.:

Ficha técnica: Direção: André Carvalheira. Ficção, 79 min, 2018, DF, 14 anos. Elenco: RENAN ROVIDA, MURILO GROSSI, WELLINGTON ABREU, ANDRÉ DECA, RÔMULO AUGUSTO, RODRIGO DA SILVA LELIS, JULIANO COACCI

Sinopse: Augusto é um jovem arquiteto bem-sucedido à procura de um sentido para sua vida, acreditando que sua arquitetura irá transformar o mundo e as relações entre os indivíduos e a sociedade.

New Life S.A. começa com um humor raro no Festival focalizando em uma sátira política. Passa por um drama de um arquiteto. Denúncia relacionada aos três poderes. E trata também de divisões (entre pessoas, classes, casais, estilos, além das físicas). O fato de atirar para todo canto dilui as boas ideias e enfraquece a proposta na hora de costurá-las.

O recheado elenco vai muito bem, sendo exigido diversas facetas. A primeira cena no carro ou mesmo a cena da família na vitrine são bons exemplos. Algumas críticas sociais funcionam igualmente bem mesmo com alguns exageros, o que cansa são determinadas repetições e por vezes soar como pequenas esquetes entrecortadas e desgastando as piadas.

A trama principal (o drama do arquiteto) poderia caber em um curta ou até, contraditoriamente, em um longa mais longo para que fosse melhor desenvolvida. Os demais arcos também carecem de uma lapidada. Nota: 2,5/5


Estou fazendo a cobertura em parceira com os sites Razão de Aspecto, O Sete e Louco por Filmes 
Veja meus comentários em vídeo, com toda essa turma, no canal do Razão de Aspecto no Youtube

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