Top 10 Melhores Filmes de 2017
Depois de tantos filmes chegou a hora de eleger quais os melhores do ano. Vou considerar os filmes que estiveram em cartaz no Brasil em 2017. Isso significa que terão produções que na origem são de outros anos e os lançados direto no streaming (Netflix, Amazon, etc) ficam de fora.
Vi mais de 240 filmes, porém algum pode ter me passado despercebido, então deixe aí nos comentários a tua lista 😀
Antes do top 10 Melhores Filmes de 2017 fiquem com outras listas de melhores (acho que vemos filmes só para fazer listas):
5 Melhores Blockbusters de 2017
5 Melhores Animações de 2017
Top 10 Melhores Filmes de 2016
10) CORRA!
Direção: Jordan Peele Nacionalidade: EUA
Criativo, repugnante, ácido, tecnicamente muito bom, engajante e dolorosamente real. Uma história de terror/suspense que trata de racismo de um jeito raro. Atuações delicadas e vigorosas. Uma trama engajante e uma direção certeira. Tudo isso tornou Corra! um forte concorrente a uma vaga no Oscar e membro do nosso top 10 do ano.
Crítica completa de Corra!
Podcast sobre Corra!
9) AO CAIR DA NOITE:
Direção: Trey Edward Shults Nacionalidade: EUA
Mais um na linha terror/suspense, aqui a construção da atmosfera e a forma como os temas são postos em tela ganham relevo. As perguntas e a discussão são mais importantes que as respostas. A fotografia tem um excelente trabalho de luz e sombra. O diretor apenas no segundo filme da carreira já demostra um controle cênico gigante. Vale ficar de olho em Trey Edward Shults, este é A Bruxa de 2017.
Veja a crítica completa de Ao Cair da Noite
Direção: 300 ml (Bernardo Dutra, Manitou Felipe) Nacionalidade: Brasil
Primeiro filme brasileiro na lista, o que impressiona em Soundtrack é um misto de acertos. Na parte técnica: temos incríveis soluções para filmar o Ártico em um estúdio no RJ, uma fotografia que ajuda a contar a história, tal qual o som que instiga e silencia no momento certo. A mensagem se pauta no legado e em questões ambientais, artísticas e filosóficas. Os temas são bem desenvolvidos pelo roteiro e pelo elenco. Uma linha de trabalho rara no nosso cinema.
Crítica completa de Soundtrack
7) LUCKY:
Direção: John Carroll Lynch Nacionalidade: EUA
A rotina, os encontros com os amigos e as reflexões de um nonagenário, interpretado por Harry Dean Stanton, infelizmente no último trabalho da carreira já que o ator faleceu pouco depois do lançamento do filme. Um longa delicado e contundente. Como um passo de um cágado (e o animal tem função narrativa), mas intenso. É uma obra para ser revisitada em diferentes fases da vida.
6) DESERTO:
Direção: Guilherme Weber Nacionalidade: Brasil.
Segundo nacional da lista, dirigido pelo também ator Gui Weber, Deserto é um Auto da Compadecida do século XXI. Um grupo de circo precisa “povoar” uma cidade abandonada e recria novos papéis sociais para eles próprios. Críticas a vários setores da sociedade, em especial à hipocrisia e aos preconceitos. Fotografado com planos lindos e um design de produção riquíssimo, Deserto é o melhor filme nacional que eu vi desde Cidade de Deus.
CONFIRA A NOSSA CRÍTICA NA ÉPOCA DA COBERTURA DO FESTIVAL DE BRASÍLIA.
5) EM RITMO DE FUGA (BABY DRIVER):
Direção: Edgar Wright Nacionalidade: EUA
Infelizmente este poderá ser lembrado como o último filme do Kevin Spacey. Para além dos crimes do ator, temos sim uma excelente obra (definitivamente temos que separar ator da obra).
O mix perfeito entre velocidade e música em uma trama engajante elevam Edgar Wright ao rol dos grandes diretores modernos. A grande magia aqui é transformar momentos clichês em potenciais clássicos. O filme deve vir para as categorias de som no Oscar 2018.
Crítica completa de Em Ritmo de Fuga
Podcast sobre o filme
4) LA LA LAND – CANTANDO ESTAÇÕES:
Direção: Damien Chazelle Nacionalidade: EUA
O vencedor do Oscar de melhor filme em 2017 Outro filme com a música como elemento central agraciou os fãs dos musicais – e até de quem não aprecia o gênero (veja o nosso texto: motivos para amar La La Land mesmo odiando musicais). Uma mise en scene das mais espetaculares, direção (vide a cena de abertura) dificílima) e, claro, City of Stars foi assobiada inúmeras vezes pelos corações apaixonados, aliás vale a lembrança que a história de amor do filme quebra alguns clichês, outro motivo para a posição de destaque neste ranking.
Crítica completa de La La Land
La La Land rendeu um dos episódios mais polêmicos do nosso podcast no ano.
3) A QUALQUER CUSTO:
Direção: David Mackenzie Nacionalidade: EUA
Ao assistir A Qualquer Custo não tarda para percebemos que estamos diante de uma peça rara no cinema. Seja nos movimentos de câmera, interações entre personagens ou no tom geral. Sob um guarda-chuva simples, uma perseguição policial, vemos temas relevantes que passam por crise no sistema bancário, amizade e relações étnicas. A câmera do Mackenzie não é nada preguiçosa e vemos enquadramentos que dizem muito. O faroeste definitivamente está de volta.
Veja a crítica completa de A Qualquer Custo
2) A CRIADA:
Direção: Chan-wook Park Nacionalidade: Coreia do Sul
A Criada mistura Tarantino, Grande Hotel Budapeste e tudo que 50 Tons de Cinza poderia ser. Quando o ano começou imaginei que dificilmente alguém tiraria o posto de A Criada. A narrativa cheia de reviravoltas que não se prestam a um artifício bobo, mas sim a pluralidade da trama. Uma ironia dramática às vessas. A simetria dos objetos em cena, uma violência crua com quebra temporal e sexo visceral dão o tom aqui. Apesar de longo, é daqueles filmes que dá vontade de ficar horas a mais no cinema.
Veja a crítica completa de A Criada
1) BLADE RUNNER 2049:
Direção: Denis Villeneuve Nacionalidade: EUA
Disparado o melhor filme do ano. Blade Runner, lançado em 1982 é um dos mais influentes do gênero. O medo de uma continuação se esvai quando olhamos quem assumiu o projeto. Denis Villeneuve já liderou a lista em 2016 com o instigante A Chegada e agora repete o feito.
Simplesmente tudo funciona: da longa duração, passando pelas referências, pequenos detalhes, planos grandiosos, temas, ação, romance, reviravoltas…. mas principalmente o visual. Com certeza deve vir para o Oscar e é um dos favoritos em fotografia (deveria ser favorito em todas rsrs). Ao lado de 2001, A Chegada e do próprio Blade Runner clássico integra-se os 4 maiores do gênero.
Crítica completa de Blade Runner 2049
As referências religiosas no filme
E o nosso podcast sobre o melhor filme do ano
Menções honrosas: 11 – Moonlight, 12- Eu Não Sou Seu Negro, 13 – O Cidadão Ilustre, 14- Atômica , 15 – Terra Selvagem , 16- Eu, Daniel Blake, 17 – Minha Vida de Abobrinha, 18 – Cora Coralina: Todas as Vidas, 19 – Colossal , 20 – O Apartamento.
Breve comentário: infelizmente a lista principal ficou mais americana do que eu esperava. Não que isso seja um problema, mas nas menções vemos uma diversidade maior. Tem produções argentinas, suíças, iranianas, etc. E qualquer filme das menções poderia integrar o top 10 tranquilamente. Ainda temos alguns outros não citados que também são grandiosos.
Mas o teu negócio é filme ruim? Não tem problema: confira a nossa lista dos 10 piores filmes de 2017