Crítica: Rogue One: Uma História Star Wars (2016) - Sem spoiler
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Crítica: Rogue One: Uma História Star Wars (2016) – Sem Spoiler

Rogue One: Uma História Star Wars tem uma jornada que não é tão cativante quanto o destino

Ficha técnica:
Direção: Gareth Edwards
Roteiro: Chris Weitz, Tony Gilroy
Elenco:  Felicity Jones, Diego Luna, Alan Tudyk, Donnie Yen, Forest Whitaker, Mads Mikkelsen
Nacionalidade e lançamento: EUA, 2016 (15 de dezembro de 2016 no Brasil)

Sinopse:  Ainda criança, Jyn Erso (Felicity Jones) foi afastada de seu pai, Galen (Mads Mikkelsen), devido à exigência do diretor Krennic (Ben Mendelsohn) que ele trabalhasse na construção da arma mais poderosa do Império, a Estrela da Morte. Criada por Saw Gerrera (Forest Whitaker), ela teve que aprender a sobreviver por conta própria ao completar 16 anos. Já adulta, Jyn é resgatada da prisão pela Aliança Rebelde, que deseja ter acesso a uma mensagem enviada por seu pai a Gerrera. Com a promessa de liberdade ao término da missão, ela aceita trabalhar ao lado do capitão Cassian Andor (Diego Luna) e do robô K-2SO.

A cada novo filme de Star Wars uma sensação dúbia paira nas mentes dos fãs: por um lado felicidade por reencontrar o universo tão querido e por outro o medo de não honrar aquilo que se tornou a religião de muitos. O episódio VII, para muitos cumpriu bem a tarefa de revisitar o mundo clássico e deu uma Nova Esperança para a presença anual de Star Wars nas telonas.

O desafio este ano em Rogue One era diferente: criar uma história que saísse do plot principal e ao mesmo tempo fosse Star Wars. Nesse sentido o propósito até que foi atingido. Reconhecemos lugares, equipamentos, criaturas. Os fan services estão presentes na medida certa, comovem – um em especial – e não atrapalham o andamento da trama (diferente de um certo filme da DC…). Por exemplo, na trilha há uma clara reverência ao tema clássico, porém sem se contentar e se acomodar nela. Este quesito, a parte sonora, aliás é o grande destaque do longa.

Mas um filme de Star Wars não pode ser só isso. Em todos os episódios bons da franquia a força estava no carisma dos personagens, em como a gente se importava com eles. Aqui o vínculo estabelecido alterna momentos corridos com passagens maçantes, quase todos fora do tom. Vários fatores contribuem para esse insucesso: a atuação inexpressiva de Felicity Jones – e de boa parte do elenco – há um momento onde ela declama um discurso motivador de forma mecânica, um roteiro que não procura desenvolver os laços adequadamente e tem uma apresentação truncada pela montagem.

É sintomático que o melhor personagem seja um androide, o K-2SO. Ele vem quase como uma antítese do BB8. A personalidade dele se pauta no falastrão rabugento e funciona muito bem. Há várias piadocas proferidas pelo novo companheiro que dão um tom mais leve à pesada história de Rogue One – inegavelmente o filme mais adulto da franquia.

A cena final tem potencial para arrancar aplausos e é um dos maiores momentos do ano. Arrisco-me a dizer que é o melhor corte final de toda a saga. Sem dúvidas que Rogue One veio em uma crescente – os primeiros arcos deixando a desejar e o final funcionando- contudo, as últimas imagens são inacreditáveis, arrepiantes e por si só sobe a nota no geral.

Até chegar no ápice o caminho é tortuoso. A recompensa é grandiosa de fato, todavia o preço a ser pago vai além. A transição entre os planetas é confusa e com um letreiro bobo, as motivações são rasas e simplificadas, falta um miolo que calce o trajeto do ponto A ao B. Por ser Star Wars a tendência é que cada alusão bem feita ganhe pontos – mais que o normal. E por ser Star Wars a exigência é maior – aqui deixando um amargo gosto agridoce. E olha que eu não tinha um mau pressentimento sobre isso…

https://www.youtube.com/watch?v=ySVDUw-c3PU%20%20

  • Atuação
  • Roteiro
  • Trilha
  • Montagem
  • Fotografia
3.4

Resumo

Rogue One: Uma História Star Wars mantém a áurea de Star Wars, mas deixa a desejar na história, atuações e em como tudo é apresentado e desenvolvido. Já o final salva muito todo o longa.

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