Eu Cinéfilo #24: X-Men: Apocalipse - Cinem(ação): filmes, podcasts, críticas e tudo sobre cinema
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Eu Cinéfilo #24: X-Men: Apocalipse

Artigo sobre X-Men: Apocalipse:

 

A onda de filmes de super heróis teve inicio lá nos anos 2000 com o “X-Men – O filme”, de lá pra cá muitas coisas mudaram e o modo de como fazer esses filmes também, a fórmula Marvel revolucionou o subgênero e ditou uma forte onda – filmes mais coloridos e engraçados e depois disso a Warner/DC tentou subverter fazendo seu “Man of Steel” e “Batman vs Superman” o mais sombrio possível, mas será que não existe um meio termo entre esses dois? Algo realmente que possa divertir e te deixar a flor da pele? Óbvio que sim, “X-Men: Apocalipse” acerta em cheio esse meio termo (Dias de um Futuro Esquecido já tinha quase conseguido).

O longa se passa dez anos depois de “Dias de um Futuro Esquecido”, porém tem seu início lá nos primórdios da humanidade dando uma introdução perfeita pro vilão Apocalipse em uma sequência no antigo Egito de tirar o fôlego, além de fazer uma passagem de tempo muito inventiva até os anos 80. A introdução dos novos mutantes é feita de forma natural e muito legal, principalmente na parte da luta dentro da gaiola, e os quatro cavaleiros do Apocalipse tem uma presença de tela muito impressionante.

X-Men-Apocalipse-

Se “First Class” tratava de genocídio de pessoas diferentes e em como o ser humano pode ser cruel com quem age, pensa e apenas acredita em algo que não lhe é conveniente, e “Dias de um Futuro Esquecido” trata levemente de uso de drogas para se sentir melhor, “X-Men: Apocalipse” não abandona um discurso muito presente nos dias atuais… A manipulação da mídia e vemos isso logo no primeiro ato onde o vilão aprende todas as coisas que aconteceram e estão acontecendo apenas tocando a televisão que nos leva a uma grande metáfora em como a TV pode agir na mente de uma pessoa dependendo do que ela decide passar.

O elenco inteiro está fantástico e consegue fazer muito bem seu papel, porém alguns merecem mais destaques: Fassbender novamente faz um Magneto perfeito que tem um arco dramático forte e consegue transitar magnificamente entre o sutil melancólico até o ameaçador, McAvoy tem o controle de como interpretar o Xavier e entrega novamente algo legal, Oscar Isaac mesmo debaixo de muita maquiagem e pós produção consegue manter uma serenidade em sua voz e seu jeito de olhar que passa uma sensação de controle muito grande, e o carismático Evan Peters que faz um Mercúrio maravilhoso que dessa vez tem duas cenas no estilo de “Dias de Um Futuro Esquecido”, porém uma delas é muito superior.

A história segue com o Apocalipse dando inicio ao seu plano de transformar o mundo em um lugar apenas para os fortes (entenda-se forte como seu seguidor) e é ai que o mesmo torna-se uma grande alegoria para a religião e em como a mesma pregou (e ainda prega) como apenas quem os segue fielmente conseguirão sobreviver no reino dos céus no dia do fim dos tempos. A batalha final é, infelizmente, a parte que mais apresenta problemas, mas ainda assim tem virtudes que se sobressaem a isso. Se o CGI acaba pecando principalmente nas cenas de Voo do Anjo e nos raios que saem dos olhos do ciclope, temos também uma inventiva batalha de mentes entre o Apocalipse e Xavier que é algo inédito e rico, porque ali vemos uma disputa dos dois em busca do cérebro que é a chave para controlar as pessoas e não é por menos que podemos fazer uma ligação direta com nossa realidade que quem detém o poder das mídias seja ela televisão ou internet tem o poder de manipular qualquer povo.

Por fim, “X-Men: Apocalipse” peca apenas em não desenvolver alguns personagens e no uso do CGI aqui e acolá, mas sua força e virtude são muito maiores. É engraçado, é denso, e acima de tudo tem conteúdo em seu interior, uma pena que sua casca seja tão mal vista por algumas pessoas… Mas quem olha o mar querendo ver a água nunca descobrirá o que tem no fundo do oceano.

 

Texto escrito por:

Willian Bongiolo

x-men apocalypse

 

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