Crítica: Êxodo: Deuses e Reis
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Crítica: Êxodo: Deuses e Reis

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É quase impossível não comparar este novo filme de Ridley Scott com o último longa de Darren Aronofsky, “Noé”. Afinal, são duas importantes passagens do Velho Testamento da Bíblia, comandada por grandes diretores ateus, lançadas em 2014. No entanto, as similaridades não são tantas, já que “Êxodo: Deuses e Reis” funciona muito mais como uma crítica a questões políticas do que um questionamento sobre a real existência de Deus, como é o caso de “Noé”.

Na nova releitura da história de Moisés, que liderou o povo hebreu a fugir do Egito, onde eram escravizados há 400 anos, vemos algumas mudanças em relação ao texto bíblico: Moisés é um general do Faraó, e Ramsés, que cresceu como um irmão do protagonista, é um antagonista de características tridimensionais que, embora permaneça o tirano da escritura, abrange outras características interessantes, como o amor pela sua família.

Enquanto Christian Bale, Joel Edgerton, Ben Kingsley, Aaron Paul e Sigourney Weaver fazem bons trabalhos – mesmo que os dois últimos sejam personagens bastante vazios -, o roteiro de Adam Cooper, Bill Collage, Jeffrey Caine e Steven Zaillian se faz interessante quando opta por uma forma diferente da aparição de Deus para o protagonista, e quando coloca um questionamento sobre o futuro dos hebreus, o que abre uma discussão bastante atual sobre os impérios e os povos subjugados. É uma pena que o longa não se aprofunde totalmente no tema, já que se rende à ação das batalhas e ataques que, apesar de tudo, são muito bem orquestrados por Ridley Scott, que mostra da forma mais realista possível os acontecimentos “obrigatórios” da história: as pragas e a abertura do mar vermelho.

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É uma pena, portanto, que o filme não seja tão rico quanto seu coleguinha “Noé”, mesmo que suas liberdades criativas sejam menos ofensivas aos religiosos. Ainda assim, Ridley Scott parece voltar à boa forma após uma sequência de filmes mais fracos, como “Prometheus” e “Robin Hood”.

“Êxodo: Deuses e Reis” não é algo genial, mas vale por seus pontos positivos.

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