Crítica: Transformers - A Era da Extinção
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Crítica: Transformers – A Era da Extinção

Há 4 anos, ao fim de Transformers – O Lado Oculto da Lua, Optimus Prime e seus Autobots derrotaram a última ameaça Decepticon e a trilogia de Michael Bay parecia ter tido fim. O mesmo anunciou que não retornaria, e a Paramount parecia estar perto de anunciar um recomeço para a franquia nos cinemas. Para a surpresa de todos, Bay, que havia concluído o filme “Sem Dor, Sem ganho (2012)”, voltou atrás na sua declaração e foi anunciado que o mesmo dirigiria o então recomeço para a série, que, foi aos poucos se revelando não tanto um “Reboot” de fato, e sim, uma continuação daquele universo, com protagonistas humanos (e alguns robôs) diferentes.

De resto, tudo permaneceu o mesmo.

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O mesmo filme

De certa forma, Transformers – A Era da Extinção é o mesmo filme que seus antecessores. Difere apenas em qualidade, do indefensável segundo filme da franquia, Transformers – A Vingança dos Derrotados(2009), o pior da série. Os efeitos continuam excelentes, Mark Whalberg vem para substituir Shia LaBeouf, e a ação é, junto com a de O Lado Oculto da Lua, a melhor da série. O 3D vale a pena ( IMAX é obrigatório) e o espetáculo descerebrado é sim, garantido.

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O cara dos excessos

Que Michael Bay é marqueteiro todo mundo sabe. Engradece o exército americano, filma as mulheres, carros e o herói sempre em ângulo baixo, com direito a contra-luz… Toda mulher de Michael Bay veste branco, tem o tom de pele laranja, e o filme todo se passa no pôr do sol. É um dia no “american way of life”.

Por que, para o diretor, os núcleos familiares vêm sempre com figuras bem distinguíveis, com passado e motivações interessantes (ou o que Bay considera interessante): O pai é um cientista, a filha precisa de dinheiro para a faculdade e ao mesmo tempo faz o papel de mãe, já que o pai parece não perceber que suas invenções são inúteis. O namorado da filha é piloto de corrida, e o amigo da família vem na forma de  T.J. Miller como amigo e ocasional alívio cômico.

Michael Bay é sempre criticado por seus floreios como cineasta (citados no primeiro parágrafo desta crítica). Ele é o cara dos excessos. É sempre um filme mais longo (este longa, com o perdão do trocadilho, chega a quase 3 horas de duração). Sempre um clímax maior, sets mais grandiosos… e isso vem acompanhado de mais piadas, mais atores, mais explosões (as famosas explosões de Bay), e, neste caso, o maior pôr do sol registrado num longa que já vi. Bay, fetichista por tais alegorias, parece não perceber que a maioria de seu filme ocorre num pôr do sol de fato, como se o tempo tivesse parado. Quanto a duração, ela chega a prejudicar o filme, visto que, se o mesmo tivesse 30 minutos a menos, seria uma obra mais aproveitável.

Obra não, perdão.

Menos uma obra, mais um espetáculo

Não importa a sinopse de Transformers. Seus personagens são meros condutores de um set para outro. Ora num campo do Texas, ora em Chigago, ora na China, ora numa nave de um caçador de recompensas Transformer. Michael Bay entende isso. E ele tem consciência de que seu público está satisfeito com isso também. O filme está a pouco mais de um mês em cartaz e já está perto a alcançar o Bilhão na bilheteria mundial (o primeiro filme do ano a alcançar este feito). Então por que o desprezo de muitos cinéfilos e críticos ao redor do mundo? O desprezo está, talvez, em levar Bay muito a sério. o mesmo já afirmou em entrevista que não faz o filme para os críticos, e sim, para o público. O cineasta ( “cineasta”) é menos um diretor e mais um showman. Seu dever, como o mesmo já disse, é fazer o ingresso valer, e, faz de transformers seu playground, seu parque de diversões, que, na minha sincera opinião, cumpre seu dever.

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Um filme evento

Com filmes como Transformers, você não paga pelo ingresso, você paga pela experiência, pelo “evento”. Ir ao Shopping com os amigos, passar no fast food, apreciar o filme com a “galera”… e isso inclui todas aquelas imaturidades que ocorriam na “infância”, como vaiar um personagem, aplaudir sem nenhuma razão para um momento, vaiar e comemorar com as destruições e explosões orquestradas por Bay. No fim das contas, depende do quão grande é o espaço para seu Eu de 14 anos no seu peito. Porque no fundo, Michael Bay também é um garoto de 14 anos (egocêntrico e megalomaníaco). E a imbecilidade de Michael Bay é perdoada no momento em que o “Robô Jesus” Optimus Prime entra em cena empunhando uma espada e cavalgando um Robô dinossauro gigante.

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  • Nota Geral:
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Resumo

Com filmes como Transformers, você não paga pelo ingresso, você paga pela experiência, pelo “evento”. Ir ao Shopping com os amigos, passar no Burger King, apreciar o filme com a “galera”… e isso incluí todas aquelas imaturidades que ocorriam na “infância”, como vaiar um personagem, aplaudir sem nenhuma razão para um momento, vaiar e comemorar com as destruições e explosões orquestradas por Bay. No fim das contas, depende do quão grande é o espaço para seu Eu de 14 anos no seu peito. Porque no fundo, Michael Bay também é um garoto de 14 anos (egocêntrico e megalomaníaco). E a imbecilidade de Michael Bay é perdoada no momento em que o “Robô Jesus” Optimus Prime entra em cena empunhando uma espada e cavalgando um Robô dinossauro gigante.

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