Cinema(song) – “Heroes”, agora conhecida como “The Tunnel Song”
Inigualável em sua capacidade de fazer músicas dos mais variados tipos e das mais variadas formas, David Bowie é hoje um dos músicos mais importantes do mundo. Em sua extensa lista de álbuns, destaca-se a “Berlin Trilogy”, composta por três álbuns gravados em parceria com o músico Brian Eno: ‘Low’, ‘Heroes’ e ‘Lodger’. Os álbuns foram gravados enquanto Bowie vivia em uma casa afastada na Suíça, de onde sempre viajava para a cidade de Berlim, de onde obtinha forte influência da vida cultural e da tensão criada pelo então existente Muro de Berlim.
No segundo álbum desta trilogia, a música “Heroes”, que o intitulava, era uma homenagem de Bowie e Eno à banda alemã “Neu!”, que tinha uma canção chamada “Hero”. Esta música de David Bowie e Brian Eno fala de amantes que se encontram à beira da “parede da vergonha”, ou seja, o muro que separava a cidade, e a canção ainda diz que a “vergonha estava do lado oposto”.
Com uma força incrível, a música faz parte de um período em que Bowie gravou canções mais “minimalistas”. Uma das curiosidades desta canção é que Brian Eno usou sintetizadores que faziam a voz de Bowie ecoar, de forma que, ao fim da canção, quanto mais o cantor grita, mais a voz retorna a ele, criando uma metáfora da vida dos amantes condenados que são personagens da poesia.
De todas as canções de Bowie, “Heroes” foi uma das mais utilizadas em comerciais e outras produções, entre elas a cerimônia de abertura das Olimpíadas de Londres, em 2012.
O FILME
Em “As Vantagens de Ser Invisível”, o autor, diretor e roteirista Stephen Chbosky buscava uma música que fosse forte o suficiente para representar o que no livro era apenas citado como a “música do túnel”, uma música linda que encantava os personagens principais enquanto eles cruzavam um túnel e faziam com que Charlie, o protagonista, se sentisse “infinito”. O filme, de certa forma, fala também de amantes condenados e de barreiras, como o Muro de Berlim, que separam pessoas e diferentes fases da vida.