Crítica: O Menino que Queria Ser Rei (2019) - Cinem(ação)
O Menino que Queria Ser Rei
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Crítica: O Menino que Queria Ser Rei (2019)

Adaptar as lendas Arthurianas para o cinema é uma constante, mas das mais variadas qualidades e gêneros. Aqui em O Menino que Queria Ser Rei temos uma versão infanto-juvenil com ares de sessão da tarde (para o bem e para o mal). Um prólogo explica a mitologia – e faz sentido a redundância já que pode ser o primeiro contato dos pequenos com o universo. Para os adultos, bem, digamos que dá para comprar pipoca na hora (e no filme todo)…

Somos então transportado para os dias atuais onde conhecemos Alex (Louis Ashbourne Serkis, sim filho do mestre Andy Serkis), um jovem que sofre na mão dos valentões, tem problemas em casa, em especial saudade do pai, e um amigo atrapalhado – ou seja a fórmula do herói…

Confira o excelente especial feito pelo crítico Sir Daniel Guilarducci sobre o Rei Arthur nos cinemas no site Razão de Aspecto.

Não demora para o nosso protagonista achar uma certa espada fincada em uma pedra e assumir que é o escolhido – vale a menção que inteligentemente os personagens do filme conhecem as histórias da Távola Redonda, o que rende algumas brincadeiras e possibilidades além. A partir daí ele, junto com uma trupe, tem que defender a Inglaterra das temíveis forças do mal e no processo passar uma típica jornada de auto-conhecimento e amadurecimento.

O Menino que Queria Ser Rei

Os problemas de O Menino que Queria Ser Rei não são obviamente relacionados a essa premissa. O como ela é desenvolvida é que pesa negativamente. Criticar a fantasia ou o foco infantil é o mesmo que criticar que o Super-Homem voa ou que temos tiros em um filme de guerra.

Contudo, o roteiro simplifica demasiadamente diversas relações, em especial a da mãe e do filho (ele sai de casa na frente da mãe e ela deixa ele ir tranquilamente) ou como o personagem de Angus Imrie vem como um deus ex machina. Todo e qualquer obstáculo é vencido com um farfalhar de mãos e um domínio da mente alheia – usado ou não conforme a necessidade do roteiro. Ele sozinho é capaz de abaixar a nota do todo.

A ameaça, a meia-irmã de Arthur, Morgana, surge a partir de uma mensagem bem clichê e tem todas as cenas conduzidas de maneira exagerada. Talvez também possa colocar na conta do gênero, mas não deixa de ser batido. Os soldados inimigos são repetitivos, em movimentos e visual, o que também cansa por render diversas lutas maçantes, em especial a final, um tanto arrastada.

O desfecho da relação pai e filho tem contornos não tão óbvios. O como se chega lá é tolo e inocente como todo o filme, mas as ideias pretendidas tem um momento de inspiração.

Outra situação que tira força do filme é a duração e mais que isso: a barriga gigante. Os inúmeros vai e vem deixam a aventura pesada – e agora vale usar o argumento de “é infantil” contra o próprio filme: uma criança dificilmente ficará atenta naquelas duas horas. Se eu fosse criança, não gostaria de ser apresentado ao rei Arthur por O Menino que Queria Ser Rei

Ps: Infelizmente boa parte das sessões estão dubladas então a análise do desempenho dos atores fica completamente enviesada e, portanto, não a comentarei.

  • Nota Geral
2

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