Festival de Sundance 2018 – Dia 3 #ConexãoSundance
Festival de Sundance 2018 – Dia 3: Já está no ar o resumo do terceiro dia do Festival de Sundance! Desta vez, foram apenas 2 filmes conferidos pelo Maurício Costa: o europeu “A Morte de Stalin” e o americano “Piercing”.
Festival de Sundance 2018 – Dia 3:
A Morte de Stalin
França/Reino Unido/ Bélgica, 2018, 107 min. Ficção. Direção: Armando Ianucci
O longa que compete na mostra de filmes estrangeiros, para a surpresa do crítico, é na verdade um filme de comédia sarcástica, levando os fatos históricos a sério e tentando reproduzi-los de maneira fiel, mas ao mesmo tempo tratando tudo que se passava nos bastidores de forma cômica. De uma forma cômica como os Coen tratam a comicidade da violência. E o filme explora muito bem as situações patéticas que se criavam pelo fato de as pessoas temerem serem executadas por esquecerem de atender o telefone, por exemplo. No começo do filme, quando Stalin aparece – personagem coadjuvante – Maurício achou o ator muito caricato, para só depois ver que era de propósito. Quem faz o Nikita Khrushchov é Steve Buscemi, e Jeffrey Tambor faz o Geórgiy Malenkov (sucessor imediato do Stalin), e tem vários grandes atores no elenco. É um filme muito inteligente, que envolve bastante, cômico e realista na dose certa, claramente baseado em uma pesquisa muito precisa e densa sobre o tema. Tudo funciona muito bem: atuações, direção de arte, fotografia. A única razão pela qual Maurício Costa não daria nota cinco para o filme é porque, por mais que para o cinema internacional faça sentido o filme ser em inglês, assistir a um filme que se passa em Moscou, no Kremlin, todo falado em inglês e com os sotaques americanos, é difícil de engolir. Esse é o principal problema do filme. É um filme HBO, que provavelmente deve chegar em breve ao Brasil no pacote HBO.
Piercing
Estados Unidos, 2018, 81 minutos. Ficção. Direção: Nicolas Pesce
Dirigido pelo mesmo diretor de “Os Olhos da Minha Mãe”, que era em preto e branco e investia em uma ambientação muito pesada, Piercing é um filme também perturbado, mas muda de tom. É muito mais colorido, e investe muito mais no humor situacional diante da circunstância. Piercing é baseado em um conto do Ryu Murakami, e trata basicamente de um sujeito que é pai de família e serial killer, que de tempos em tempos precisa matar alguém para se sentir melhor. Ele acaba indo a um hotel, chama uma “call girl” (Mia Wasikowska), mas as coisas não saem como ele imaginava em relação à tentativa de cometer um assassinato. 95% do filme se passa na interação dos dois. Há poucas cenas externas, e a família do matador aparece incidentalmente apenas para contextualizar, e dá até pra dizer que está sobrando um pouco, ou que poderia ter sido retomada no filme. Segundo o crítico, o longa tem cenas que fazem o espectador ficar assustado, pela utilização de sangue e de violência, mas consegue te fazer rir daquela situação toda. Não tem como dizer que um filme que consegue te fazer rir – por achar engraçado – não seja um filme inteligente. É bem inferior a “Os Olhos de Minha Mãe”, mas é mais comercial, característica que não torna um filme nem melhor nem pior. Os protagonistas, Mia Wasikowska e Christopher Abbott, estavam presentes na exibição.
Participam da cobertura do Festival de Sundance 2018 os seguintes sites e canais: Razão:de:Aspecto, Cinem(ação), Cine Drive Out, Artecines, O Sete e Correio Braziliense.
Confira a cobertura do #ConexãoSundance:
Festival de Sundance 2018 – Dia 1
Festival de Sundance 2018 – Dia 2
Festival de Sundance 2018 – Dia 3