Crítica: Trolls (2016)
Trolls é uma aventura musical focada em um público bem infantil.
Ficha técnica:
Direção: Walt Dohrn, Mike Mitchell
Roteiro: Jonathan Aibel, Glenn Berger
Dubladores (originais): Anna Kendrick, Justin Timberlake, Zooey Deschanel, Gwen Stefani
Nacionalidade e lançamento: EUA, 2016 (27 de outubro de 2016 no Brasil).
Sinopse: Os Berguens precisam sugar a alegria do Trolls para serem felizes. Após o sequestro de alguns Trolls, a alegre Poppy tem que se unir a Tronco, um troll triste, para resgatar os amigos.
Algumas animações funcionam igualmente para adultos e crianças – algumas até tem como foco aqueles com idade para dirigir. Outras, porém, prestam-se apenas à criançada. Na quase totalidade dos 90 minutos de Trolls é o que vemos, um longa que poderá agradar aos pequenos e dará sono nos adultos. Alguns elementos seguram (ou tentam) a atenção do publico-alvo: muita cor, cantoria e uma trama simples. E exatamente esses afastam os mais idosos.
Os Trolls são coloridos, abraçam-se a cada hora e cantam a todo instante. A principal Troll é a princesa Poppy. Ela faz colagens do que está acontecendo – que aparecem como bom recurso narrativo – e leva tudo para o lado alegre. E não está sozinha nessa um colega joga purpurina nos outros. Eles organizam a “Mais animada, barulhenta e irada festa”. Essa animação toda irrita Tronco que é mais pessimista, ou realista.
A comédia cai para a fofura e transita em um nível bem raso. Sendo basicamente humor físico (fezes em formato de bolinho sendo despejadas, um personagem nuvem urinando, mas sem pesar na escatologia – fica algo “fofo” mesmo). Vemos também algum humor involuntário e sarcástico do personagem Tronco. Único talvez que os adultos podem se identificar, mas ainda assim com ressalvas. Ele lembra o Red de Angry Birds.
A mensagem, em uma primeira camada, é toda com um viés “seja feliz o tempo todo”. Há frases como: ” Se você me derrubar eu volto a me levantar”. Porém é apreendido que o ideal é um meio termo. E o signo claro de que felicidade não se engole é posto em tela. É possível enxergar críticas às técnicas milagrosas para ser feliz. No fim, contudo, o que prevalece é que a felicidade está dentro de cada um.
Vi a versão dublada, aliás não encontrei sessões com o áudio original. Além do problema inerente às dublagens, sim mesmo em animações, aqui houve uma questão a mais. Eles traduziram canções famosas e as apresentaram em português. O estranhamento e mal gosto ficam patentes. Há uma clara desarmonia e o texto escolhido não foi feliz. Para piorar, três músicas vem em inglês. Qual foi a logica então de só traduzir algumas? Soou como trabalho feito pela metade. A experiência com áudio original deve ser bem mais palatável.
Trolls, para as crianças, pode agradar e gerar muitos bonecos. Além de abertura para sequências. O 3D é desnecessário, mas serve como descanso para os olhos dos mais velhos, tendo em vista o tanto de cor. Do mesmo nível de No Mundo da Lua (lá também as crianças vão curtir bem mais) e bem melhor que Cantando de Galo, Trolls está entre as piores animações do ano.
Resumo
Trolls é uma aventura musical focada em um público bem infantil. Nada muito além….