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Crítica: As Tartarugas Ninja: Fora das Sombras (2016)

As Tartarugas Ninja: Fora das Sombras é uma afronta para os fãs da franquia e de cinema.

Ficha técnica:
Direção: Dave Green
Roteiro: Josh Appelbaum, André Nemec
Elenco: Megan Fox, Will Arnett, Stephen Amell, Laura Linney, Noel Fisher, Jeremy Howard, Pete Ploszek, Gary Anthony Williams, Stephen Farrelly, Brian Tee
Nacionalidade e lançamento: EUA, 2016 (16 de junho de 2016).

Sinopse: um vilão sob ordens de um super vilão se alia a um cientista, também vilão, para recuperar uns itens e conquistar o mundo. As Tartarugas e amigos tentarão impedi-los.

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Um momento “eureka” de quem cresceu nas décadas de 80/90 foi se dar conta que as 4 tartarugas eram referências aos artistas com mesmo nome. As Hqs, desenhos animados e até os filmes da década de 90 brindam os fãs com boas construções desse peculiar grupo. Ou seja, não é preciso dizer como a franquia é querida.

O longa de 2014 não teve um bom desempenho na crítica. As notas não passaram muito de um 6, para os mais generosos. Mas sem dúvida foi um filme divertido. Já a continuação agora em 2016 não deve alcançar nem metade disso. No filme antecessor havia pelo menos muitas referências que tornaram a coisa divertida e funcionava em certa medida. Em Tartarugas Ninja: Fora das Sombras nada dá certo…

Megan Fox como April O’Neil aparece um pouco menos neste filme em relação ao anterior, mas é notório que a participação dela é só comercial, Fox tenta enganar como atriz. Vernon Fenwick (Will Arnett) tenta ser um alívio cômico, mas o personagem é um resolvedor de problemas e totalmente estranho. Casey Jones (Stephen Amell) é introduzido na história. O novo personagem tem até alguns bons momentos – bem poucos – mas tudo soando forçado.  O Mestre Splinter passa alguns ensinamentos, porém aparece bem menos que deveria. A polícia de NY é estupida em várias situações, se eu fosse da classe ficaria ofendido com a representação.

Bebop e Rocksteady tentam salvar o filme. Eles protagonizam os melhores momentos. A caracterização funciona e o humor da dupla também – não é nada espetacular, sendo bastante físico, mas é o que temos pra hoje aqui… Na realidade tenho minhas dúvidas se eles estão de fato bem ou se os demais que tem um desempenho tão desastroso que qualquer coisa mais ou menos já é um alento em tela.

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Novamente, tal qual no filme anterior, vemos cada tartaruga com singularidades. O que lá foi visto com bons olhos aqui perde força. Não temos evolução dos protagonistas: Donatello é o nerd milagreiro tecnológico, Raphael o fortão musculoso e Leonardo tenta se firmar como líder. Michelangelo, deixei à parte de propósito, roubou a cena no filme de 2014. Aqui perdeu quase que completamente o humor, espaço e carisma.

Pela descrição dos personagens já percebemos que o roteiro é fraco. A história é colocada da forma mais simplória possível. Sabemos o que vai acontecer logo no começo, há coisas mal explicadas e conveniências. Aposto que um adolescente de 13 anos faria algo mais complexo. Não imaginava ver um trabalho à la Ex-Machina ou Spotlight em Tartaruga Ninja, mas um pouco de profundidade é bom. Constantemente somos martelados com a questão dos Tartarugas saírem das sombras , liderança e mutação. Nenhum abordado com um mínimo de cuidado, só estão lá sendo reforçados mais e mais vezes em uma falsa sensação de aprofundamento. E tem um excesso de exposição. Parece que o diretor duvida a todo momento da inteligência do público.

Vilões genéricos, ação que não empolga (alguém cai na balela de câmera lenta e explosões?), personagens sem carisma, um roteiro vazio, ausência de momentos espetaculosos, temas abordados de forma jogada. Eis o resumo da obra. Um filme esquecível, desperdício de tempo e dinheiro. As Tartarugas Ninja: Fora das Sombras não acrescenta ao universo da franquia e tampouco funciona como cinema. Usei algumas vezes a palavra “tenta”, bem parece que aqui eles desistiram de tentar e fizeram qualquer coisa para ver se ganha uns trocados. Forte candidato ao Framboesa de Ouro (ah, o 3D é bom…)

 

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