A Última Casa foi a porta de entrada de um mestre do terror!
Na última sexta-feira o mundo cinematográfico perdeu um diretor que é querido e respeitado pelos fãs de terror.
Wes Craven marcou seu nome no mundo do cinema, com filmes de terror que serão lembrados assim como os zumbis de George Romero, o Holocausto Canibal do italiano Ruggero Deodato e os filmes da nossa prata da casa Mujica, o eterno “Zé do Caixão”.
A fama de Craven não veio à toa e já mostrou ao mundo para que veio em seu primeiro filme “The Last House on the Left”, antes o diretor nascido em Cleveland, Ohio havia feito apenas um filme pornô… sério!
“The Last House on the Left”, a última casa a esquerda, ou apenas “Aniversário Macabro” como ficou conhecido no Brasil foi lançado em 1972, filme que foi banido de diversos países por sua grande quantidade de violência e sadismo.
Para se ter uma idéia do quão terrível é o filme, saiba o que o próprio diretor falou sobre ele:
“Eu não vi “Last House on the Left”várias vezes… Eu nem me lembro a última vez que vi, mas faz muito tempo. É um filme muito pesado e sinistro, e não é daquele tipo que a gente sente prazer em ver num sábado à noite. Mas muitas vezes as pessoas me dizem “Este é seu melhor filme”, ou “É o seu filme mais emocionante”. Não sei… Ele é tão cru e horrível…. Você sabe, não é aquele tipo de filme que eu vou sentar e assistir com prazer”.
O filme com apenas 84 minutos choca o público por suas cenas cruas e ter uma violência sem limites.
“Aniversário Macabro” que foi produzido por Sean S. Cunningham e que tinha trabalho com Wes Craven naquele pornozão que eu mencionei lá atrás. Para chamar a atenção do público impressionável lá da década de 70 teve a brilhante idéia de colocar as mágicas (e assustadoras) palavras: esse filme foi baseado em fatos reais.
Mas e afinal o que tem neste filme?
O filme mostra a jovem Mari Colingwood (Sandra Cassel), que vai completar 18 anos, que justifica a tradução nacional, Aniversário Macabro, e que ao sair com sua amiga Phillys (Lucy Grantham) para um show de rock, acabam desviando de seu caminho para comprar um pouco da boa e velha maconha (anos 70…hippies paz e amor), e acabam cruzando o caminho com uma quadrilha de sádicos (que aliás é o nome nacional de outro excelente filme de Craven).
O bando é composto pelo seu terrível líder Krug Stillo (David Hess), seu filho problemático Junior (Marc Sheffler), o psicopata Fred “Weasel” Podowski (Fred J. Lincoln) e a “avó”da Arlequina, Sadie (Jeramie Rain). David Hess mandou tão bem na sua interpretação que depois Craven resolveu usar o nome do personagem para criar um outro vilão que é conhecido e aclamado até hoje, Freddie Kruger!
Os quatro seqüestram as meninas, as estupram e depois as prendem no porta-malas. Enquanto estão na estrada o carro apresenta problemas e eles acabam parando na estrada próximas a casa da família Collingwood.
Após mais estupros e humilhações, Saddie tenta fugir mas acaba sendo apunhalada, morta e tem seus órgãos internos arrancados pelo buraco aberto em seu peito! Agora imagem você assistindo isso lá na década de 1970!
Quando os bandidos percebem que passaram do limites, resolvem matar a Mari. A garota até tenta convencer Junior a libertá-la dando para ele o colar que havia ganhado dos seus pais, mas Krug mata a garota com tiros de revólver.
Depois, pela ironia do destino o grupo precisa de refúgio e acaba pedindo abrigo na última casa a esquerda, a casa dos pais de Mari, Dr. William Collingwood (Gaylor St. James) e Estelle (Cynthia Carr), que os recebem muito bem e deixa eles se hospedaram na casa.
Acontece que o Dr.Collingwood reconhece como sendo da sua filha o colar que Junior está usando e ele e a esposa vão procurar a filha na floresta e a encontram morta.
E assim começa o arco final do filme, com a vingança sanguinária do casal, mostrando muita crueldade, mesmo que com um bom motivo e até mesmo a primeira vez que vemos um assassinato feito por meio de uma moto-serra, sim, dois anos antes do nosso amigo Letherface e “O Massacre da Serra Elétrica”.
Sem dúvida o filme foi feito na época certa, pois o cinema hoje tenta não ser tão gráfico e também sempre “protege”seus heróis, como aconteceu no remake de 2009.
Wes Craven merece sim ser relembrado e cultuado para os fãs de filme de horror, e isso foi provado desde o seu primeiro filme, que eu recomendo para aqueles com estômago forte e que não ligam para uma boa noite de sono.