Crítica: 12 Anos de Escravidão

Em “12 Anos de Escravidão”, o diretor Steve McQueen (Shame) conta a história verdadeira de Solomon Northup (Chiwetel Ejiofor), um violinista negro que vive nas proximidades de Nova York e acaba sendo raptado para o sul ainda escravagista dos Estados Unidos, onde se torna um escravo. Trata-se, portanto, de uma grande jornada por um mundo cruel em que seres humanos são considerados propriedade de outros apenas por terem a cor da pele diferente.
Valorizado por ser um dos poucos filmes da cinematografia americana a mostrar a escravidão com a sinceridade que lhe é necessária, “12 Anos de Escravidão” parte de uma premissa importantíssima para que se analise a real condição dos escravos nos Estados Unidos (e nos países que já foram escravagistas): em vez de contar a história de um escravo que busca a liberdade, trata-se de um homem previamente livre e que se tornou escravo, de forma a evidenciar que não se trata apenas de um povo sofrido que merece uma vida melhor, mas de pura justiça e igualdade social entre todos os seres humanos.


Enquanto a fotografia mostra uma natureza quente e bela, criando contraste entre os atos humanos horríveis e as paisagens brilhantes, o roteiro traz um belíssimo clímax, a partir do qual o protagonista começa a chegar mais perto de sua liberdade. Após perder a chance de enviar uma carta a sua esposa, Solomon se vê em meio a diversos escravos que cantam a música “Roll Jordan Roll”, e neste momento é possível ver um misto de choro e desabafo vindo de Solomon, que passa cantar a canção. A partir daí, o personagem começa a ter mais coragem para enfrentar seu senhor.

https://www.youtube.com/watch?v=Ad3Kk7-W3xw