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Uma série australiana tirou de vez meu FOMO

Quando o assunto é acompanhar séries e filmes, muita gente é contaminada pelo FOMO, sigla que significa Fear of Missing Out – algo como “medo de perder algo”, ou conforme traduzido pela jornalista Rosana Hermann uma vez: “Porforofobia”, o medo de ficar “por fora”.

É esse medo de perder as novidades que faz com que muita gente passe fins de semana inteiros maratonando séries novas, ou passe horas atrás dos filmes que foram lançados no streaming e nos cinemas. Se você gosta e realmente deseja assistir, está tudo bem. O problema é quando isso afeta a saúde mental das pessoas e as deixa com (ainda mais) ansiedade.

Há cerca de duas semanas, eu ia começar a ver a recém lançada série “Corpos”, da qual ouvi falar muito bem, mas algo diferente me fisgou: com temática supostamente mais leve e episódios curtos, a sinopse da série australiana Please Like Me me fez dar o play.

Humor e temas sensíveis

“Please Like Me” é uma série criada pelo humorista australiano Josh Thomas, que faz um personagem homônimo e fortemente inspirado em si mesmo. Na ficção, o jovem termina com a namorada ao mesmo tempo em que se assume gay, vive com amigos em uma casa de estudantes e se encontra naquele limbo de quem não estuda mais, mas também não tem um trabalho.

Espirituosa e cheia de situações de vergonha alheia, a série ainda trata de muitos temas complexos e sensíveis de maneira igualmente leve e consciente. A mãe de Josh, com depressão, tenta suicídio logo no começo da série. Ao longo dos episódios, inúmeras questões de saúde mental são mostradas, sempre com muita seriedade, mas nunca sem humor e algum nível de leveza.

Em alguns momentos pontuais, eu dei gargalhadas em cenas dramáticas. Mérito do texto, é claro. E vale destacar que, por ser uma obra que sai do eixo de países que estamos acostumados a ver em cena, sempre há uma variação cultural que nos tira do lugar comum (a Austrália continua sendo um país ocidental, mas tem suas características específicas).

Por fim, neste meu breve comentário sobre “Please Like Me”, quero dedicar algumas palavras para louvar a atuação de Debra Lawrance, a mãe do protagonista. Além de oferecer uma atuação engraçada e cheia de nuances, ela ainda alterna do humor ao drama, em diversos momentos, com rara habilidade.

Fiquei por fora

Sem assistir à série Corpos e acompanhando episódios gravados entre 2013 e 2016, creio que me senti plenamente despido da necessidade de acompanhar novidades. Fui informado de que deveria assistir Ahsoka, a segunda temporada de Nossa Bandeira é a Morte, entre outras séries aparentemente muito boas. No entanto, por algum motivo não me senti impelido a vê-las até o momento.

Com menos tempo para assistir a séries (e filmes, também), decidi que não vou me deixar abalar pela falta. Talvez seja interessante justamente buscar aquilo que não é óbvio, e nem mesmo novidade. Talvez seja melhor fazer essas escolhas, que se baseiam mais em meus interesses que apenas na novidade em si.

Mas isso também não significa que eu esteja totalmente alheio aos lançamentos. Recentemente, fiquei empolgado com A Queda da Casa de Usher, ótima (e última) produção de Mike Flannagan para a Netflix. Nos cinemas, assisti a excelentes estreias, desde Mussum até o novo filmaço de Scorsese, e em breve vou ver mais um “Jogos Vorazes”… mas não conte comigo para ver os novos filmes de super-heróis.

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