Eu Cinéfilo #67: Ninguém Vai Te Salvar (2023): Uma Jornada de Culpa e Redenção
Dirigido por Brian Duffield, “Ninguém Vai Te Salvar” mergulha na psique de uma mulher reclusa, interpretada de forma impressionante por Kaitlyn Dever, que enfrenta um invasor alienígena em sua casa. O filme se destaca ao abordar temas de culpa, ressentimento e autoperdão, explorando a complexidade do ciclo vida-morte-vida.
A narrativa inicial é habilmente construída com sombras e falsas reações, revelando um desconforto mascarado por sorrisos ensaiados. A protagonista, apesar de sua reclusão, transmite uma gama de emoções contraditórias, desde alegrias genuínas até momentos de tensão.
A fusão da realidade com elementos fantásticos cria uma trama imersiva, onde a protagonista se confronta não apenas com a ameaça alienígena, mas também com suas próprias angústias e traumas. O clímax catártico mergulha nas profundezas da culpa e ressentimento, levando a uma reflexão sobre o perdão, julgamento e redenção.
A falta de diálogos é compensada pela atuação convincente de Kaitlyn Dever, cujas expressões faciais tornam-se cruciais para transmitir as complexidades emocionais do filme. Os aliens, apesar de inicialmente ameaçadores, revelam uma humanidade surpreendente, contrastando com a amargura da pequena cidade.
No entanto, o filme divide opiniões com seu desfecho inusitado. Alguns elogiam a originalidade, enquanto outros acham o final confuso e aberto. A trama, que começa como um thriller alienígena, evolui para uma reflexão sobre a natureza humana, tornando-se, para alguns, uma obra-prima e, para outros, um filme que se perde em suas próprias complexidades.
Destaque para a cena impactante em que a protagonista enfrenta seu próprio “passado” ao esfaquear o clone, simbolizando a necessidade de confrontar e superar os traumas para evitar a autodestruição. Os ETs, inicialmente vistos como ameaças, revelam-se mais “humanos” do que os próprios humanos, gerando empatia surpreendente.
A fotografia e caracterização dos ETs são elogiáveis, proporcionando um bom entretenimento. No entanto, algumas críticas apontam para soluções fáceis em situações estúpidas no roteiro.
Em resumo, “Ninguém Vai Te Salvar” é um filme sensacional e original, com uma direção impecável de Brian Duffield. A ausência de diálogos é compensada pela intensidade das performances, especialmente de Kaitlyn Dever. Apesar de algumas críticas pontuais, o filme se destaca como uma obra única no gênero, mergulhando nas profundezas da psique humana enquanto enfrenta ameaças extraterrestres.
Texto escrito por:
Joseclei Nunes – [email protected]