Crítica: O Menu
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Crítica: O Menu

O Menu é mais desgostoso de assistir que seus pratos servidos

Ficha técnica – O Menu
Direção: Mark Mylod
Roteiro: Seth Reiss, Will Tracy
Nacionalidade e Lançamento: EUA, 2022 (7 de outubro de 2022 no Brasil)
Sinopse: Um jovem casal viaja para uma ilha remota para comer em um restaurante exclusivo onde o chef preparou um cardápio farto, com algumas surpresas chocantes.
Elenco: Ralph Fiennes, Anya Taylor-Joy, Nicholas Hoult, Hong Chau, John Leguizamo.

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O novo filme que traz para as telonas a musa Anya Taylor-Joy – conhecida por participar de thrillers com enredos contraditórios – O Menu infelizmente não impressiona, e muito menos surpreende.

Dirigido pelo cineasta Mark Mylod, o longa pretende criticar as novas “experiências” gastronômicas, que mais nos extorquem pelos preços exorbitantes, que realmente criam uma nova maneira de degustar sabores ou experimentar uma gastronomia refinada.

Dentro dessa crítica, o filme faz uma abordagem interessante sobre como algumas autoridades podem virar Deuses, e até criarem seitas em nome da arte. Isso porque o chefe de cozinha no longa escraviza seus funcionários e os coloca em situações de vulnerabilidade, para que a experiência seja imersiva para os clientes.

Entretanto, O Menu erra ao misturar narrativas já vistas em tantos filmes com a mesma pegada crítica. Midsommar, o brilhante longa de Ari Aster, também aborda essa mesma contradição das seitas, mesmo que religiosas, assim como A Bruxa, de Robert Eggers.

Além da crítica voltada para uma seita com um mestre, o longa também coloca em evidência uma narrativa semelhante ao próprio Jogos Mortais de James Wan, sucesso do gênero terror que já consta com inúmeras continuações. O filme vai se desenvolvendo com mortes entre os clientes do restaurante, e faz o mesmo plot visto nos longas de Wan, em que todos estão no local por algum motivo e devem sofrer consequências conforme cada comportamento.     

Ou seja, a obra de Mark Mylod deixa de surpreender, e mais se assemelha ao que deveria se diferenciar. Como espectadora, não criei vínculo com nem um personagem, e muito menos senti alguma tensão com os discursos do chefe e as mortes subsequentes.

O longa é previsível do início ao fim, e a atmosfera sombria não se desenvolve com os acontecimentos de forma gradual, parece que sempre esteve lá, o que não cria aquela vontade ao espectador de não pregar os olhos para ver o que pode acontecer.

Como pontos positivos, coloco a atuação de Anya Taylor-Joy como uma das clientes que vai ao passeio gastronômico como “intrusa” e, claro, ao do chefe de cozinha psicopata, estrelado por Ralph Fiennes.

O Menu está disponível na plataforma de streaming Star+.

  • Nota
2

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