#ConexãoSundance: Framing Agnes
#ConexãoSundance: Crítica e análise do filme Framing Agnes.
Confira a cobertura do Festival de Sundance 2022 com resumos e críticas dos longas acompanhados pelo crítico Maurício Costa.
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Framing Agnes
“Framing Agnes” é o documentário que ganhou o prêmio de audiência da mostra Next: é curtinho e bem redondinho. Tem uma estrutura e dinâmica diferentes e muito inteligentes. Ele foi estruturado com as transcrições de entrevistas feitas com pacientes trans no início dos anos 1960, pela UCLA, que na época selecionada um paciente para fazer a cirurgia de transição. Essa paciente foi a Agnes, que depois voltou e disse que tinha mentido para eles. Baseados nas transcrições, o documentário faz encenações das entrevistas com atores também trans, e ao mesmo tempo eles debatem com cada ator como eles veem a vida dos personagens e a vida deles. Uma doutora que escreveu um livro e fez sua transição comenta sobre Agnes. Com essa dinâmica, a narrativa é construída, incluindo com o diretor, que é trans. “Framing Agnes” tem mulheres e homens trans, aborda questões de raça e sociedade da época (anos 60), o que significava o experimento, e tenta avaliar Agnes: um ícone ou uma mentirosa? É um documentário que não é panfletário, e sim um debate sobre a experiência das pessoas. É um doc acessível para que qualquer pessoa possa pensar sobre a questão das pessoas trans, ainda que baseado na realidade dos Estados Unidos. Algo que incomoda no filme é o fato de cometer uma falha técnica ao tentar emular cenas dos anos 50.
Nota: 4,5/5
Sinopse e Ficha Técnica:
Agnes, a mulher transgênero (que se chamou assim por pseudônimo) que foi pioneira e participou da pesquisa de saúde de gênero de Harold Garfinkel na UCLA na década de 1960, há muito se destaca como representativa da história trans. Neste rigoroso exercício cinematográfico que mistura ficção e não ficção, a diretora Chase Joynt explora onde e como sua plataforma se tornou um criador de classificações. “Framing Agnes” se esforça para ampliar esse quadro através do qual a história trans é vista – quadro este que permaneceu muito restrito para capturar a multiplicidade de experiências eclipsadas pela de Agnes.
Direção: Chase Joynt
Roteiro: Chase Joynt, Morgan M Page
País: Canadá/Estados Unidos
75 min
Participam da cobertura do Festival de Sundance 2022 os seguintes sites e canais: Razão:de:Aspecto, Cinem(ação), Getro.com.br e Wanna be Nerd.