Animação brasileira estreia no Disney+ - Cinem(ação)
Cinema Nacional

Animação brasileira estreia no Disney+

A aventura da jovem Nina, de 13 anos, vai ganhar as telas do Disney+ dia 6 de agosto. Dirigido por Nelson Botter Jr., “O Pergaminho Vermelho” é a primeira animação brasileira no catálogo da plataforma e está concorrendo ao troféu de melhor animação dos Prêmios Platino do Cinema Ibero-Americano, que acontece em Madri, em outubro. O longa conta a história da menina que se intriga ao perceber que todas as crianças têm pesadelos recorrentes. Ao encontrar um pergaminho vermelho, Nina é transportada para um mundo novo, chamado Tellurian. Lá, ela conta com a ajuda de um super grupo para derrotar o temido Lorde Dark, o senhor dos pesadelos, e assim poder voltar para casa cheia de sonhos bons.

“Queríamos abordar o mundo da imaginação das crianças, o motorzinho que impulsiona todas as criações e fantasias infantis, sempre tão livres de amarras e limites. Para isso, imaginamos uma aventura em um mundo onírico, que servisse de representação para tudo isso, nosso inconsciente coletivo, como uma Alice no País das Maravilhas. Conforme a história foi avançando, novas ideias foram surgindo e a jornada do herói de Joseph Campbell foi ficando cada vez mais viva em nosso texto, trazendo como inspiração todas as histórias que seguem essa estrutura, como Senhor dos Anéis, Star Wars e muitas outras. Assim, podemos definir que é como se a Alice visitasse uma versão da Terra Média, com toques de mitologia e folclore sul-americano. Uma mistura muito divertida e curiosa”, revela Botter Jr.

Escrito a “oito mãos” por Nelson Botter Jr. Fernando Alonso, Keka Reis e Leo Lousada, o filme levou 10 anos para ficar pronto. “O processo de roteirização do filme foi muito intenso. Levou cerca de cinco anos entre idas e vindas. Levamos um ano de conversas para encontrar um ponto entre nossa visão de filme e o que era possível ser produzido. Num determinado ponto, não estávamos ainda satisfeitos com a história, mas eu, o Fernando e o Leo já estávamos muito viciados nas mesmas ideias. A Keka veio com uma pegada mais focada em adolescentes, o que ajudou a história a ganhar um frescor, revitalizando o processo todo de criação e fazendo com que o trio de roteiristas pudesse mergulhar de novo naquilo tudo. Quando há muita gente envolvida, geralmente as ideias começam a conflitar, mas nesse caso fluiu muito bem”, conta.

Para Botter Jr., a animação se relaciona com o momento atual do mundo. “O filme fala muito sobre o amor, sobre o processo de amadurecimento, sobre os conflitos internos da personagem principal. Tudo isso pode ser refletido no atual momento em que vivemos, seja na segurança que encontramos em nossos lares, seja num processo árduo de sobrevivência, onde ao final sairemos mais fortes. Assim como ocorre com nossa personagem central, que se vê jogada numa missão perigosa e nebulosa, a pandemia é uma prova muito dura para todos nós, que deve ser vencida e superada com muito sacrifício”, conclui.

Deixe seu comentário