Música Nacional e defesa do Audiovisual marcam o 18º Grande Prêmio do Cinema Brasileiro - Cinem(ação): filmes, podcasts, críticas e tudo sobre cinema
Cinema Nacional

Música Nacional e defesa do Audiovisual marcam o 18º Grande Prêmio do Cinema Brasileiro

Como seria o Cinema Brasileiro sem a Música nacional? Que graça teria ver uma cena dos longas de Glauber Rocha, Eduardo Coutinho, Cacá Diegues, Neville d’Almeida e diversos outros sem uma melodia de Caetano Veloso, Ney Matogrosso, Chico Buarque, Milton Nascimento e demais ícones da MPB?

Ney Marogrosso durante apresentação musical. Foto: Mario Miranda Filho/Agência Foto

Seguindo essa perspectiva, a Academia Brasileira de Cinema decidiu levar para a cerimônia do 18º Grande Prêmio do Cinema Brasileiro a relação entre Cinema e Música Brasileira. Realizado na quarta-feira (14), pela primeira vez na capital paulista, centenas de artistas, profissionais do audiovisual e convidados lotaram o hall do Teatro Municipal de São Paulo para celebrar as produções nacionais.

Foto: Mario Miranda Filho/Agência Foto

Apesar de todo o luxo e comemoração, o Grande Prêmio do Cinema foi marcado por discursos cansativos e protestos da plateia contra o governo. Em sua fala de abertura Jorge Peregrino, presidente da Academia Brasileira de Cinema, pontuou que mesmo com um cenário positivo para o cinema nacional, com filmes sendo premiados em Cannes e com cineastas recebendo convites para a Academia de Hollywood, o audiovisual brasileiro está sob ataque. O discurso foi recebido com aplausos e gritos de protesto contra o presidente Jair Bolsonaro vindos da plateia. A defesa das produções brasileiras seguiu ao longo da premiação.

Presidente da Academia Brasileira de Cineama Jorge Peregrino. Foto: Mario Miranda Filho/Agência Foto

A cerimônia que estava marcada para as 20h45 só teve início de fato às 22h. Quando enfim começou, os convidados puderam apreciar grandes apresentações musicais, interpretadas por Ney Matogrosso, Ayrton Montarroyos e o quarteto do longa “Antônia”.

Quarteto de cantoras protagonistas do filme “Antônia” subiram ao palco do Teatro. Foto: Mario Miranda Filho/Agência Foto

A apresentação do prêmio ficou por conta dos atores Rodrigo Pandolfo, Juliana Linhares e André Ramiro, que, também participavam de números musicais, sempre acompanhados de cenas de filmes que marcaram a história do cinema nacional.

Rdrigo Pandolfo, Juliana Linhares e André Ramiro. Foto: Mario Miranda Filho/Agência Foto

A Academia Brasileira de Cinema ainda reservou um momento para homenagear os 54 anos de carreira de Zezé Motta. A atriz que subiu a palco com dificuldades foi aplaudida de pé pelo teatro, já meio esvaziado devido ao horário que se estendia pela madrugada. Em poucas palavras agradeceu ao público e encerrou entoando à capela a canção “Missão”, de João Nogueira e Paulo César Pinheiro.

Zezé Motta Foto: Mario Miranda Filho/Agência Foto

Em outro momento a Academia fez menção honrosa à memória de nomes do audiovisual que faleceram recentemente, entre eles a atriz Ruth de Souza, o diretor Domingos de Oliveira, o crítico Rubens Ewald Filho e o cantor João Gilberto.

Os vencedores

“Benzinho” venceu como Melhor Longa-metragem de Ficção. Foto: Mario Miranda Filho/Agência Foto

Discursos, homenagens e protestos a parte, o grande vencedor da noite foi o longa-metragem Benzinho. Além do troféu de Melhor Filme de Ficção, o filme venceu as categorias de Melhor Diretor, para Gustavo Pizzi, Melhor Roteiro Original e Melhor Atriz para Karine Teles. A entrega do prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante, para Adriana Esteves gerou risos na plateia. Em seu discurso Adriana Esteves se enrolou e acabou esquecendo por qual filme estava ganhando o prêmio. A atriz também havia sido indicada como Melhor Atriz por “Canastra Suja”.  

Adriana Esteves recebeu o prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante. Foto: Mario Miranda Filho/Agência Foto

Porém o filme com o maio número de prêmios da noite foi O Grande Circo Místico, dirigido por Cacá Diegues. Ao todo foram seis prêmios, todos em categorias técnicas: Fotografia, Figurino, Direção de Arte, Maquiagem, Efeitos Visuais e Roteiro Adaptado

Cacá Diegues diretor de “O Grande Circo Místico”. Foto: Mario Miranda Filho/Agência Foto

“Chacrinha – O Velho Guerreiro”, que tinha 12 indicações saiu apenas com dois prêmios da academia, Melhor Ator para Stepan Nercessian e Melhor Som. O longa-metragem também foi eleito o Melhor Filme de ficção pelo voto popular. O prêmio de Melhor Ator Coadjuvante foi para Matheus Nachtergaele, por “O Nome da Morte”.

Stepan Nercessian, eleito Melhor Ator por ‘Chacrinha: o Velho Guerreiro’. Foto: Mario Miranda Filho/Agência Foto

Confira a lista completa com os vencedores do 18º Grande Prêmio do Cinema Brasileiro:

Melhor Longa-metragem ficção “Benzinho”, de Gustavo Pizzi

Melhor longa-metragem documentário “Ex Pajé”, de Luiz Bolognesi

Melhor longa-metragem infantil  ‘Detetives do prédio azul 2 — o mistério italiano’, de Viviane Jundi

Melhor longa-metragem comédia ‘Minha vida em marte’, de Susana Garcia

Melhor Direção Gustavo Pizzi, por ‘Benzinho’

Melhor Atriz Karine Teles, por ‘Benzinho’

Melhor Ator Stepan Nercessian, por ‘Chacrinha: o Velho Guerreiro’

Melhor Atriz Coadjuvante Adriana Esteves, por ‘Benzinho’

Melhor Ator Coadjuvante Matheus Nachtergaele, por ‘O nome da morte’

Melhor Direção de Fotografia Gustavo Hadba, abc, por ‘O Grande Circo Místico’

Melhor Roteiro Original Karine Teles e Gustavo Pizzi, por ‘Benzinho’

Melhor Roteiro Adaptado Cacá Diegues e George Moura, por ‘O Grande Circo Místico’

Melhor Direção de Arte Artur Pinheiro, por ‘O Grande Circo Místico’

Melhor Figurino Kika Lopes, por ‘O Grande Circo Místico’

Melhor Maquiagem Catherine Leblanc Caraes e Emmanuelle Fèvre, por ‘O Grande Circo Místico’

Melhor Efeito Visual Marcelo Siqueira, abc e Thierry Delobel, por ‘O Grande Circo Místico’

Melhor Montagem Ficção Livia Serpa, por ‘Benzinho

Melhor Montagem Documentário Gustavo Ribeiro e Rodrigo de Oliveira, por ‘Todos os Paulos do Mundo’

Melhor Som Jorge Saldanha, armando torres jr., abc, Alessandro Laroca, Eduardo Virmond Lima e Renan Deodato, por ‘Chacrinha: o Velho Guerreiro’

Melhor Trilha Sonora Original Elza soares e Alexandre Martins, por ‘My name is now’

Melhor trilha sonora Zeca Baleiro, por ‘Paraiso Perdido’

Melhor longa-metragem estrangeiro ‘Infiltrado na Klan (EUA), de Spike Lee. 

Melhor longa-metragem Ibero-americano Uma Noite de 12 anos’ (Argentina, Espanha, Uruguai), de Álvaro Brechner. 

Melhor longa-metragem de animação – menção honrosa Peixonauta — o filme’, de Celia Catunda, Rodrigo Eba e Kiko Mistrorigo

Melhor curta-metragem animação ‘Lé com cré‘, de Cassandra Reis

Melhor curta-metragem documentário ‘Cor de Pele’, de Livia Perini

Melhor curta-metragem ficção ‘O órfão’, de Carolina Markowicz

Melhor série brasileira de animação ‘Irmão do Jorel’, de Juliano Enrico

Melhor série brasileira de documentário Inhotim — Arte Presente’, de Pedro Urano

Melhor série brasileira de ficção  ‘Escola de Gênios’ (1ª temporada), de Ângela Fabri

Melhor longa-metragem ficção – voto popular ‘Chacrinha: o velho guerreiro’, de Andrucha Waddington.

Melhor longa-metragem documentário – voto popular My name is now‘, de Elizabete Martins Campos       

Melhor longa-metragem estrangeiro – voto popular ‘Nasce uma estrela‘ (EUA), de Bradley Cooper.

Melhor longa-metragem ibero-americano voto popular Uma noite de 12 anos’ (Argentina, Espanha, Uruguai), de Álvaro Brechner.


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