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Artigo

Rubens Ewald Filho

Ultimamente muito polêmico em suas críticas cinematográficas, o que é unânime afirmar é que Rubens Ewald Filho foi o mais famoso e um dos mais conceituados críticos de cinema do Brasil. Tendo assistido a um número invejável de cerca de 40 mil produções fílmicas, Rubens se tornou um dos maiores conhecedores da Sétima Arte do país.

Ele foi autor de dezenas de livros sobre cinema, onde destacam-se seus 13 “Guias de Filmes” (editora Sigla), onde ele analisava filmes lançados em VHS no Brasil; “Dicionário de Cineastas” (Editora LPM), “Os Filmes de Hoje na Tevê” (editora Global); “O Guia do DVD”, “Os Cem Melhores Cineastas”, “Os Cem Melhores Filmes do Século 20”, “Cult- Movies do Século 20” (todos da editora Vimarc) e “DVD: Guia de Filmes News” (NBO editora).

Rubens era saudosista, gostava de lembrar dos filmes vistos durante sua infância e adolescência. Obras como “Os Incompreendidos” (1959. Direção de François Truffaut) e “Cinema Paradiso” (1988. Direção de Giuseppe Tornatore) o faziam lembrar de seus tempos de criança, quando ele descobriu que o cinema era sua grande paixão da vida. “2001: Uma Odisseia no Espaço” (1968. Direção de Stanley Kubrick) era seu filme preferido, mesmo reconhecendo que é uma obra difícil de assistir por sua extrema complexidade.

Era fascinado pelos musicais “Amor, Sublime Amor” (1961. Direção de Robert Wise e Jerome Robbins), “Cantando na Chuva” (1952. Gene Kelly e Stanley Donen) e “O Barco das Ilusões” (1951. Direção de George Sidney). “Cidadão Kane” (1941. Direção de Orson Welles) era um de seus clássicos preferidos ao lado de obras como “A Malvada” (1950. Direção de Joseph L. Mankiewicz) “Um Corpo Que Cai” (1958. Direção de Alfred Hitchcock), “Rashomon” (1950. Direção de Akira Kurosawa), “Quanto Mais Quente Melhor” (1959. Direção de Billy Wilder) e “Rastros de Ódio” (1956. Direção de John Ford).

Entre os filmes brasileiros, seus preferidos eram “Terra em Transe” (1967. Direção de Glauber Rocha), “Limite” (1931. Direção de Mário Peixoto) e “Cidade de Deus” (2002. Direção de Fernando Meirelles). Rubens não gostava de falar muito de gênero de filmes. Para ele, o mais importante era o que o filme tinha a oferecer. Quando, em uma entrevista, lhe perguntaram se ele já havia não gostado de um filme em uma primeira sessão, mas se depois ele mudou de ideia, ele respondeu que “Chinatown” (1974. Direção de Roman Polanski) à primeira vista não lhe agradou, mas depois, em uma revisão, ele percebeu que era uma grande obra.

Entre seus atores e atrizes preferidos, estão: “Marcello Mastroianni, Vanessa Redgrave, Humphrey Bogart, Bette Davis, Sean Connery e Liv Ullmann. E o próprio Rubens também já atuou nas telas do cinema, tendo participado de produções como “As Gatinhas” (1970. Direção de Astolfo Araújo), “Independência ou Morte” (1972. Direção de Carlos Coimbra) e “Amor, Estranho Amor” (1982. Direção de Walter Hugo Khouri).

Tendo apresentado o Oscar na TV por mais de 30 vezes, Rubens era considerado uma verdadeira enciclopédia das premiações, tendo assistido a todos os filmes premiados e muitos dos indicados. Ele também foi autor e roteirista, tendo escrito textos de novelas como “Gina”, “Um Homem Muito Especial”, “O Pátio das Donzelas”, “Casa de Pensão”, “Iaiá Garcia” e “Éramos Seis”. Além de dirigir peças teatrais e apresentar programas sobre filmes.

No dia 23 de maio, Rubens Ewald Filho sofreu um desmaio, e logo após caiu de uma escada rolante em um shopping em São Paulo. Por quase um mês ele ficou internado em estado grave, vindo a falecer hoje, aos 74 anos. Rubens foi uma grande inspiração para vários amantes do cinema, que viam nele um mestre que incentivou gerações de cinéfilos a gostarem da Sétima Arte.

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