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Grandes Mestres do Cinema: William Wyler

Todos os atores e atrizes de Hollywood queriam trabalhar com o diretor William Wyler, e o motivo era simples: Wyler foi um dos mais celebrados diretores de atores de todos os tempos. Várias interpretações foram premiadas sob o seu comando. Além disso, Wyler foi também um ótimo observador do comportamento humano, retratando em seus filmes personagens fortes e decididos.

Nascido em 1902 na Alemanha, Wyler começou a dirigir filmes ainda nos anos 20; mas foi na segunda metade dos anos 30 que sua carreira tomou um grande impulso, com uma sucessão de grandes filmes (muitos deles obras-primas).

Com “Fogo de Outono” (1936) ele obteve sua primeira indicação ao Oscar de direção, e com “Beco Sem Saída” (1937) ele apresentou uma visão pouco otimista das ruas de Nova York. Mas seu primeiro grande trabalho foi “Jezebel” (1938), uma excelente produção com sua então grande estrela Bette Davis. Um ano antes de “E o Vento Levou”, o filme de Wyler mostra também uma personagem forte lutando por seu grande amor no início da segunda metade do século 19. Por este filme, Bette venceu seu segundo e último Oscar de melhor atriz. Fay Bainter também foi premiada como melhor atriz coadjuvante.

Jezebel (1938)

“O Morro dos ventos Uivantes” (1939) é seu trabalho mais admirado nos anos 30. A adaptação do célebre romance de Emily Brontë tem nos papéis principais os atores Laurence Olivier e Merle Oberon, e concorreu ao Oscar de melhor filme e direção (entre outros) no ano mais disputado de todos os tempos. Acabou levando o prêmio de melhor fotografia em preto e branco.

O Galante Aventureiro” (1940) é um de seus mais admirados westerns, e traz à frente do elenco o astro Gary Cooper. “A Carta” (1940) é um de seus trabalhos marcantes em parceria com a estrela Bette Davis. Eles voltariam a trabalhar juntos no ano seguinte no excelente “Pérfida” (1941), um dos maiores papéis de Davis como vilã. Uma obra-prima de composição, baseada no texto “As Pequenas Raposas”, de Lillian Hellman.

Rosa de Esperança (1942)

“Rosa de Esperança” deu o primeiro dos três Oscars de direção para Wyler. Vencedor de 6 prêmios da Academia, o filme, estrelado por Greer Garson e Walter Pidgeon, é um otimista drama sobre uma família inglesa que se mantém unida durante a Segunda Guerra Mundial. Lembrando que Wyler depois iria para a guerra e dirigiria alguns documentários, como “Memphis Belle – O Avião Inabalável” (1944).

Suas experiências com a guerra influenciaram-no a filmar o ótimo “Os Melhores Anos de Nossas Vidas” (1946), um elogiado drama sobre o retorno ao lar de soldados que lutaram na guerra. A readaptação, os conflitos, os traumas e a capacidade (ou não) de cada um em lidar com uma nova vida, fazem deste um dos mais importantes filmes dos anos 40. Venceu 6 Oscars, entre eles o de melhor filme e o segundo de direção para Wyler.

O drama de época “Tarde Demais” (1949) deu o segundo Oscar de melhor atriz para Olivia de Havilland, e traz o astro Montgomery Clift como um estranho jovem que a corteja. “Chaga de Fogo” (1951) tem Kirk Douglas em um dos maiores papéis de toda a sua carreira. Um competente drama policial que reúne um excelente elenco.

A Princesa e o Plebeu (1953)

Laurence Olivier volta a trabalhar com o diretor no romântico “Perdição por Amor” (1952), ao lado da estrela Jennifer Jones. O querido “A Princesa e o Plebeu” (1953) foi o filme que revelou a inesquecível Audrey Hepburn (que levou o Oscar de melhor atriz). Aqui ela contracena com Gregory Peck. O roteiro é de Dalton Trumbo, um dos perseguidos pelo Macartismo.

“Horas de Desespero” é um tenso drama policial que traz Humphrey Bogart como o líder de um grupo de bandidos que invade uma casa, tornando todos reféns. Fredric March é o pai de família que tenta a todo momento se livrar daquela perigosa situação. Gary Cooper estrela “Sublime Tentação” (1956), um western pacifista. O também western “Da Terra nascem os Homens” (1958) fala de integridade, poder e ambição, e é também famoso por uma cena de luta entre Gregory Peck e Charlton Heston.

E Heston retorna em outro trabalho do diretor, no excepcional épico “Ben-Hur”. Obra-prima de Wyler, este super espectáculo lhe deu seu terceiro Oscar e figura sempre na lista dos melhores filmes de todos os tempos. É um filme grandioso, repleto de cenas memoráveis, em especial a corrida de bigas Venceu 11 Oscars, e traz o astro Heston no grande papel de sua longa e bem sucedida carreira.

Ben-Hur (1959)

Infâmia” (1961) conta a história de duas professoras que têm suas vidas arrasadas por um boato espalhado por uma aluna. Audrey Hepburn e Shirley MacLaine estão ótimas nos papéis centrais. Das páginas do livro de John Fowles, Wyler realiza o tenso “O Colecionador” (1965), com Terence Stamp e Samantha Eggar à frente do elenco.

Em sua terceira colaboração com o diretor, Audrey Hepburn estrela “Como Roubar Um Milhão de Dólares” (1966), um misto de comédia e romance, fazendo par com o excelente Peter O’Toole. A maravilhosa Barbra Streisand ganhou um Oscar de melhor atriz (dividindo o prêmio com Katharine Hepburn por “O Leão no Inverno”) pelo o inesquecível musical “Funny Girl – A Garota Genial” (1968).

William Wyler faleceu em 1981, aos 79 anos.

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