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O melhor ano do Oscar

1940: O ano em que o Oscar entrou para a história

O ano era 1940, e ali no palco da grande festa do cinema estava o ator Bob Hope apresentando o maior prêmio do cinema mundial. Teria sido mais um ano de entregas como outros anos, mas alguns fatores marcaram aquela edição, e um deles por apresentar os melhores filmes em competição em todos os tempos.

Com o cinema falado estabelecido há pouco mais de uma década, a cor ainda era algo novo no final dos anos 30. 1939 (ano de produção dos filmes) foi assim um ano de transição e mudanças para o cinema, e as produções que concorreram ao Oscar expressavam essas mudanças.

Vamos aos concorrentes a melhor filme:

E o Vento Levou – Direção de Victor Fleming. Com Clark Gable, Vivien Leigh e Olivia de Havilland.

Baseado na obra de Margareth Mitchell. A história da mimada Scarlett O’Hara (Vivien), que é cortejada por vários homens de Atlanta e região, mas dispensa o amor do aventureiro Rhett Butler (Gable). Em meio à guerra, Scarlett vai descobrindo novos valores e refletindo sobre os homens que passam (ou passaram) pela sua vida.

O maior dos clássicos, “E o Vento Levou” fez história dentro e fora do Oscar. Foi o primeiro filme colorido a ser premiado como melhor filme, além também de ser o primeiro filme oscarizável a ter mais de 3 horas de duração. Além disso, foi também o que recebeu mais indicações e prêmios na década de 30. Para completar, foi o primeiro filme a indicar e premiar uma atriz negra (Hattie McDaniel)

Prêmios: Melhor filme, direção, roteiro adaptado (Sidney Howard), atriz (Vivien), atriz coadjuvante (Hattie), fotografia, edição, direção de arte, Oscar honorário (William Cameron Menzies), Oscar técnico (Don Musgrave).

 

O Mágico de Oz – Direção de Victor Fleming. Com Judy Garland, Frank Morgan e Ray Bolger.

Baseado na obra de L. Frank Baum. A jovem Dorothy (Garland) vai parar em Oz, um mundo habitado por seres incríveis. Com a ajuda do Espantalho, Homem de Lata e o Leão Covarde, ela precisa encontrar o grande mágico, o único que pode ajudá-la a voltar para casa.

Considerado por muitos o maios clássico infantil do cinema, “O Mágico de Oz” encanta até hoje. O que alguns não sabem é que a produção passou pelas mãos de mais de um diretor (assim como aconteceu com “E o Vento Levou”). Mas o resultado final é irrepreensível.

Prêmios: Canção original, trilha sonora original e Oscar juvenil (Garland).

 

No Tempo das Diligências – Direção de John Ford. Com John Wayne, Claire Trevor e Thomas Mitchell.

Uma diligência rumo ao Novo México transporta diferentes tipos de pessoas, entre elas o pistoleiro Ringo Kid (Wayne). Em meio a vários conflitos entre eles, o que realmente os preocupam é um inevitável ataque ide índios.

Primeiro grande western da carreira do premiado diretor John Ford, e a primeira parceria dele com John Wayne. Roteiro, elenco e direção impecáveis. Um dos maiores filmes do gênero.

Prêmios: Trilha sonora adaptada e ator coadjuvante (Mitchell).

 

A Mulher Faz o Homem – Direção de Frank Capra. Com James Stewart, Jean Arthur e Claude Rains.

Em Washington, um homem aparentemente ingênuo (Stewart) é cotado para ser senador. Por ele vir do interior, os demais homens do congresso acham que podem manipulá-lo, até ele demonstrar sua insatisfação com o que está acontecendo ali.

O mais político e crítico trabalho do celebrado diretor Frank Capra (único diretor a ganhar 3 Oscars em uma mesma década). Stewart está ótimo no papel principal, assim como todo o elenco de apoio.

Prêmio: Roteiro original (Lewis R. Foster)

 

Adeus Mr. Chips – Direção de Sam Wood. Com Robert Donat, Greer Garson e Paul Henreid.

Baseado na obra de James Hilton. Um professor inglês (Donat) se dedica arduamente à sua profissão, sempre seguindo as regras do bom convívio. Um dia ele se apaixona por uma bela mulher (Greer), transformando inteiramente a sua vida.

O hoje pouco conhecido ator Robert Donat tem aqui seu melhor momento, em um filme comovente e reflexivo. O diretor Wood foi um dos que dirigiram algumas cenas de “E o Vento Levou”.

Prêmio: Ator (Donat)

 

O Morro dos Ventos Uivantes – Direção de William Wyler. Com Laurence Olivier, Merle Oberon e David Niven.

Baseado na obra de Emily Brontë. O lar dos Earnshaws não é mais o mesmo com a chegada do menino Heathcliff (Olivier). Com o tempo, o novo membro da família vai se aproximando cada vez mais de Catherine (Merle). Transformando essa relação em um verdadeiro tormento para todos.

A mais famosa versão de uma das mais célebres obras da literatura mundial. O diretor Wyler filmou apenas a primeira parte do livro de Brontë, e o personagem feito por Olivier perde algumas de suas características importantes. Mas é um belo trabalho de direção, com um excelente elenco.

Prêmio: Fotografia em preto e branco.

 

Vitória Amarga – Direção de Edmund Goulding. Com Bette Davis, Humphrey Bogart e George Brent.

Um médico constata que sua paciente (Davis) está com câncer. Rica e frequentando os melhores lugares da alta sociedade, ela não se conforma com a doença e se desespera, ao mesmo tempo em que se apaixona pelo médico.

Bette considerava este seu melhor trabalho nas telas. Hollywood ousou e surpreendeu em tratar um assunto tão sério e delicado de forma tão abrangente e sem final esperançoso.

 

Duas Vidas – Leo McCarey. Com Irene Dunne, Charles Boyer e Maria Ouspenskaya.

Casal (Dunne e Boyer) se apaixona em um cruzeiro. Com a promessa de se verem novamente, eles marcam um novo encontro em alguns meses. Porém, algo trágico acontece.

Refeito pelo mesmo diretor em 1957 como “Tarde Demais para Esquecer”, “Duas Vidas” é um romance comovente que marcou época e ajudou a consolidar a carreira do diretor McCarey.

 

Ninotchka – Direção de Ernst Lubitsch. Com Greta Garbo, Melvyn Douglas e Bela Lugosi.

Trabalhando para o governo soviético, Ninotchka (Garbo) precisa descobrir o que aconteceu com três funcionários. Ela só não esperava que em seu caminho aparecesse um playboy (Douglas) que mudaria seus planos.

Com o Slogan “Garbo Ri”, o misto de drama e comédia do elogiado diretor Lubitsch traz a estrela Greta Garbo em seu filme mais elogiado, fazendo parceria com o ótimo ator Douglas.

 

Carícia Fatal – Direção de Lewis Milestone. Com Burgess Meredith, Lon Chaney Jr.e Charles Bickford.

Baseado na obra “Ratos e Homens”, de John Steinbeck. Dois amigos, um forte e pouco inteligente e o outro baixinho e esperto, saem pelas fazendas em busca de trabalho.

Do mesmo autor do livro que originou “Vinhas da Ira” (1940. Direção de John Ford), surge esse trabalho que é também uma grande crítica social, retratando um período em que os EUA passava por uma grande recessão econômica.

 

Ficaram de fora das indicações a melhor filme, mas foram premiados:

E as Chuvas Chegaram – Direção de Clarence Brown. Com Tyrone Power, Myrna Loy e George Brent.

Primeiro vencedor oficial do Oscar de efeitos especiais (hoje visuais), este clássico romântico tem cenas de catástrofes naturais que até hoje impressionam. Um trabalho técnico excepcional, além do carisma do casal central.

Prêmio: Efeitos especiais.

 

Melhor Som: Noite de Pecado.

Melhor Curta (Dois Rolos): Sons of Liberty.

Melhor Curta (Um Rolo): Busy Little Bears.

Melhor Curta de Animação: O Patinho Feio.

 

 

 

 

 

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